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domingo, 26 de março de 2017

Nossa teórica salvação

“Porque em esperança fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência esperamos.” Rom 8;24 e 25

O fato de que nossa salvação, agora, é só em esperança, não significa que não seja real, tampouco, por ser invisível, se faz fictícia. Certo é que, as coisas não visíveis recebem testemunho de outras, palpáveis. “...suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, seu eterno poder, quanto, sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

Desse modo, nossa fé invisível, e nossa esperança, igualmente abstrata, devem ser palpáveis no teatro das ações. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

Tanto podemos testificar da fé, mediante modo vida, pelas coisas que fazemos, quanto, pelas que não fazemos. Todavia, em nosso contexto de liberdade plena, facilidades até, não somos testados no aspecto mais valioso. Se, estamos em terreno movediço, cercados de toda sorte de enganos, heresias, e, estamos, isso coloca à prova, no máximo, nosso discernimento, escolhas, nunca, a abnegação por Cristo, nossa coragem de sofrer por Ele.

Tudo o que devemos resistir, ora, deriva de ensinos errôneos, ora, dos apelos aos prazeres malsãos. Entretanto, noutro tempo, e, no presente, mas, noutro contexto cultural, pessoas valorosas abriram, e abrem mão de suas vidas por Cristo; ontem, ante outros perseguidores, hoje, nas mãos dos algozes do Estado Islâmico, sobretudo.

Os cristãos hebreus tinham começado bem, aberto mão de coisas pelo Senhor, mas, estavam desistindo, esmorecendo. Aí, se lhes disse: “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições... com alegria permitistes o roubo dos vossos bens... Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” Heb 10;32, 34 e 36

Adiante, se lhes evocou o testemunho dos “Heróis da Fé”, cujas vidas deram, pelo que criam, para os despertar a uma realidade mais alta que mera submissão terrena dos salvos. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Cap 12;4

Essa é nossa situação; dos cristãos que gozam liberdade de culto; as maiores “tribulações” que conhecemos são críticas, zombarias, escárnios de certas minorias que nos desprezam. Como seria, se, enfim, nosso sangue fosse requerido na arena da salvação? Será que essas fermentadas pesquisas que apontam vertiginoso crescimento de “evangélicos” seguiriam sinalizando tal upgrade?

Uma coisa é um soldado treinar durante duas décadas, com munição de artifício em combates imaginários. Outra, se ver, de repente, numa trincheira alvejada por inimigos, ao redor da qual, colegas caem feridos e morrem. Necessariamente atingirá outro nível de percepção das coisas, valores, em meio a uma realidade para a qual se presumia preparado, mas, a verá mais dolorosa do que supunha.

Se, de uma hora para outra, O Eterno permitir que sejamos perseguidos para a morte, então, veremos o que é maciço, e o que é oco. Em horas extremas, pouco importa se alguém é arminiano, ou, calvinista; se, pentecostal, ou, tradicional; se guarda sábado, ou não; se preza usos e costumes, ou, é liberal... Em momentos vitais, todas essas frescuras periféricas deixarão de opinar, restará apenas a luta pelo que interessa deveras, a vida. Nos momentos de extrema prova, caracteres vêm a lume, e, cada um mostrará, enfim, do que é feita sua alma. A tribulação vai separar touros e terneiros, mostrar quem tem butiás no bolso, como se diz, cá no sul.

Infelizmente, as facilidades geram dificuldades. Digo, nos tornam pueris, superficiais, incapazes de mensurar bem, o valor das coisas. Quando Moisés pleiteou a libertação de seu povo o Faraó lhes disse: “Estais ociosos, por isso devaneiam com liberdade”. Era uma grande injustiça com gente que trabalhava em regime de escravidão.

Contudo, ouvindo as orações de certos ministros festivos, que “Não aceitam” isso, ou aquilo, e resolvem “determinando” aquilo outro, temo que uma hora O Santo lhes diga, como o Faraó: Estais ociosos, as facilidades que lhes dei os tem feito presunçosos, profanos. Enviarei o vento das perseguições, para separar o joio do trigo.

Infelizmente, muitos grupos de “cristãos” portam-se como certos “movimentos sociais” boicotando, reivindicando, atazanando a paz alheia, como se, essas coisas, que são eficazes em domínios humanos, fossem também, no Reino de Deus.

O fato é que a perseguição virá em caráter global, no reino do Anticristo. Os que sentem-se valentões entre artifícios de festim, terão, enfim, palco para demonstrarem sua bravura. 

O presunçoso mede-se pela sombra ao sol da manhã; Deus enche de coragem, apenas, os que se esvaziam de si.

sábado, 2 de abril de 2016

O Veneno da Presunção

Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque, vos digo, que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;7 e 8

Temos o precursor do Messias, João Batista, pregando aos judeus que iam a ele às margens do Jordão. Parece que o primeiro traço identificado foi o veneno da presunção, uma falsa segurança, como se, a ira por vir, não os ameaçasse.

Ante o fato, João quis saber qual saída que tinham eles, encontrado; “Quem vos ensinou a fugir da ira...” Uma pergunta retórica, cujo alvo era realçar a denúncia, pois, sabia a resposta. A Presunção, de uma salvação hereditária os deixava “seguros”.

Não que isso fosse expresso, mas, perceptível dada a segurança aparente de gente que era culpada ante Deus. “Não comeceis dizer em vós mesmos, temos Abraão por pai...”  Como alternativa à pretensão hereditária, João propôs a busca pessoal da salvação, mediante arrependimento. “Produzi, frutos dignos, de arrependimento.

Mesmo a salvação sendo espiritual, eles devaneavam com laços sanguíneos, uma vez que, havia preciosas promessas à descendência de Abraão. Paulo interpretou singularizando-as na Pessoa Bendita de Jesus Cristo, e difundindo-as depois, naqueles eu se lhe submetessem. “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: Às descendências, como falando de muitas, mas, como de uma só: À tua descendência, que é Cristo. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão” Gál 3;16 e 7

O Apóstolo não está violando a hermenêutica para impor um ponto de vista, antes, sistematizando doutrinariamente algo que acontecera, então, e, não fora devidamente entendido. Por ocasião do arrependimento de Zaqueu, O Salvador dissera: “... Hoje veio salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;9 e 10

Notemos que Zaqueu era já filho de Abraão por  sangue, mas, só foi assim chamado, quando se arrependeu e mudou de atitude ante O Senhor. Não significa, isso, que os salvos se tornam Judeus, devendo absorver traços da cultura judaica, antes, se tornam herdeiros das promessas, que, em Abraão, dizem que, seriam “Benditas todas as famílias da Terra”.

Embora o alvo inicial tenha sido Israel, em face à rejeição da maioria, a obra espraiou-se para os gentios. Não que não fossem favorecidos pelo amor Divino, mas, seriam alcançados depois, pelos judeus crentes; porém, muitos entraram antes, dado que as autoridades do Templo rejeitaram ao Senhor, e perseguiram quem, dentre eles cria, como Saulo. “Veio para o que era seu, os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;” Jo 1;11 e 12

O que aprendemos com isso? Que a presunção é algo mortal, veneno como de víboras; que não existe salvação derivada de fatores externos que nos seja imputada sem nossa participação; e, essa, se dá mediante arrependimento, o qual, é demonstrado pela produção dos frutos correspondentes.

Se, dado o fato de sermos gentios, não descendentes de Abraão, tolhe a possível presunção hereditária, ainda podemos ser, com outras “ferramentas”. Quantos venenosos se perdem na presunção da justiça própria? “Não bebo, não fumo, não faço mal a ninguém, sou uma pessoa boa, não mereço ir pro inferno”. Quem jamais ouviu algo assim?

Por mais que tal sujeito seja sincero em seu, auto engano, a Bíblia põe o dedo na ferida: “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;2 e 3 Deus decide o que é bem; incredulidade, associa à blasfêmia. “Quem não creu, mentiroso o fez”.

Outros, num apego religioso, denominacional, não raro, divorciado da Palavra de Deus. “Todas as religiões são boas, eu tenho a minha, estou bem”. Também já ouvimos isso. Entretanto, o valor de um caminho não se percebe em si, antes, aonde conduz. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas, o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12


“Em um nível inferior, ser confiante e sincero é o mesmo que arrogância e presunção. As pessoas ainda não sabem lidar com a verdade delas mesmas e isso dói. Então transferir insolência ao outro é mais confortável do que admitir sua estupidez e, sobretudo reconhecer o que de fato são, sabotando até o reflexo do próprio espelho”. (Leivânio Rodrigues)