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segunda-feira, 11 de abril de 2016

O filósofo e o político; água com vinagre

“A missão do chamado «intelectual» é, de certo modo, oposta à do político. A obra intelectual aspira, frequentemente em vão, a aclarar um pouco as coisas, enquanto a do político, pelo contrário, consistir em confundi-las mais do que já estavam. Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral.”  (Ortega Y Gasset)

Uma síntese que explica muito, das dores sentidas, quando, tentamos debater com alguém usando o método filosófico da busca pela verdade, independente das consequências. Deparamos sempre com a obtusa desonestidade intelectual que caracteriza o político. O que ele definiu magistralmente como hemiplegia moral dos imbecis, isso de nos encastelarmos numa ideologia, direita, esquerda, e, à partir dela construirmos nossas “verdades” alvejando a todos que, se nos opõem.

Suponhamos que um fato qualquer desabone uma liderança política, seja do partido que for. Presto seus defensores tentarão ocultar, defender, justificar, diluir, quaisquer que sejam as consequências sociais do ato improbo.

Ora, se alguém malversa o Erário, seja Lula, FHC, Dilma, Aécio, Marina, Renan, etc. tal está me prejudicando, uma vez que, em parte sou dono também, daquilo que foi malversado.
Se, eu o defender por ser simpatizante de sua ideologia, não passo de um imbecil, como disse o filósofo. Minha ética, moral, paralisa ao frêmito da paixão ideológica, dado que, logo assomará de novo, se, o culpado for dos adversários. “Hemiplegia moral”; nada poderia ser mais expressivo!

A mente filosófica não se satisfaz com o escuro, tampouco, com meias verdades; a do político, por sua vez, descansa sobre as maiores injustiças, desde que, compactue com a ideologia dos seus agentes.

Raul seixas cantava algo dizendo-se idiota ridículo que usava apenas 5% da sua cabeça animal, pretendendo tipificar todo o gênero humano. Não sei se esse número arbitrário tem alguma procedência; mas, que podemos mais, com certeza, podemos.

Como seria nossa nação, se, invés da crassa paralisia intelecto-ético-moral que grassa, houvesse cidadãos conscientes que ultrapassassem a barreira “intransponível” das paixões partidárias, e invés de escudar ladrões, os expusessem, exigindo punição severa pelos males feitos, e excelência funcional dos eleitos que ainda não fizeram males?

O poder, deveras, emanaria do povo, o Estado temeria ao cidadão, e prestar-lhe-ia os melhores serviços possíveis, uma vez que, monitorado por “patrões” aptos, perspicazes. Mas, as paixões, como nos separarmos delas?

Ocorreu por um instante a figura de dois profetas bíblicos, Elias e Eliseu; esse apegou-se àquele e jurou por Deus que não o deixaria; iria onde ele fosse. Mas, como era propósito Divino arrebatar Elias, cuja missão fora cumprida, Deus enviou um carro de fogo e separou a ambos, para elevar Elias num redemoinho.

Qual a relação do incidente com nossa reflexão? Estava pensando no apego das paixões. Elas têm o potencial de cegar, grudar nos ídolos, enfurecer, tornar violentos os seus pacientes, jamais obram visando a lucidez. Paixão é um fogo castrado da luz, mas, veemente para gerar calor. Assim, se não houver uma interferência Divina que separa a alma apaixonada de seu amo, argumentação alguma logrará.

Talvez, depois de ter sofrido algo assim, um poeta disse: “Não te aprofundes nas questões; elas não têm fundo” (Zeferino Rossa)

Por diáfanos e sábios que sejam os argumentos, a cegueira voluntária do apaixonado se encarregará de fazê-los baços, imprecisos, quando não, “errados”.

Ora, que importa a mim quem está no poder, de qual partido é, (sobretudo, onde há mais de trinta partidos ) que importa, digo, desde que, seu trabalho público propicie melhorias sociais verazes, aumento da produção e da distribuição de renda? Empregos, um upgrade na educação, e “de lambuja” os políticos tenham uma conduta ética, cidadã, visão de estadistas, em busca do bem comum? De qualquer viés ideológico, quem lograr algo assim terá meu aplauso, estará fazendo grande bem ao país e fertilizando meu orgulho de ser brasileiro.

Mas, não raro ouvimos algemados cantando loas à liberdade. Digo, os cegos pelas paixões jactando-se de livres, de fazerem escolhas isentos das opiniões alheias. Uma ova! Não passam de gado marcado, tangido por longínquo berrante, propriedade particular de manipuladores.

O homem realmente livre, é também livre das certezas, dada a imperfeição da espécie humana, sujeito a mudanças de convicções, quando os fatos desfizerem as boas expectativas que depositava em alguém.

A dúvida, aliás, é prerrogativa dos sábios; só os imbecis esposam “seguras” certezas.
Temo que dores ainda estejam reservadas para muitos brasileiros no atual cenário, onde, a fogueira das paixões é alimentada todos os dias, e manipuladores escudam-se atrás dos muros da ignorância. Já houve duas mortes, e receio que outras haverá. A indigência mental e moral, costuma cobrar seu preço em sangue.

sábado, 2 de abril de 2016

Pelados a Rigor

Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.” Nélson Rodrigues

Frequentemente se ouve que religião e política não se discute. Depende o que se considera discutir. Alienação nesses casos empresta penas de ganso aos travesseiros dos falsos profetas e corruptos. Se, por discutir entendemos debater racionalmente, buscando entender causas e consequências, pode ser produtivo, iluminar.

Porém, se a coisa resumir-se a mero apego apaixonado, melhor evitar mesmo. O apaixonado é como o corno que, advertido, se volta contra quem o avisa, invés da devassidão da esposa infiel.

Em que consiste a paixão? Oriunda do latim, passionis, que significava "passividade", "sofrimento...” Em suma, é um estado de ânimo que não tenho, antes, ele me tem; à medida que, sob sua influência não mais domino as ações. Como um paciente no hospital, (palavra da mesma raiz) estou totalmente a mercê de médicos, enfermeiras.

Geralmente nos apaixonamos por algo quando nos parece belo, desejável; no prisma religioso, um mensageiro fiel há de chamar seus ouvintes à cruz; não soa simpático isso. Embora seja medicinal, ensejando saúde espiritual nos que lhe ouvem, jamais gerará paixões, por sua gravidade, sobriedade. Um falso profeta que promete o Céu na Terra conseguirá defensores apaixonados.

Se, o escopo for político, menores as chances, de um sujeito ético, probo, que tem que lidar com uma realidade adversa ensejará paixões; probo que é, será verdadeiro; dirá de antemão das medidas amargas que tomará se eleito; por isso, tende a não ser.

Assim, quanto mais safado, desonesto intelectual for o postulante, maiores as chances de atrair seguidores apaixonados. Soren Kierkergaard disse: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e uma boa dose de mentira.”

Assim, aos olhos de um povo cretino, quanto mais cretino o líder, mais amado. O fato de que muitos políticos de sucesso são mentirosos, não é exclusivamente reflexo da classe política; é também um reflexo do eleitorado. Quando as pessoas querem o impossível somente os mentirosos podem satisfazê-las.” (Thomas Sowell)

Se alguém está pensando, a esta altura, que isso explica o sucesso eleitoral de Lula e Dilma, explica. As amplas e comprovadas denúncias da infidelidade de ambos, só tem aquecido mais seus defensores apaixonados, que mesmo em pleno Palácio, não se furtam de ameaçar pegar em armas, invadir propriedades, boicotar avenidas, “incendiar o país” como dizem, em “defesa da democracia”.

Ora, nada de inconstitucional está sendo tramado; se estivesse, como conviria, no caso, não seria de domínio público, tampouco, com rito estabelecido pelo STF, como foi o processo do impeachment. Os líderes que ascenderam nas asas da mentira, como abririam mão dela agora, que, por estarem “no pincel” precisam seu amparo desesperadamente?

Se Lula e Dilma dissessem que as “Pedaladas Fiscais” não existiram, e fosse possível comprovar isso, ou, ao menos, verossímil, seria uma defesa aceitável, algo a se investigar, debater. Agora, dizer que, existindo, não configuram crimes de responsabilidade, contrariando ao texto constitucional, e que, portanto, impeachment “é golpe”, tecnicamente significa incorrer noutra culpa que também é passível de impedimento: Improbidade. Basta ler o texto constitucional.

Mas, quem tolera de dentro do palácio governamental, ameaças à ordem social, pior, estimula ao açodar ânimos apontando uma ilegalidade que inexiste, como se poria a pensar em coisas comezinhas como probidade, idoneidade? Como alguém que, ao cair na areia movediça afunda mais rápido, tanto quanto, mais se debate, assim o PT, quanto mais “se defende”, mais culpado se faz.

Os métodos “democráticos” ao buscarem apoio também estão revelando que eles pretendem se lavar com lama. A aprovação do impedimento acabou se tornando questão de tempo. Não se trata de paixão política por adeptos de um partido oposto; antes, indignação cívica, apartidária, de cidadãos revoltados com tanta corrupção, roubalheira, cinismo e incompetência.

Sabemos das ladroeiras grossas do PMDB, virtual herdeiro do poder, mas, a sujeira petralha é tanta, que nos sentimos como assistindo certos filmes, onde, a própria polícia corrupta coordena a máfia, e acabamos torcendo para os bandidos.

Entretanto, um carro andando a 180 km por hora, caso decida parar, não o fará de chofre; carecerá, além de bons freios, uns 40 ou 50 metros de pista para alcançar seu objetivo. De igual modo, gente desordeira, treinada em causar destruição como são as milícias vermelhas, excitadas como estão, não irão para seus redutos lamber feridas e repensar rumos. 

Teremos violências, mortes, sangue inocente correrá, graças ao estímulo de canalhas, irresponsáveis.


Eles estão nus; mas, seus defensores apaixonados acusam aos 90% restantes de desrespeitarem as regras do campo de nudismo. Errado para eles, é estar vestido. Seus líderes estão certos. A culpa é do Moro.