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domingo, 23 de abril de 2017

A cereja da torta

“... Se este não fosse malfeitor, não te entregaríamos.” Jo 18;30 “...Dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum.” V 38

Quando Pilatos demandou a razão de terem trazido-lhe, Jesus, os acusadores não apresentaram como motivo, eventual culpa do acusado, antes, evocaram sua pretensa integridade como avalista; “Se não fosse malfeitor, não te entregaríamos.” Contudo, falando com O Senhor, o governador formou seu próprio juízo. “Não acho nele crime algum.”

Muitas vezes conflitamos conosco mesmo, para estarmos em paz com os circunstantes; ignoramos o que sabemos, no íntimo, para fazermos o que desejam aqueles que nos cercam. Essa auto traição possa acomodar as coisas, mas, o pior tipo de traidor é aquele que trai a si mesmo. 

Trair a qualquer um é grave, contudo, inda resta a atenuante de que, nosso amor próprio foi mais forte, e pensamos nas conveniências egoístas, mais, que nas consequências sobre a vítima. Porém, quem trai a si mesmo, atenua como? Talvez diga que, quis evitar a mal maior, vendo no comodismo, bem, mais valioso que honestidade. Dessa “matéria-prima” se faz hipócritas.

“Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena-se naquilo que aprova.” Rom 14;22 O contexto é atinente às coisas que causam escândalo, mas, a ideia de não condenar a si mesmo pelas más escolhas, é igual.

Acho tragicômico pessoas usarem as redes sociais para reafirmarem idiossincrasías, isolacionismo público, sua redoma psíquica onde só é permitido curtir ou, grafar, “linda(o)”; seus, “sou assim mesmo, ninguém tem nada com isso”, “só aponte a mão para mim quando a sua estiver limpa”; “já que não pagas minhas contas, não dê palpites”, etc. Cada um dizendo para todos que não precisa ninguém. Se assim é, exclua todos, feche essa bosta de uma vez por todas.

Eu permito que me corrijam se constatarem que estou errado; concordo que discordem, observado o devido respeito; que me aconselhem se têm coisas uteis a dizer; que brinquem comigo falando bobagens; que zoem se o inter ganhar, etc. Preciso que leiam o que escrevo, para que, meu labor faça sentido...

Sonegar essas coisas que são verdadeiras seria mentir, trair a mim mesmo. Embora sejamos ímpares, indivisíveis, donde vem, indivíduo, temos dificuldade de lidar com nossa individualidade. Nossas digitais não coincidem com as de ninguém, entre sete bilhões de terráqueos, tal, a singularidade que implantou em nós, O Criador. Então, embora seja desejável, salutar o convívio, malgrado, eventuais diferenças, devemos seguir sendo nós mesmos, de almas saudáveis, postura sincera, não abdicando do eu, para ser fragmento de massa.

“Toda unanimidade é burra.
Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.”
Nélson Rodrigues “Não espere unanimidade ao pedir que coloquem a mão na massa. Você só consegue essa unanimidade se fizer o convite pra ficar de pernas para o ar.” Eduardo Colamego

Assim, nossa decisão em relação a Cristo deve vir de conhecimento pessoal dele, como fez pilatos. Certa feita O Senhor perguntou aos seus, o que a “galera” falava sobre Ele. Uns, diziam ser Elias, um outro profeta, até, João Batista redivivo...então, perguntou-lhes novamente: “E vós, quem dizeis que eu sou?”

Não significa, isso, que Ele, ou, qualquer um de nós, seja o que as pessoas dizem; antes, o que dizem sobre nós, na maioria das vezes mostra o que as pessoas são, invés de evidenciar quem somos. Aí, quando Pedro disse que Ele era O Messias, O Filho de Deus, O Senhor lembrou que Pedro era um Iluminado pois, Deus lhe mostrara a verdade.

Por fim, para completa saúde da alma, não basta que sejamos honestos conosco mesmo, e que possamos discernir as coisas como são; a cereja da torta é que atuemos em conformidade com o que somos e sabemos, senão, nossa luz vira trevas. Pilatos reconheceu anunciou a inocência do Senhor várias vezes, entretanto, O entregou para que fosse morto. Sua luz, seu discernimento nada serviram para direcionar seus atos.

Lampejos eventuais de discernimento que não moldam o caráter. Tiago assemelhou ao cara suja que olha-se no espelho, sai de diante dele e esquece como era sua fisionomia.

A Luz de Cristo, necessariamente molda o andar dos Seus, os coloca em harmonia com iguais, e com Deus, como ensinou João: “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;6 e 7

Decida por si mesmo, em relação a Jesus; é sua vida, não a de terceiros que está em suas mãos.

sábado, 17 de dezembro de 2016

O que farei de Jesus?

“Vós tendes por costume que eu vos solte alguém pela páscoa. Quereis, pois, que solte o Rei dos Judeus? Então todos tornaram a clamar, dizendo: Este não, mas, Barrabás. Barrabás era um salteador.” Jo 18;39 e 40

“Este” era Jesus, O Senhor, que foi preterido. Pediram liberdade ao salteador Barrabás, e, condenação a Ele.

Barrabás, uma espécie de “Black Bloc” da época, que, eventualmente se insurgia contra a dominação romana, lançando mão da violência. Assim, se, reduzíssemos ambos, Jesus e Barrabás a uma palavra, Aquele, seria, Verdade, esse, violência. Por que o povo preferiu que a violência ficasse livre, e a verdade fosse assassinada?

As inclinações da plebe inflada pelo Sinédrio não tinham poder cabal para definir o rumo das coisas, esse, pertencia a Pilatos ele jactou-se disso, ante O Salvador: “...Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e para te soltar?” Cap 19;10

Entretanto, político que era, não queria ficar mal com o povo, mesmo que, para isso, ficasse mal com a consciência, a verdade. Dera reiterados veredictos sobre a inocência de Jesus: “...Não acho nele crime algum.” 18;38 “...Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum.” 19;4 “...Tomai-o vós, crucificai-o; porque nenhum crime acho nele.” 19;6

Assim, mesmo tendo poder para fazer justiça, e, identificando total inocência no Acusado, o entregou à pena de morte, afinal, a violência solta em prejuízo da verdade era o anelo do populacho, pelo qual, pusilânime, se deixou levar. Lavar em público suas mãos, como fez, não o inocentava de sua injustiça, apenas, testificava sua traição à própria consciência.

Acho que começamos tanger a orla do problema; consciência. Essa é a razão pela qual as pessoas preferem o convívio com a violência, invés da verdade. Afinal, violência é pontual, eventual, nem sempre me atinge; contudo, verdade é absoluta, cabal, e insiste em mostrar que sou mau, malgrado, me presuma, bom.

A verdade está, para o império da mentira que se tornou o mundo desde a queda, como o calor para o gelo, a luz para as trevas; invasiva, ameaçadora, excludente, diametralmente oposta.

Desse modo, para o homem natural, tão afeito ao pecado e seus prazeres, evitar à verdade é questão de “sobrevivência”, pois, ela insiste em apontar gravemente para a necessidade da cruz, do sacrifício do servo da mentira, para que, novo homem, segundo Deus, renasça em Cristo.

Cada vez que alguém ouve as Boas Novas, e segue sua senda de pecados, indiferente, como Pilatos, constata a verdade sobre Cristo, mas, escolhe as conveniências mundanas ao preço de trair a própria consciência. Depois de fazer isso, muitos “lavam-se” também, querendo ficar bem com o público, dizendo palavras simpáticas sobre Deus, a fé, ou, acenando com seu esconderijo em religiões, como se, isso, equivalesse a abraçar a Cruz de Cristo.

Embora não pareça, rejeição a Cristo é a maior violência possível sobre a Terra, pois, todas as demais podem ser perdoadas, e seus agentes ainda serem salvos. Contudo, quem rejeita ao Salvador, além de fazer violência contra si próprio, pois, espiritualmente prefere a morte, é partícipe da violência feita a Jesus, uma vez que, sabedor, não se arrepende, e, corrobora, em sua escolha, com o que foi feito na cruz.

Falando de uns que se tinham convertido e recaíram, a Bíblia diz que em seus corações crucificaram de novo ao Senhor; “... assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, o expõem ao vitupério.” Heb 6;6 Então, uma vez, nós crucificamos ao Senhor Inocente; cientes disso, só nos resta arrependimento, pedido de perdão.

Isso vai muito além de um conjunto de palavras, por eloquentes, belas, que sejam. Requer identificação de renúncia com o Salvador, sem a qual, nada feito. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Gostando disso, ou, não, estamos diante de Cristo, como Pilatos, e, não podemos transferir escolhas que estão em nosso poder, para outros que nos cercam. Como ele, precisamos encarar o problema: “ O que farei de Jesus, chamado Cristo”? Mat 27;22

No fundo, as alternativas se repetem; podemos optar entre verdade e violência; aquela, liberta, essa, escraviza. Desgraçadamente, muitos se agarram de tal modo à vida que levam, que a morte os leva, nem percebem.

Quem entende o que está em jogo, abre mão, e ganha, como disse Jim Elliot: “Não é tolo quem abre mão do que não pode reter, em troca de algo que não pode perder.”

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Reis falidos

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Dizimais hortelã, endro, cominho, e desprezais o mais importante da lei, juízo, misericórdia e fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.” Mat 23;23

Parece que nossos antepassados Fariseus faziam de bom grado as coisas fáceis, sem, contudo, se importarem em praticar o que era mais importante para Deus: “O juízo, a misericórdia e a fé.” O fato de algo ser prioritário, porém, não exclui a prática de outras coisas necessárias. O Senhor disse: Continuem fazendo essas coisas menores ainda, mas, pratiquem também as que são de maior relevância.

Com outras palavras o Mestre denunciou que eles coavam um mosquito e engoliam um camelo. O quê nos leva a sermos criteriosos com coisas pequenas, e relapsos com as principais? Provavelmente, o fato de que nosso “critério” não deriva de zelo de Deus, antes, não passa de uma selfie “espiritual” onde buscamos nosso melhor ângulo para nos expormos à torcida.

O homem espiritual sabe que está numa luta renhida, onde, nada menos que a verdade, aprendida, vivida e ensinada, o faz probo ante O Senhor. O hipócrita se satisfaz com um verniz dourado que o faça parecer áureo ante os olhos humanos, mesmo que, esteja desnudo diante de Deus. O danoso desse cristianismo “para inglês ver” é que, se mantido, nos fará herdeiros de uma “salvação” do mesmo calibre.

No fundo somos imediatistas demais para esperarmos viçarem os demorados frutos da fé. Assim, “recompensas” agora, prezamos mais que o galardão porvir. Por outro lado, a certeza que as consequências das más ações são demoradas também, nos dá “segurança” para seguirmos no escuro, imaginando que, um dia, oportunamente, sairemos à luz. Salomão ensinou: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Sabemos que pensamentos geram ações, ações forjam caracteres, e esses, colhem um destino. Enquanto não cambiarmos nosso jeito de pensar, seguiremos agindo apenas para a humana plateia, como que, cegos para a perdição que espera-nos, do outro lado do rio da vida.

Por isso, a conversão nunca começa no escopo das obras, antes, na mudança de mente, de coração, pois, feito isso, as coisas exteriores cambiarão também, tendo cambiado sua fonte, vejamos: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23 “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor...” Is 55;7 “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2 etc.

Cada um é rei no vasto império da vontade, e nossas escolhas pretéritas são as crônicas dos “decretos” que selamos desde nosso trono. Cristo, como a Herodes, soa uma ameaça à coroa que tanto prezamos.  Como aquele, hipocritamente queremos “adorar” o Novo Rei, embora, no fundo, obramos para que morra.

O que levou o Sinédrio a impor a Pilatos a morte do Messias, senão, o medo de perderem seu lugar? Pois, esse é o “problema” do Salvador: Ele quer o meu lugar. Disse: “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Desse modo, a conversão é absolutamente impossível à natureza caída, pois, teria que trair à própria inclinação que se opõe a Deus. “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;6 e 7

Esse é o papel da cruz. Matar um inimigo de Deus, e, em seu lugar, trazer à luz um filho adotivo mediante Jesus Cristo. Em quem aceitar tal renúncia, O Eterno se dispõe a fazer um transplante de órgãos, para possibilitar a obediência, antes, impossível. “Vos darei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.” Ez 36;26 e 27


Feita essa mudança vital, nosso próprio agir há de ser uma mensagem ante quem vê, e nosso anseio pueril de exibir virtudes sumirá paulatinamente, pois, a atuação do Espírito Santo, “Sangue” do novo coração, pulsará para que se veja Cristo em nós. 

É só um presunçoso invés de convertido todo “cristão” quem inda não pode falar como João Batista, o amigo do Noivo: “Convém que ele cresça e eu diminua.” 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A César o que não é de César

“Mas eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César.” Jo 19;15

César, imperador romano era cabeça de um reino que oprimia e dominava Israel, cobrando pesados tributos, a ponto de, um judeu trabalhar para o império cobrando impostos de seus compatriotas ser considerado grave pecado, daí, o desprezo que sofriam os publicanos.

Contudo, no julgamento de Jesus disseram eles que preferiam o domínio de César. O que havia no Senhor que o fazia tão detestável a ponto de os líderes judeus preferirem a tirania de Roma?

Segundo vaticinara Isaías, parece que o lapso era estético: “...não tinha beleza nem formosura, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.” Is 53;2 Embora não haja maiores referências físicas sobre O Salvador, exceto que, “crescia em estatura e em graça perante Deus e os homens”, a simples omissão de lapsos físicos demonstra que era Ele um homem normal. A falta de atrativos derivava de Seus ensinos, não, de atributos físicos, até porque, a esses ( os ensinos ) o profeta mencionara, antes, da “feiura” do Messias. “Quem deu crédito à nossa pregação...?”

Assim, a doutrina do Mestre soava sem atrativos aos judeus, não, Sua aparência. Porém, tão desprezível a ponto de preferirem César? Por quê?

Se atentarmos para Isaías uma vez mais, veremos que não pretendeu narrar a “coisa em si” como diriam os filósofos, mas, a coisa para si. Noutras palavras: Não, quem, de fato, era, O Senhor, mas, como seria aquilatado por seus ouvintes. Afinal, algo pode ser reputado mau, por ser, deveras, mau, ou, pela inépcia do avaliador.

O mesmo Senhor aludiu à importância da percepção apurada, para usufruto da luz espiritual. “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, teus olhos forem maus,  teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;22 e 23

Acho que começamos a entender porque César assustava menos que O Salvador. João introduz sua narrativa colocando Jesus como opositor diametral dos seus ouvintes, diz: “A luz resplandeceu nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” Jo 1;5

Com o Império Romano a coisa tinha certa harmonia. Malgrado os extorsivos tributos, havia concessões, como liberdade de culto segundo a crença judaica. O Senhor, por Sua vez, denunciou a hipocrisia de uma religião puramente formal, aparente, sem nenhuma essência, incapaz de agradar a Deus. Além disso, operou grandes sinais, que corroboravam Sua autoridade espiritual para contradizer doutrinariamente aos que se diziam doutores e mestres em Israel.

César não era ameaça ao “status quo”, pois, apesar dele, as coisas “iam bem”. Na verdade, desde que a humanidade passou a decidir por si mesma o bem e o mal, por sugestão de satanás, o bem passou a ser o comodismo, conforto, mesmo que conduza à perdição; o mal, correção, disciplina, não obstante, aja em prol da salvação.

Basta refletirmos uns segundos para vermos a massacrante vantagem numérica dos que preferem “César” aos ensinos do Salvador, mesmo, hoje.

Apesar dos pesados tributos de uma consciência culpada, as pessoas preferem a servidão no reino falido do pecado, uma liberdade condicional eventual, que é mera preliminar da prisão eterna, à cruz de Cristo que, mesmo tolhendo facilidades circunstanciais, reconcilia com Deus, silencia a consciência em paz, e permite a contemplação do Senhor como, de fato É, não, como parece aos maus olhos. “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.” Sal 29;2

O mais grave dessa perversão é que as pessoas dão a César o que não é dele; digo, ao escolherem as conveniências egoístas, carnais, não é isso estritamente, que escolhem. Antes, o domínio do “rei” alternativo que sugeriu independência humana invés da submissão a Deus. No fundo, ele é que está por trás de “César”, tipo de toda escolha comodista, indiferente ao Amor Divino.

O verniz hipócrita que compartilha nas redes sociais palavras bonitas e alugadas, não basta para disfarçar vidas feias, nem diante de homens com certo discernimento, quiçá, diante de Deus. Na verdade, podemos ser inimigos da Cruz de Cristo fazendo poesias e os mais belos encômios sobre ela.


Pilatos, então, representante de César lavou suas mãos hipocritamente enquanto fazia a escolha mais fácil ante Jesus. Quem avalia a aprovação humana como mais importante que a Divina, facilmente empresta seus lábios para “glorificar” a Jesus, enquanto seu coração clama por César. Quem não consegue ver feiura no pecado nunca verá a Beleza do Salvador; luz e trevas não coabitam.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Integridade,a pedra de toque do profeta

“Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não te entregaríamos. Disse-lhes, Pilatos: Levai-o, julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” Jo 18; 30 e 31

Pilatos, cioso do direito de defesa dos réus num tribunal quis saber qual era a acusação apresentada contra Jesus, porém, invés disso recebeu como garantia a pretensa integridade dos acusadores; “Se este não fosse malfeitor não te entregaríamos.” Que tribunal no mundo aceitaria esse tipo de “acusação”?

Todavia, se o achavam malfeitor, - disse – “julgai-o segundo vossa lei.” Aí, apresentaram seu “Problema”: “A nós, não é lícito matar...” Resumo da ópera: Já o julgamos e condenamos à morte, mas, como não nos é lícito fazer isso, mata ele pra nós, por favor!

Mas, que estranho tribunal era o deles, que prescrevia uma pena que não poderia cumprir? Na verdade, mentiram; pois, sua Lei previa pena de morte sim, em caso de adultério, feitiçaria, blasfêmia... Por quê precisavam da espada de Roma, então? Porque sabiam que Cristo tinha muitos seguidores, temiam uma insurreição do povo, mas, se fosse condenado por Roma, o povo temeria seu exército e se manteria comportado.

Essa mania tão atuante de fazer a coisa com a mão alheia pra ficar “inocente” é bem idosa, pois. Na verdade era, então, pois, nos seus dias, Davi desejando a morte de Urias o mandou para o combate sem proteção na retaguarda para que fosse morto “fortuitamente”; porém, o profeta Natã apresentou ao rei, a visão do Eterno: “Mataste com a espada dos filhos de Amon”.

Em suma, podemos mascarar responsabilidades, diluir culpas, hipocritamente instigar outrem a fazer o que desejamos, mas, esse teatro todo, tem alguma eficácia à plateia humana, ante Deus só nos agrava; acrescenta à maldade motivadora, a covardia como meio e a hipocrisia como refúgio. Não sem razão, que “Um abismo chama outro abismo”, segundo a Palavra.

Desgraçadamente tememos mais a reprovação humana que a Divina. A hipocrisia, outra coisa não é, senão, máscara que tenta ocultar nossas chagas morais aos olhos humanos. Antes Deus estamos nus. Na verdade, a maioria do engano religioso que grassa atualmente deriva de nossa culpa; a omissão em conhecer a Palavra de Deus, pois, nela, temos a “mente de Cristo” como disse Paulo, além da Bendita Assessoria do Espírito Santo que dá discernimento a quem O busca.

Se, a Palavra obra por desnudar, quem a conhece e vive, pode também ver além da superfície. Ouçamos: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4; 12 e 13

Entretanto, se, Pilatos desconfiou de uma acusação cuja garantia era a vontade dos acusadores, a maioria da geração atual recebe sem questionar promessas fáceis, “bênçãos” cuja fonte, são, interesses dos propositores, sem nenhum fundamento Bíblico; da Bíblia devidamente interpretada, pois, são mestres em perverter à Palavra fazendo parecer que preceitua o que rejeita.

Uma palavrinha que deveria ser melhor observada é: Integridade. Embora seja tida como sinônimo de idoneidade, probidade, caráter, quero-a, no sentido de, inteireza, invés de fracionada alguma coisa.

É que ouço com frequência defesas tipo: “Fulano fala algumas besteiras, coisas fora da casinha, mas, tirando isso, prega muito bem”. Cáspita!! Se inda é aprendiz não deveria ser pregador; se é pregador não pode falar besteiras mescladas à verdade. Como saberia o simples, qual parte é comestível, e qual, venenosa?

Uma coisa aprendi observando pregadores: Quem prega pequena heresia aqui, acaba incorrendo numa grande logo adiante. Nem sempre o pregador está “no óleo”, e, a mensagem flui naturalmente; mas, mesmo nesses dias em que prega, “carregando pedras”, sua mensagem não contém engano, heresia, frações contaminadas.

Como numa corrida de revezamento em quê, cada atleta passa o bastão após correr sua parte, assim, os pregadores legam uma mensagem à geração vindoura ao findarem a carreira; não importa quantos corram, no final, o bastão conduzido será o mesmo. Esse, é a Palavra de Deus, no Qual, não há “mudança, nem sombra de variação.” Se, os meios e a forma se modernizam constantemente, o teor segue inalterável.

Enfim, se naquele tempo, a conveniência invejosa dos judeus matou Jesus com a espada de Roma, em nossos dias, o comodismo preguiçoso mata outra vez, com a espada mercenária dos falsos profetas. O morte Dele, então, era necessária para nossa salvação; essa segunda faz o caminho inverso e reconduz eventuais salvos, à perdição.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Jesus, em nosso tribunal

“Pilatos, pois, tomou então a Jesus, e açoitou. Os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lhe puseram sobre a cabeça; lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: Salve, Rei dos Judeus. Davam-lhe bofetadas. Então Pilatos saiu outra vez fora, e disse-lhes: Eis aqui o trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum.” Jo 19; 1 a 4

Estranha figura esse Pilatos. Depois de submeter O Salvador a açoites e escárnios, defendeu Sua inocência. “... não acho nele crime algum.” Adiante reiterou: “...Tomai-o vós, crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele.” V 6

Ora, se sua consciência dizia que estava diante de um inocente, como autorizou que fosse crucificado? Talvez o clamor popular fosse muito forte; pode ser, mas, não bastava isso para tolher-lhe a autoridade, coisa da qual jactou-se ante O Mestre. “Disse-lhe Pilatos: Não falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e poder para te soltar?” v 10

Quando alguém não faz o que pode para salvar uma vida inocente, tudo o que pode é encenar, como fez ele, lavando as mãos. Limpou da poeira sujou de sangue. Na verdade, dado o valor de uma vida, e a inexorabilidade da morte, devemos fazer o possível para salvá-la, mesmo que seja culpada.

Quantos fazem o joguinho de Pilatos cegados pela própria hipocrisia? Tipo: Posso, mas, não farei, desde que pareça que a culpa não é minha. Embora tudo e todos, possam concorrer no sentido de me induzir a tomar certo caminho, sou o único senhor de minhas escolhas, salvo em casos extremos de tiranias opressoras, que mesmo ameaçando com morte, não têm como ingerir em minha consciência.

Todos nós, em certo momento estaremos como Pilatos, ante uma decisão de vida ou morte envolvendo a Jesus. Dessa vez, porém, a vida em questão é a nossa, não, a Dele. Daquele foi dito: Sei que é inocente, mas, que morra mesmo assim; nós outros podemos diferir, pois, mesmo sendo culpados, nos é facultada a escolha pela Vida.

Quantos “lavam as mãos” na bacia rota da hipocrisia colocando obstáculos inventados para disfarçar vontades rebeldes? “Há tantas religiões, dizem, como saber qual a certa? Tanto Pastor ladrão, mentiroso, por que me converter? Muitos se vestem de justiça própria; Não faço mal pra ninguém, não tenho vícios, como iria para o inferno? Etc.

Ora, quando o Senhor disse que os sãos não precisam médico, antes, os doentes, em momento algum esposou a ideia que existissem “sãos”. Como os pretensos sãos, os religiosos da época O censuravam por se misturar à ralé, usou esse argumento lógico, eivado de ironia para os desmascarar.

A condenação não foi Obra de Cristo; veio sobre toda a humanidade desde a queda. Erra quem afirma que a simples menção da Palavra de Deus estaria condenando alguém, antes, porfia por salvar aos já condenados. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Jo 3;17 e 18

A razão básica da condenação é a incredulidade. Claro que, crer deve gerar obediência para se revelar autêntico, senão, não passa de simulacro. No fundo, os que “não conseguem crer” recusam-se a obedecer.

A proposta maligna original, que, o homem se bastaria alienado de Deus, decidindo por si mesmo acerca do bem e do mal, sempre seduziu-nos. Meras partículas em mais de sete bilhões, de um gênero entre milhões da criação, nos supomos deuses universalizando preferências, inclinações, paixões... Frágeis a ponto de um invisível ser, vírus, bactéria, nos poder vulnerar, presunçosos ao extremo, como se nossa miopia contivesse a luz do Universo.

Não sem razão, Paulo associa incredulidade com cegueira: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4

Assim, gostando ou não, com o “júri” da fé ou, da incredulidade, acabamos, como Pilatos, julgando a Cristo. Quem crê O declara inocente, verdadeiro; quem foge, como o romano, o faz mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5; 10

Enfim, não basta identificarmos a inocência do Salvador, é preciso que também reconheçamos nossas culpas, pra que Seus méritos nos sejam imputados mediante perdão.

Senão, O entregamos para seja morto uma vez mais; e matar ao Único que salva, é só uma forma oblíqua de cometer suicídio.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Meios de massificação



Desde que o ser humano se pôs a pensar do ponto de vista filosófico, nuca teve a “manada” a multidão, como aferidora da medida. Malgrado o dito que, “a voz do povo é a voz de Deus”, embora útil a sentença em determinadas situações, isso nem sempre se verifica.  “A multidão é ignorante”, diziam filósofos gregos. 

Entretanto, o fenômeno moderno dos veículos de comunicação de massa, traz um efeito colateral à comunicação; a massificação.  Somos imitadores natos. Quem sabe,  faltem parâmetros imitáveis em nosso meio; e isso delegue o espelho às ditas celebridades, que se nos tornam modelos; invariavelmente ancoradas em um dom, um talento, quase nunca, em valores. 

Assim, pior que a massificação em si, é a qualidade da massa que se produz.  Os vencedores, amiúde, são contados por troféus, conquistas, fama, com ou sem virtudes, bastando seu talento.  Esses ícones que a maioria da galera gostaria de ser, são projeções ímpares de indivíduos; contudo, ainda que, involuntariamente, acabam sendo meios de anulação dos demais que os admiram e idolatram, fantasiando  nos tais, a perfeição que lhes falta. Muito “seguidores” inclusive brigam com seus ídolos, quando, se decepcionam com essa ou aquela postura. 

O indivíduo, como o nome sugere, é indivisível o “átomo” metafísico.  Seu potencial, suas características são únicas. A adesão de um assim a outro, posto que talentoso, não obra a realização individual, antes, anulação do ser, a perda do “eu” no coletivo. 

Qualquer um que ouse ter uma postura não “ortodoxa” como a Jornalista Raquel Sheherazade, por exemplo, enfrenta duras restrições, afinal, não fala nem pensa como “todo mundo”. Embora não concorde necessariamente com tudo o que ela diz, admiro pessoas que entram no mar e não viram peixe, digo, não se contaminam pelo meio, antes, preservam a individualidade e as opiniões, quer sejam pacíficas, quer, polêmicas. 

Mesmo no meio espiritual, muitos acreditam que a Vontade de Deus seja produzir uma “massa” santa. Ora, basta apreciarmos um minuto o que nos cerca para vermos como O Criador ama a diversidade. Aliás, quando Pilatos usou o peso coletivo como argumento contra o Salvador, Ele devolveu a responsabilidade ao indivíduo. Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim.” “...Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz...” Jo 18; 35 e 37 

Isso de diluir responsabilidades funciona nos meios sociais, políticos; ante Deus, não, como disse Paulo: “Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, toda a língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14; 11 e 12

Até os de fora questionam a diversidade denominacional dos cristãos como se isso fosse prova de confusão, erro. Em Seus dias na Terra o Salvador disse: “Quem não é contra nós é por nós.” 

Claro que há muita confusão,  heresias no seio do cristianismo; isso advém da mistura de salvos e não salvos, obedientes e rebeldes, nada tendo a ver com nomenclaturas, ou, mesmo método de evangelização. A unidade dos salvos é espiritual. Pertencemos a um mesmo Espírito e somos indivíduos. 

Nosso “ícone” não massifica; antes faz crescer, santifica. “Até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejam mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4; 13 e 14 Essa unidade, invés de massa, forja adultos espirituais.

Cada cristão conhece a Vontade de Deus para si parcialmente; uns mais, outros menos. A medida de nosso conhecimento é nossa luz; segundo  ela, Deus espera que andemos. “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros  e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1; 7  

Como todo ser vivo tende a crescer, igualmente a luz dos salvos; “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4; 18

Alguém disse: “Quando todos pensam o mesmo, ninguém pensa grande coisa.” Se observarmos com atenção os profetas, nunca foram aves de bando, antes, águias solitárias arrostando tempestades. 

Embora saibamos que a lisonja faz mais mal que a crítica, a maioria prefere esta, pelo conforto, àquela, dado que é um remédio amargo.  De certo modo, é inevitável que estejamos na massa; mas, mesmo estando, podemos não ser massa, como as passas do Panettone. Se, Maria vai com as outras, pelo menos, que as outras saibam pra onde vão.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O aplauso da Terra

“Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” Rom 5; 14 
  
Esses dois eventos pontuais, tanto do primeiro quanto do “segundo Adão” têm reflexos universais. A diferença fundamental é que a herança da queda é necessária; todo descendente de Adão recebe seu quinhão; enquanto a salvação pelos méritos de Cristo é arbitrária; as pessoas podem recebê-la ou não, ainda que disponível a todos.

A mensagem da cruz pode ser difusa entre multidões, mas, a resposta será sempre individual. Mesmo na rejeição do Salvador, Pilatos usou o “argumento” da multidão como que legitimando Sua prisão; “A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?” Jo 18; 35  Depois de explicar a natureza de Seu Reino, o Senhor ensinou: “Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” V 37

Por que exponho isso? Porque vivemos a ditadura do “politicamente correto”, onde qualquer expoente espiritual é escrutinado com rigor quando fala, para ver se os ouvintes, leitores ou telespectadores são incluídos, de certo modo, nas respostas que o entrevistado dá. Ora, o Reino dos Céus prima por valores, não aplausos; por mudança de atitudes, não de palavras. 

É extremamente radical, exclusivista, uma vez que recusa outro fundamento que não Cristo; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3; 11 É igualmente conservador, uma vez que; “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente”. Heb 13; 8
 
Criterioso com o material de construção empregado; “E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” I Cor 3; 11 e 12

Então, se algum líder ficar procurando palavras da moda, segundo o espírito do mundo para “ficar bem na foto”, tal, já não representa o Reino; foi seduzido, como Esaú, por um prato de lentilhas.

O Senhor fez questão de deixar clara nossa separação; “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” Jo 17; 14  Tiago foi além: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Então, apesar do Reino de Deus ser inclusivo, ter lugar para todos que se arrependem, não significa que Deus aceite tudo; ou, queira parecer “lógico” ante as mentes ímpias.

Afinal, nosso labor como igreja além de ser um convite à salvação, deve ser expressão viva do juízo de Deus. A igreja sadia convida à salvação, mas, também denuncia a insensatez do mundo com seu testemunho e sua mensagem.

Do jeito que temos visto, o mundo tem examinado a igreja e achado meio retrógrada, radical, de modo que está pleiteando mais “abertura” tolerância. Pior está conseguindo.

Muitos descuidados associam as mudanças tecnológicas com valores morais, como se esses pudessem “evoluir” também. Se assim for, um “Deus” que evolui em seus valores deve ser produto da mente humana. Se Ele existe e é Eterno não pode sofrer ação do tempo. 

Certo, Sua revelação foi progressiva em vista da nossa limitação, mas, nunca mudando Seu Ser ou Seus valores.

Então, um expoente espiritual autêntico não deve se importar com as críticas do mundo, nem com a patrulha politicamente correta; antes, sua preocupação deve ser transmitir valores espiritualmente sadios. Nada valem concessões conceituais genéricas; devemos tratar com indivíduos, pessoalmente.

Cada um tem suas dores, erros, temores. Ou o amaremos dando o remédio amargo que cura; ou, douraremos a pílula enganando ao enfermo e a nós mesmos por covardia, medo da crítica. É vergonhoso saber que, muitos, depois de aceitarem o desafio de tomar a cruz, preferem crucificar outra vez ao Senhor, a crucificar seu desejo de aceitação terrena, aplausos fúteis.

Ora, a crítica humana é o aplauso celeste. “…porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16; 15
 
Quanto mais de Cristo houver em nós, menos pó da terra;  Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3; 1 a 3