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quinta-feira, 19 de julho de 2018

A Democracia é Grega?

“O diabo foi o primeiro democrata.” George ( Lord ) Byron

Havia um Governo Teocrático estabelecido; o canhoto chegou propondo “igualdade”. “Sereis como Deus”.

Que há de errado com a igualdade? Nada. Soa bem justa, até, quando, não se trata de uma mentira. Pois, como disse Aristóteles, “A pior forma de desigualdade é considerar iguais às coisas que são diferentes.” Entre homem e Deus, nem se fala.

Muitos vendo os privilégios dos “representantes do povo” dizem que, malgrado a Constituição reze que “Todos são iguais perante a Lei”, há uns “mais iguais que os outros.”

Consagrou-se pela repetição um erro de dizer que os gregos foram os inventores da democracia. E não? Bem, Aristóteles era grego; veja acima suas palavras.

Platão defendia que a sociedade possui almas de três naturezas distintas; bronze, prata e ouro. As brônzeas seriam aptas aos trabalhos braçais, comuns; camponeses, sobretudo; as argênteas (de prata) seria a burguesia, artesãos, médicos, advogados, etc. Os de almas áureas, os filósofos.


Pelas próprias figuras usadas, podemos ver quem ele esposava que deveriam ser os governantes das cidades-estados. Os mais sábios; os demais, não teriam aptidão para tal.

Assim, sem forçar a barra, numa abordagem superficial, já podemos ver, que, dois ilustres entre eles defendiam a aristocracia; o governo dos melhores.

Todavia, o pensamento grego não se limitava a Platão e Aristóteles. Tinham problemas cotidianos, em suas Polis (cidades) e para isso convocavam as Ekklesias, assembleias populares, onde, os incumbidos da gestão eram escolhidos dentre todos os cidadãos.

Temendo corrupção em eleições com campanhas, onde, aliciamentos, conchavos, abuso do poder econômico, etc. poderiam guindar um injusto ao poder, criaram uma engenhoca chamada Kleroterion, que, embora fosse mecanicamente diferente, na prática funcionava como um globo desses usados em bingos; escolhiam os “eleitos” por sorteio.

Assim, todos, de fato, concorriam com chances iguais, e quem fosse escolhido uma vez, ficava de fora de sorteios futuros; não havia “reeleição”. Eis a democracia que usavam!

Outro dia um amigo me disse: “Respeito tua moral, valores, ideias, saber... mas, concorra a vereador defendendo-os e verás quantos votos farás”. Eu sei, respondi. Para a “democracia” como está, quem não usar mentiras, promessas fabulosas, barganhas fisiológicas não se elegerá a nada, infelizmente. Lembrei-me de Sócrates o filósofo que admitia sem rodeios, que seria um fiasco se pretendesse exercer política pela falta dessas “qualidades”.

Pois, já havia contextos em que sofistas seduziam incautos com seus discursos para interesseiros fins, o que os filósofos depreciavam.

Quanto a nós o que podemos é buscar o mal menor que, vemos subjacente em ideologias, bandeiras; mas, a rigor, nenhum homem é plenamente capaz de governar sobre outro, pois, precisaria de uma superioridade essencial que lhe falta; em essência, dignidade, é rigorosamente igual, embora, em cultura, valores, aptidão, possa ser diferente, mais apto. O mais sábio dentre os homens disse que há “... tempo em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Mas, o que estou propondo, então? Que façamos nossas escolhas por sorteio? Não. Na verdade não estou propondo nada. Apenas rasgando alguns véus para que apareçam as coisas como são.

O mundo tem vera ojeriza à verdade; constrói versões convenientes com a “filosofia” de Goebbels o propagandista do Nazismo o qual dizia que, uma mentira repetida à exaustão tornar-se-ia verdade. Não! Mas, para incautos sim. Che Guevara, o fuzilador de inocentes, assassino de crianças é um “Ícone libertário”; e o terrorista igualmente assassino, Nelson Mandela, um “pacifista moderado” exemplo de estadista. “Sabe de nada inocente!”

Na verdade, o Capiroto o pai da “Democracia” a está usando, manipulando resultados, fomentando revoltas, misérias, morticínios, maquinando assaltos ao poder, tudo para que, entornando o máximo possível o caldo político entre as nações, seu representante, o Anticristo, seja mais que aceito, seja desejado como governante mundial.

O Reino de Deus não foi vencido; apenas suspenso temporariamente enquanto, a longanimidade do Rei espera a adesão de mais súditos ainda.

Por aqui temos meras embaixadas, os escolhidos para Tal, não são por votos nem sorteio; O Próprio Rei enviou Seu Espírito que implanta de graça Suas qualidades, depois escolhe gestores pelas qualidades que “têm”; “Convém que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar... também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta; no laço do diabo.” I Tim 3;2 e 7

Para os políticos de carreira os cargos são para sua boa vida, danem-se os outros. Para um servo de Deus, seus dons são para um dever sagrado, onde, anseios seus não são melhores que os alheios.

Todos são candidatos, mas, eleitos só os que respondem ao Divino apelo; “muitos são chamados, poucos, escolhidos.”

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A caverna do ateísmo

“A mim, o mínimo dos santos, foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo... me ponho de joelhos perante o Pai... ( para ) Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, o comprimento, a altura, a profundidade; conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios da plenitude de Deus.” Ef 3; 8; 14, 18 e 19

Paulo, como um explorador que, tendo encontrado riquezas majestosas, está com dificuldade de explicar aos que, quer convencer a embarcarem consigo nessa ditosa expedição, a grandeza do que viu. “Riquezas incompreensíveis,” amor que excede o entendimento.

Ocorre-me o Mito da Caverna, de Platão, onde, os “cavernosos” estavam assaz acostumados a ter sombras por realidade; um venturoso que evadiu-se à prisão e teve contato com a verdadeira luz, por um lado, não conseguia explicar o que vira, por outro, era considerado louco, por pretender que, o que sempre fora tido por realidade, não era assim, na verdade.

Esse apego humano ao palpável, como sendo a realidade plena, é que forja “conflitos” entre fé e razão, como se, fossem excludentes. Na verdade, muitos tomam a metade da laranja pela fruta inteira. Razão, por ser uma faculdade também da alma, pode ser aprendida, em parte, por ateus, descrentes... Esse aspecto racional, contudo, é atinente ao mundo físico; acontece que o mundo espiritual também tem sua razão, sua lógica, a qual, não pode ser percebida pelos que jazem acorrentados na caverna da incredulidade; acostumaram com a sombra das coisas materiais como realidade última.

Dizem que a fé é cega, onde deveriam dizer que a ciência natural é limitada. Isaías até coloca a situação de estarmos, eventualmente, em total escuridão, mas, evoca a Integridade do Senhor, como o “Fio de Ariadne” que tira do labirinto. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50; 10 Isso não é cegueira, mas, mesmo cercado de trevas, saber pra onde olhar. A fé vê no escuro.

Moisés, quando todas as circunstâncias eram adversas, foi ordenado que desafiasse ao poderoso Faraó, em Nome do Senhor. Não tinha força bélica nenhuma, meros escravos envilecidos pelos trabalhos forçados; portou-se como um General declarando guerra a um grande exército. “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;28

Um “racional” dirá que o relato é mito; afinal, as coisas acessáveis pela fé lhe são ocultas ainda, desconhece a senha.

Sendo o mundo, inimigo de Deus, como disse Tiago, natural que envide esforços em sedimentar a inimizade; se, o âmbito espiritual tem mesmo sua razão, necessariamente há de ser, diversa da “razão” do inimigo. Por isso, uma mente transformada se requer, para o contato com o amor e a bondade Divinos. “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

Assim, a narrativa bíblica, o “mito” para as mentes naturais, é a razão do Espírito, onde bebem os convertidos. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2; 2

Enfim, a ciência insta a conhecer as coisas naturais, como se tais fossem um fim em si, invés da expressão de algo maior; a fé, sem excluir a ciência válida, desafia a conhecer o motivo Supremo do que se deu para a ciência brincar; “Conhecer o amor de Cristo que excede todo entendimento...”

Pois, se a criação é uma prova de amor, é também evidência de sabedoria, propósito; quem nega isso, teme a luz, prefere a caverna. “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, quanto a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1; 20

“Aquele que olhando as maravilhas da criação ainda se declara ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso”. ( Spurgeon )

A defesa apaixonada de convicções naturais, cega; Paulo passou por isso; ao deparar com a Luz, caiu do cavalo; suas escamas dos olhos foram reveladas. Daí, iluminado fez do “esterco” adubo, da Luz, o sentido da sua vida. Foi escolhido porque era sincero, mesmo, sem entendimento. 

Mas, os arrogantes, O Santo deixa que esporeiem os fogosos corcéis da incredulidade, rumo à insignificância eterna...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A culpa deles; a culpa nossa

“Então falou o copeiro-mor a Faraó: Das minhas ofensas me lembro hoje... Estava conosco um jovem hebreu, servo do capitão da guarda; contamos-lhe nossos sonhos e ele interpretou... como ele nos interpretou, aconteceu; a mim me foi restituído o cargo; ele foi enforcado.” Gên 41; 9, 12 e 13

O contexto era a necessidade de um homem hábil para interpretar sonhos, na corte de Faraó. Verificada a ausência, o copeiro lembrou, enfim, de José.

Não me aterei à sua saga, por ora, antes, a uma faceta especial que dela assoma: Que, quando Deus quer exaltar algo, ou, alguém, o torna necessário. Era Seu plano fazer assim com José. Igualmente, com Mardoqueu, no Reino de Assuero; Deus o fez necessário para descobrir uma conspiração contra o Rei, para exaltá-lo oportunamente. Ver, livro de Ester.

Durante o ministério de Elias, Israel estava tomada pelo baalismo; culto a Baal, do qual diziam vir a fertilidade, as chuvas. Então, o profeta do Senhor disse em Seu Nome, que chuva não mais haveria, senão, segundo Sua Palavra. A seca durou três anos e meio.

Deus não estava tentando demonstrar o valor da água, coisa que todos sabem, mas, que Baal não passava de um fantoche humano, e Ele, apenas, é Deus, que preside sobre tudo o que criou. A carência era de luz, quanto a isso; o santo os entregou às trevas, para que soubessem valorizá-la.

Se, O Eterno domina a essência das coisas, seu valor em si, o mesmo não se dá conosco. Nossa insipiência nos faz tributários de certo utilitarismo, para, enfim, detectarmos o ser. “A necessidade determina o valor”, como dizia Platão. Sendo assim, o Pai carece desse doída didática, para abrir nossos olhos.

Proferindo Suas bênçãos no Sermão do Monte, O Salvador, entre outras coisas, disse: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça; porque eles serão fartos.” Ora, fome e sede, outra coisa não são, senão, duras necessidades.

Se, meu raciocínio procede, Deus permite grandes injustiças, para potencializar o valor excelso da justiça. Aliás, não é essa afirmação uma foto vívida do Calvário? Da maior de todas as injustiças, o testemunho da Majestosa Justiça Divina? “A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus.” Sal  85; 11

Embora alguns papagaios repitam alhures que religião e política não se discute, Deus promete abençoar toda uma nação, onde Seu povo se portar com fidelidade. Ainda que minoritário esse plantel, transmitiria suas bênçãos aos infiéis, como diz em Jó. “livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza das tuas mãos.” Jó 22 ; 30

Entretanto, onde a verdade não é abraçada com amor, invés do mesquinho interesse, Deus permite que essa falte, para que, quem sabe, alguns aprendam seu valor. 

Paulo ensina que o desprezo à verdade conduzirá, enfim, a humanidade ao domínio do expoente mor da injustiça: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2; 9 a 12

Onde quero chegar, enfim? À vergonhosa conclusão que a humilhante situação que se encontra nosso país é por nossa culpa, da igreja, digo.

Invés de uma geração de santos, cujas virtudes cobririam até certas faltas alheias, via intercessão, temos um amontoado de mercenários, cujo “Sal” tem sido  tempero fácil de escarnecedores e humoristas.

É uma horda de “artistas góspeis” que fazem “shows” com onerosos cachês, invés de humildes adoradores. Um fogueira de vaidades para ver quem tem o templo mais pomposo, como se fosse esse o alvo, não os Templos do Espírito, as almas.

Então, se podemos, no âmbito da igreja, cultuarmos a safadeza, a mesquinhez, os interesses vis invés da santidade, verdade, do amor, por quê, não pode, O Soberano, fazer com que sejamos, na política, governados pelos mesmo “valores” que esposamos em nosso “cristianismo”?

A maioria dos que se dizem cristãos, sequer, autoridade moral têm, para criticar aos grandes corruptos da vez; pois, o são também. Autoridade moral, espiritual, é um perfume fino que não se deposita em recipientes sujos.


Temo que, a faceta mais dolorosa do Juízo Divino, ainda não incidiu sobre nós, a coisa vai piorar. Não que os corruptos sejam inocentes; são o deserto de justiça que temos feito por merecer. 

Como a carne sem sal apodrece, uma nação sem os valores de Deus. E faz tempo que a “igreja” escolheu outros valore$...

domingo, 18 de outubro de 2015

Hábitos noturnos

“Ele ( Deus ) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” Prov 2 ; 7

Interessante definição da sabedoria como arma de defesa, um escudo. Mas, quem atacaria uma dama assim, tão nobre? Alguns predicados podem nos oferecer certos indícios. Seus hospedeiros, os retos; a qualidade em relevo, verdadeira. Desse modo, parece lógico inferir que, há uma “sabedoria” falsa nos depósitos de pessoas da caráter tortuoso.

Já nos diálogos de Platão encontramos vários gládios entre filósofos e sofistas; aqueles, garimpeiros da verdade; esses, meros manipuladores de homens, via retórica persuasiva, produtora de verossimilhança. Sócrates os acusava de produzirem crença sem ciência; adesão sem entendimento.

Qualquer semelhança com os políticos corruptos de hoje não é coincidência, antes, o superlativo da arte, em plena atuação.

O exemplo clássico de sofisma é partir de premissas verdadeiras para induzir à conclusões falsas. Assim: “O cão tem quatro pernas; o cão anda. A mesa também tem quatro pernas, logo...” Percebem a malícia?

Seguido ouvimos: “O PT está no poder há treze anos; corrupção sempre existiu; o PT não inventou a corrupção...” E aí, cacete? Também não inventei o adultério, isso não me autoriza a “cantar” minha vizinha!

Que sensação horrível ser governado por gente muito pior que a gente! Pessoas que não receberia em minha casa são pagas, também por mim, para viver num palácio.

Outro dia, a Presidente desafiou a quem teria moral para atacar sua honra. Não bastasse terem acanalhado palavras como, república, democracia, agora apatifam mais duas, moral e honra. Ora, a desonra é tal, em face às mentiras usadas na sua campanha, sem falar na roubalheira, que só se atreve bravatear assim ante plateias amestradas, escolhidas a dedo para gritarem em forma de mantra, mais um crasso sofisma: “Não vai ter golpe”!

Ora, golpe seria o uso da força e meios inconstitucionais pra chegar ao poder; impeachment é um instrumento da lei para punir autoridades que descumprem-na. Por que não testa sua honra ante plateias normais num estádio de futebol, por exemplo?

Outro sofisma gasto pela choldra é: O único meio legítimo de chegar ao poder é via urnas, voto; a cantilena do tal “terceiro turno”. Ora, mas, não é verdadeiro isso? É. Mas, verdade fora do lugar presta serviço à mentira. O que está em jogo não é a chegada de alguém ao poder, sequer sabemos quem chegaria; antes, a punição de quem chegou lá por meios escusos, ilícitos.

Agora cobram célere punição de Eduardo Cunha, que estaria envolvido em corrupção também. Pois é, se está, seja exemplarmente punido; mas, Aloísio Mercadante, Edinho Silva, a Presidente com seu estelionato, o Molusco que amealhou fortuna pra si e seus filhos ficam de fora? Vale só conta Cunha que tem autoridade pra deflagrar o processo de impeachment? Esse é o senso de moral e de honra dessa gentalha que instrumentalizou ao STF com “ministros” vermelhos, e colocou na PGR Rodrigo Janot a serviço do partido, não, da justiça.

Minha decepção vai à estratosfera quando deparo com textos de gente de bem que foi cooptada pelo discurso fajuto desses párias, e não consegue se libertar mais. Os defende, roubem quanto roubarem. Se, a vera sabedoria citada no princípio é uma dádiva que Deus reserva aos retos, algo ainda está torto em tais mentalidades; talvez, a escala de valores.

Tiago também dissocia a astúcia, esperteza, da veraz sabedoria, diz: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.” Tg 3; 13 a 16

Sentimento faccioso contra a verdade; eis o “espírito” que anima aos gritadores de mantra sofísticos!

A armadura espiritual, aliás, é prescrita, justo, para tais desvios do sofista mor e seus sequazes. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus...” II Cor 10; 4 e 5

Contudo, diria alguém, religião e política não se discute; seu texto funde ambas. Eis aí um sofisma mais, de gente que, por falta de argumento, “promove a paz” tentando silenciar no outro, as vozes da própria consciência.

Não há assuntos proibidos quando o escopo é a verdade. A luz é proveitosa para os retos, como as trevas o são, para os ladrões. O sol não tem culpa dos hábitos noturnos de certos bichos.

domingo, 22 de março de 2015

As três luzes

“Disse Deus: Haja luz; e houve luz. Viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.” Gen 1; 3 e 4 

Que luz e trevas são coisas excludentes é pacífico. Mesmo quem ignora tal separação, facilmente identifica com o mero testemunho do olhar. A luz em apreço é a natural; dia, noite; luzeiros... Entretanto, há outra mais excelsa; a luz espiritual. Tanto quanto aquela revela em sua incidência as coisas imanentes, naturais, essa, as transcendentes, espirituais. 

Na verdade, não seria forçar a barra cogitar de uma terceira luz, humana. Embora, iluminados pelo Espírito Santo os cristãos possam ver nuances da luz Divina,  sem Ele, via difusão do conhecimento, marcha do processo civilizatório, a humanidade consegue plasmar seu “iluminismo”. 

Contudo, deriva dessa “luz” mera convivência pacífica, tolerância na diversidade. Embora tal luz tenha sido bem vinda em exclusão à famigerada “idade das trevas”, seu produto é tênue em face ao que proporciona aos seus, a vera Luz espiritual. Essa forja sábios, segundo Deus; aquela, relativamente esclarecidos, civilizados; quiçá, astutos.

Paulo chega a propor um desafio aos “sábios” da Terra para que se levantem. “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus, louca, a sabedoria deste mundo?” I Cor 1; 20 Adiante distingue a sabedoria perfeita, origem da vera luz de outra inferior;  “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas, falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério; a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; e nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” Cap 2; 6 – 8 

Assim, embora seja boa a luz natural que permite a convivência com o diverso, empalidece, em face à  espiritual. Ausência daquela propicia barbáries como as que o Boko Haram e o Estado Islâmico têm praticado, por exemplo. Cruéis assassinatos dos que não rezam pela sua interpretação do Corão. 

Então, é possível alguém ser tolerante, cordato, educado, contudo, andar em trevas densas no prisma espiritual. Acontece que o império das paixões naturais não se liberta da “idade das trevas” senão, mediante a Cruz de Cristo. 

Como é de se esperar, tal “remédio amargo” não é ingerido de bom grado; antes, o homem natural tende a fugir, refém de um amor insano pelas práticas errôneas. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3; 17 a 20 

“Amaram mais as trevas que a luz...” vestígio inconfundível do livre arbítrio, de uma geração que, tão acostumada com as trevas, vê na luz uma ameaça, como os escravos do célebre Mito da Caverna, de Platão. 

A luz traz seu peso sim. Parafraseando Saint-Exupérry que disse: “Você é responsável pelo que cativa”, se pode dizer que somos responsáveis por reagirmos ao que vemos. Luz espiritual é mais que possibilidade de ver; antes, desafio a andar. “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1; 7 

Enquanto a luz humana deriva de muitas fontes e até se contradiz nos gládios filosóficos, a Espiritual só é encontrável na Revelação. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” Sal 119; 105  

Outra diferença importante é que, enquanto a luz humana propicia tolerância, convívio pacífico, a espiritual enseja comunhão. Impregna em todos os seus signatários, partículas do “DNA” de Deus. Comporta diversidade de pregoeiros, métodos, mas, restrita à mesma fonte, como ensinou o mais sábio dos homens: “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12; 11 

Em suma: Aquele que fez a separação primeira entre luz e trevas fará outra vez, ao se manifestarem os resultados de Obra Bendita de Cristo. Quem escolher a luz será reputado ovelha, estará à destra; os demais, bodes, do lado esquerdo. Se essa mensagem, mais não disser, que ela reitere o Dito inicial de Deus: “Haja luz!”

sábado, 27 de dezembro de 2014

As maçãs de ouro e a palha



“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita no seu tempo.” Prov 25; 11 

A figura de um vaso se prata ostentando  conteúdo áureo é eloquente! Essa palavra advém, segundo Salomão, em consórcio com o tempo. Assim, não basta ser correta, mesmo, sábia; carece ser oportuna. Ele mesmo disse, noutra parte: “Tudo tem o seu tempo determinado, há tempo para todo o propósito debaixo do céu... tempo de rasgar, tempo de coser; tempo de estar calado, tempo de falar;” Ecl 3; 1 e 7 

O “tempo” aludido, demanda leitura das circunstâncias;  fatores alheios ele mostram se é oportuno falar, ou não. Quando na presença de um tolo, por exemplo; “Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23; 9 O Senhor fez isso ante  Herodes. “Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito; porque havia muito que desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; esperava que lhe veria fazer algum sinal. Interrogava-o com muitas palavras, mas, ele nada lhe respondia.” Luc 23; 8 e 9 

Assim, um só tolo não é digno das palavras sábias; que dizer de uma multidão enfurecida de tolos? Isso se deu quando da defesa de Estevão. Como estava sendo julgado, era-lhe necessário expor os motivos de sua fé. Fez com sabedoria ímpar; mas, “Ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, rangiam os dentes contra ele... gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos e arremeteram unânimes contra ele.” Atos 7; 54 e 57

Acontece que a defesa do diácono  implicava em acusação contra seus perseguidores. Dado que, verdadeiras, as acusações geraram fúria, invés de contrição. Tal era o impacto da verdade que, “taparam os seus ouvidos.” 

Há casos em que, os fatos são eloquentes; às inquietações do coração humano, parece que algo deve ser dito, mesmo que, não saiba o quê. A tendência é fazer  pior que o silêncio; falar besteira. “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que se despe  num dia de frio, ou, como o vinagre sobre salitre.” Prov 25; 20 

Contudo, é possível fazer pior que tentar remover aflições com palavras ocas; podemos aumentar a dor, com acusações infundadas ao aflito, como fizeram os “amigos” de Jó. Após sete dias em silêncio solidário, ( suas melhores palavras ) por fim, começaram a acusá-lo de impiedades não cometidas, fundados mais no anseio de uma explicação lógica às suas inquietações internas, que, em socorrer ao combalido Patriarca. 

Ele fez a devida leitura e desejou mais silêncio. “Vós, porém, sois inventores de mentiras; vós todos, médicos que não valem nada. Quem dera,  vos calásseis de todo, pois, isso seria a vossa sabedoria.” Jó 13; 4 e 5 Se, a palavra oportuna é figurada como maçã de ouro em bandeja de prata, aquelas foram comparadas a clara de ovo sem sal. “Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Haverá gosto na clara do ovo? A minha alma recusa tocá-las, pois, são para mim como comida repugnante.” Jó 6; 6 e 7 

Talvez, inspirado nessa figura, Paulo advertiu aos Colossenses: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4; 6 

Há casos em que a palavra é inoportuna, não por que a plateia seja indigna, mas, por estar sobrecarregada. “Ainda tenho muito que dizer, mas, vós não  podeis suportar agora.” Jo 16; 12 O Mestre ensinou que o Espírito Santo viria complementar o que faltava e capacitá-los. 

Embora, às falas desprovidas de sentido costumemos chamar de palavras ocas, no fundo, significam algo. Voltemos a Paulo: Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo,  nenhuma delas é sem significação.” I Cor 14; 10 O contexto atinava à disciplina com o dom de línguas estranhas, mas, ele disse algo mais abrangente; toda a voz significa algo.

Infelizmente, a maioria das vozes que ouvimos são, guardadas as diferenças de método, como as da plateia de Estevão; servem para abafar à Palavra da sabedoria, pois, essa, inevitavelmente acabará acusando, aos que escolheram a estultice como modo de vida.

Então, saímos dos festejos de fim de ano e seremos bombardeados pelo Carnaval, Páscoa, dia das mães, pais, crianças, etc. Sempre termos um “convite para festa” um tiroteio de marketing a desviar nossas atenções do que, interessa, deveras. Sem falar das contínuas e sujas novelas, os pornográficos BBBs da vida.

Assim, desprezam, muitos ao ouro real, hipnotizados pelos diamantes imaginários do “comendador” da novela. 

Platão dizia com acerto que, as necessidades determinam os valores; porém, a cegueira disseminada atrofia uma geração, e a faz imaginar que precisa de coisas vulgares, como disse Estobeu: “Os asnos preferem palha ao ouro.”

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Presos na mina



“Todo o homem é embrutecido no seu conhecimento; envergonha-se todo o fundidor da sua imagem; porque sua imagem fundida é mentira, nelas não há espírito. Vaidade é; obra de enganos: no tempo da sua visitação virá a perecer.” Jr 10; 14 e 15  

 Aquele, cujo projeto foi: “...Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;...” Gên 1; 26 agora aparece fazendo suas próprias imagens, refém da mentirosa promessa: “Sereis como Deus”. O ateísmo é uma doença moderna, dos últimos duzentos anos; outrora, um que cogitasse a inexistência de Deus era mero tolo, desprezível. “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 14; 1 

A ideia original do inimigo era o politeísmo; melhor: Propondo a deidade aos humanos, queria ser obedecido em lugar de Deus, dado que a divindade humana seria falsa. Queria ser Deus também, em igualdade com o Eterno; “Tu dizias no teu coração:  subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14; 13 e 14 O primeiro ídolo “esculpido” foi a imagem de satanás pensando-se Deus. 

A autonomia que ele propôs ao homem se revela falsa na própria confecção de imagens. Se, o homem fosse mesmo como Deus, por que careceria de uma imagem de culto, a quem recorrer em horas difíceis? Embora rica a imaginação que o Próprio Criador nos deu, tais frutos são classificados como, vaidade, obras de engano nas quais não há espírito. Pois, o homem original recebera o Espírito. Esse era o “espelho” onde a “Imagem de Deus” poderia ser vista. A morte imediata à queda foi aí. O homem seguiu vivendo no plano natural, mas, fadado à morte física e desde então, morto espiritual. Desse modo, as imagens que passou a forjar, não poderiam ser diferentes dele. Vãs, mentirosas, sem espírito. 

Nos salmos, aliás, se amaldiçoa aos idólatras nesses termos; “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas, não falam; olhos, mas, não vêem. Ouvidos, mas, não ouvem; narizes, mas, não cheiram. Mãos, mas, não apalpam; pés, mas, não andam; nem som algum sai da sua garganta. “A eles se tornem semelhantes, os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.” Sal 115; 4 a 8  

Para consertar o erro onde o homem foi instigado a ser o que não é, O Salvador teve que, por um momento, agir como não sendo o que É. “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou  a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2; 6 e 7 Vemos que, para O Santo ficar semelhante a nós teve que descer; desse modo se entende a queda. Sair de um lugar de pureza, justiça, verdade, paz, vida eterna; para um plano de mentira, vaidade, engano, morte. 

Isso se deu por ter o homem adotado para si as palavras do inimigo; o reparo Divino começa aí; abdicar de nossas errôneas concepções,  imaginações vãs, em prol da Palavra de Deus. “Deixe o ímpio o seu caminho,  o homem maligno os seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. “Porque, meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem, vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8 

Assim, a conversão não é um ajuste entre ideias humanas e Divinas, uma busca de pontos de contato com eventuais religiões terrenas, antes, uma ruptura radical. A queda nos deixou “presos na mina” como os mineiros do Chile. Precisaram escavar 700 metros para resgatá-los. 

Nossa queda nos afundou bem mais.Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, são os meus caminhos mais altos do que vossos caminhos; os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” Is 55; 9 

Não importa nossa habilidade de escultores, tampouco, se nossas imagens são ídolos, literalmente, ou, “esculpimos” religiões, filosofias, culturas, ações humanitárias, etc. Ainda que possa haver  proveito temporal, horizontal, o lapso seguirá, exceto, se encontrarmos o novo nascimento em Cristo. “O qual, sendo o resplendor da sua glória, a expressa imagem da sua pessoa;  sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;” Heb 1; 3 

Platão denunciou, no Mito da Caverna, aos que tinham sombras por realidade; o homem caído, via engano tem uma imagem muito boa de sua “mina”; detesta que lhes apareçam  imperfeições. Mas, só iluminado poderá receber a cura.