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sábado, 6 de dezembro de 2014

O Evangelho em xeque



“Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7; 16 e 17

Uma acusação recorrente nos lábios dos opositores de Jesus era que Ele falava de si mesmo. Afinal, invés do clássico “Assim diz o Senhor” que usavam os profetas do Velho Testamento, Ele dizia: “Eu vos digo.” 

Não conseguindo eles identificar quem, de fato, O Senhor era, nem fazendo Ele a pose de um profeta, a objeção é até compreensível.

Seu esvaziamento, Sua humanização, O fazia “menor que o Pai”; ainda que, em essência pudesse dizer: “Eu e o Pai somos Um”. Então, para evitar a acusação de mera origem humana da doutrina, não evocava Seu Ser Divino, antes, a figura do Pai que o enviara. “ A minha doutrina não é minha, mas, Daquele que me enviou...”  

Restava a inquietante figura de um profeta e Mestre, que advogava intimidade ímpar com o Pai. Isso, óbvio, ensejaria muitas dúvidas, reservas, em seus ouvintes; mesmo, eventuais de boa vontade que quisessem entender o que estava em jogo. 

Sabedor disso Ele propôs como modo de dissipar as dúvidas honestas que, porventura houvesse, o desafio de testarem a doutrina via prática, para, mediante  resultados, dirimirem suas dúvidas. 

A maioria das “dúvidas” é desonesta; digo, não procede de mentes dúbias por plausíveis razões, antes, são evasivas de quem bem entende o que se postula, e, por não se dispor a pagar o preço, dilui sua incredulidade. Ora, nas “falhas” do Mestre, ora, nas “incongruências” de Sua doutrina.

Sabem as pessoas razoavelmente esclarecidas que, as barreiras para que se abrace ao Evangelho são morais, não, intelectuais. As pessoas evitam porque não querem; não, porque não entendem. 

Ciente disso, O Salvador tirou o pleito da arena estéril das ideias e transpôs para a dos fatos. Tirem suas dúvidas praticando a vontade de Deus. Feito isso, saibam em vós mesmos, via resultados, se a origem é Divina ou não. 

Aqui, todos os argumentos fugazes dos que não têm argumento perecem. Sim, quando decidem tergiversar fazem porque não abrem mão de suas vontades; pois, o desafio do Evangelho é abraçar cabalmente à Vontade de Deus. 

Muitos, no afã de diluir sua própria descrença saem caçando “contradições” na Bíblia, para, desqualificando a Testemunha, ganharem o processo que pleiteia a manutenção da vontade humana enferma, com o ego no trono.  Perguntas desajeitadas, ímpias objeções não colocam o Evangelho fora de combate, antes,  evidenciam ainda mais. 

Seria mais honesto dizer: Entendo, mas, não estou disposto a pagar o preço; que, tentar apoiar-se em eventuais maus testemunhos de outros que fraquejaram, ou, de mercenários profissionais que se escondem atrás do Evangelho. Tais falhas, ou, mesmo o lixo, sempre haverá; O Salvador advertiu que seria assim. 

Agora, as minhas falhas são intransferíveis, pessoais. Justificar-me à partir de erros alheios equivale a lavar-me com água suja.

Poderia falar contra a Doutrina de Deus, quem, a tivesse testado, como O Salvador desafiou; descoberto “in loco” que é uma fraude; mas, desconheço um veraz convertido que tenha abdicado de sua vontade pela de Deus, e possa dizer de modo honesto que é mentira. Certamente não dirá que é fácil, mas, possível e recompensador. 

As promessas evangélicas respeitadas em seu contexto e fim, todos se cumprem perfeitamente, deixando à senhora dúvida desprovida de qualquer álibi para se evadir à pena de morte. 

Na verdade, a maioria dos  humanos reage ante à negação de si mesmo, como Pedro reagiu quando o Mestre falou da cruz: “Tem misericórdia de ti; de maneira nenhuma te acontecerá isso”. 

O instinto natural de preservação da vida é que acaba tolhendo que ela se torne eterna. “E quem não toma a sua cruz, não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.” Mat 10; 38 e 39

As pessoas morrem de medo da vida, pensando estar evitando a morte. Sim, pois, mesmo tendo como condição a negação da nossa, a Vontade de Deus é aprazível ao convertido, como ensinou Paulo. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis, qual seja, a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 2 

Uma vez mais, o preço para identificar e experimentar a Vontade de Deus; não andar conforme o mundo. Não por que o mundo seja um mal em si; antes, porque esse decidiu andar em oposição a Deus. A Doutrina de Cristo entendida e praticada nos coloca outra vez, em comunhão com Ele.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Jesus na cara do gol

“Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos para cima, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste.” Jo 11; 41 e 42
  
Estranho cenário! Jesus estava ante um sepulcro onde um amado seu fora sepultado havia quatro dias, e orou numa ação de graças como se estivesse ante uma refeição.
Já ouvi intérpretes dizerem que Ele tinha uma fé superior; sabendo que Deus atenderia Sua oração pela ressurreição agradeceu de antemão.

Mas, uma interpretação rigorosa do texto resultará em algo diverso. Em momento algum há registro que Ele tenha orado para Lázaro ressuscitar. Antes, afirmou à sua irmã: “…Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” v 25 Noutra ocasião dissera algo semelhante: “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo;” Cap 5; 26

Na verdade, fez questão de deixar claro que a morte  era uma resposta à Sua oração. “Obrigado por teres me ouvido; sei que sempre me ouves, mas, disse isso por causa da multidão, para que creiam.” 

As duas irmãs do falecido afirmaram que se Ele estivesse presente seu irmão não teria morrido. O Senhor sabia disso; então retardou sua ida, e só fez quando sabia que era “tarde demais”.  “Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto; e folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis; mas vamos ter com ele.” V 14 e 15 Ele não folgou por que Lázaro estava morto; mas, “por amor de vós”.

Os quatro dias após a morte foram cheios de “recursos humanos”, digo: Consoladores que visitavam às  irmãs levando as melhores palavras  que podiam. Apesar dos seus reconhecerem Jesus como poderoso em palavras e obras, o melhor que chegavam era compará-lo a João Batista, Elias, ou outro profeta. Por certo foi nesse sentido que orou ao Pai. Pediu ajuda para fazer o povo saber quem, de fato, Ele É.

Quando informado da enfermidade de um chegado, identificou a resposta do Pai. Numa linguagem esportiva, Deus O deixara “na cara do gol”, Ele estava agradecendo isso quando orou.

Marta instada a crer, disse: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;  e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto? Disse-lhe ela: Sim, Senhor; creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.” Vs 24 a 26  Ela olhava para a provisão Divina “no último dia”; o Senhor desafiou a crer naquele instante.

Ela disse crer, mas, vacilou à ordem de tirar a pedra do sepulcro. Finalmente, Ele “orou” pela ressurreição; na verdade, agradeceu de novo pela “assistência” e deixou claro que era para a “torcida”; quanto ao morto, ordenou apenas: “E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro sai para fora!” Como o defunto ouviu e saiu, “Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele.” V 45 

Ali estava o motivo do regozijo do Salvador! Que muitos creriam nele.

Embora seja  um evento histórico, figura maravilhosamente como alegoria, ou, tipo, do que espiritualmente acontece conosco. Ele não impede nossa morte natural; antes, a preceitua: “Porque aquele que quiser salvar a sua vida  perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Mat 16; 25

Essa identificação com Ele, em plena obediência à Vontade do Pai, é a cruz que nos cumpre  carregar.  Isso faz “perder a vida” natural; mas, nos lega o nascimento espiritual. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3; 6
 
Infelizmente, após a queda todos estamos em “decomposição” com uma “pedra” separando da luz. Como essa é pesada demais para a remoção humana, Deus mesmo se encarregou: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.” Ez 36; 26
 
Nossa participação é mínima; Ele bate na porta da vontade; se ela se abrir, o mesmo Senhor ajuda a fazer o que ordena; “E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, e me pôs em pé,…” Ez 2; 1 e 2