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domingo, 19 de julho de 2020

A Fraqueza da Fé


“O teu Deus ordenou tua força; fortalece, ó Deus, o que já fizeste para nós.” Sal 68;28

A perspectiva Divina, que por ser Ele Eterno, parece viver sempre no presente, (O Senhor desnudou Seu Santo Braço... Is 52;10, 730 anos antes de acontecer) e a nossa, num crescente montante de passado, a cada segundo que vai, e infindo devir.

Para Deus as coisas estão prontas; “já fizeste para nós;” nós pedimos que aconteçam ainda. “fortalece...”

Assim, entendendo essa relação do “Pai da Eternidade” com o tempo, qualquer um pode ser, eventualmente, profeta; basta repetir o que Deus falou, respeitando contexto, propósito e alvo, e certamente o predito acontecerá. “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 2;8

Quando a Palavra diz que “a fé é o firme fundamento das coisas que se não veem, e a prova das que se esperam”, Heb 11;1 e nela se pode, como Moisés, ficar “firme como que, vendo o invisível”, é que em seus domínios somos guindados à perspectiva Divina; e podemos aí, “Chamar às coisas que não são, como se já fossem.”

Como não é necessário “chover no molhado” segundo o dito, nas coisas atinentes estritamente, ao Divino agir, nosso papel não é fazer, mas confiar em Quem Faz. “...no estarem quietos será sua força.” Is 30;7 “A Obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29 Claro que um salvo é desafiado a agir como tal, nas coisas suas.

Logo, fé não é uma força que faz acontecer as coisas que desejamos, antes, uma dependência confiante Naquele que, segundo prometeu, já fez o necessário ao nosso favor, malgrado, ainda possa estar oculto, após a cortina do tempo.

Outro dia coloquei numa frase despretensiosa que a fé é fraqueza, não força; pois, ante um não! ridículo qualquer, precisamos repousar numa Integridade Majestosa do Tamanho de Deus.

Pensando bem, não é mero jogo de palavras; é isso mesmo.

Fé em si mesma é um atestado de dependência e confiança em Quem pode. “... A Minha graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;9 e 10

Quando estou fraco sou forte porque elimino a “concorrência” ao Divino agir; isto é: A confiança no braço humano onde só Deus poderia. “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

A fé sadia une meu coração ao Senhor, além do componente necessário de confiança irrestrita tem também um “tempero” afetivo que leva a seguir ao Amado, mesmo que, eventualmente me conduza por caminhos inesperados ou, indesejáveis. “Amarás ao Senhor teu Deus de todo coração, alma e entendimento...”

A fé bastarda, filha da prostituta espiritual, da “teologia da Prosperidade” e adjacências, insinua-se como sendo uma força por meio da qual se pode conquistar o que se deseja “em Nome de Jesus”.

A bíblica enseja segurança mesmo na fraqueza e adversidade, pela entrega irrestrita ao Amor e Integridade de Quem nos conquistou.

Mais ou menos com versou Habacuque; “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da manada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

A fé genérica devaneia castelos no “terreno” das próprias cobiças e requer que O Eterno construa. A sadia caminha com Deus até pelas cavernas da terra, pois firma-se numa Pessoa, não num amontoado de coisas.

Quem se presume convertido, mas busca prioritariamente coisas, não Deus e Sua Justiça, quando na encruzilhada do Evangelho viu a seta que apontava para a cidade da Salvação mediante a vereda do “Negue a si mesmo” desviou-se por um atalho que presume paralelo mas, é oposto. Leva à perdição.

Infelizmente, a incredulidade suicida conseguiu ingresso em meio às facilidades do Paraíso; agora para regeneração, a fé carece ser testada e aprovada nas vicissitudes injustas de um mundo mau que “jaz no maligno”.

Quem associa a posse de uma fé vívida com facilidades, não passa de um estúpido que pensa que se vai ao front bélico para jogar damas invés de pelejar.

“Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios; esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; como filhos obedientes...” I Ped 1;13 e 14

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O tempo das asas

“Tudo tem o seu tempo determinado, há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” Ecles 3;1

Não significa, tal afirmação, um fatalismo cronológico dentro do qual, o homem deixaria de ser arbitrário, antes, uma dimensão espaço-temporal, finita, na qual, deve exercer suas escolhas. Escolhas, essas, que podem abreviar, quando não, dar fim, a esse mesmo espaço.

A “condenação à liberdade” traz como penas as consequências, e, das tais, não podemos nos evadir. Muitos conflitos, dores, derivam de uma má compreensão de nossa situação ante o tempo. Para Sara, esposa de Abraão, por exemplo, passara o tempo para ter um filho; como Deus “falhara” em cumprir Sua promessa, planejou um arranjo periférico tomando sua escrava como “barriga de aluguel.” Ora, é certo que, no prisma da lógica humana, suas “credenciais” maternais não ajudavam, entretanto, quem prometera fora O Eterno, que tem outra relação com o tempo, diverso das coisas criadas, “debaixo do céu”. Onde a lógica fraqueja, a fé tem ocasião de se mostrar mais robusta.

Assim sendo, o “homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus...” devemos “comparar as coisas espirituais com as espirituais.” Nossa relação com o tempo natural está ao alcance de todos. “Sabeis discernir os sinais dos céus...” Contudo, os tempos espirituais, demandam certa relação mais apurada com Aquele que É “Pai da Eternidade.” “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5 Ou, “Muitos serão purificados, embranquecidos, provados; os ímpios procederão impiamente, nenhum dos ímpios entenderá, mas, os sábios entenderão.” D 12;10

Deus privou-nos da data exata do nascimento do Salvador, bem como, Sua volta, pois, a primeira não parece relevante para nossa salvação, a segunda, seja quando for, não irá surpreender aos “sábios”, tampouco, alimentar excitação hipócrita de oportunistas. Dos Seus, Ele espera um relacionamento sadio “full time”, não ao açodo de imediatismos egoístas. “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, nunca falte o óleo sobre tua cabeça.” Ecl 9;8

“O tempo fez muito bem a você”, usamos dizer a alguém, cujo decurso dos dias não marcou tanto. Porém, mais, ou menos formosas, as coisas finitas rumam à decrepitude, ao fim. Embora possa ter sua vantagem eventual tecermos um belo casulo, no fim das contas, valerá, com quais asas dele sairemos, o demais, é biodegradável.

Como nossa tênue relação com o tempo oscila frágil pingente pelo fio da vida, é presunçoso deixarmos para amanhã, ou, um futuro indefinido decisões vitais, que respeitam ao “resto” de nosso tempo, a eternidade. Tiago pincelou essa fragilidade: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois, desvanece.” Tg 4;14

Em face disso, A Palavra sempre é apresentada com senso de urgência, para ser abraçada imediatamente, e, eventual ouvinte descuidado não ser precipitado no abismo tendo estado na Porta do Céu. “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes sua voz, Não endureçais vossos corações...” Heb 3;15

É comum as pessoas dizerem a coisa certa pela razão errada. “Viva cada dia como se não houvesse amanhã, como se fosse o último”. Quando atentamos, amiúde, para a intenção das palavras, vemos que, não raro, a ideia é “curtir a vida” dar-se aos prazeres; não, estar espiritualmente preparado para iminente encontro com O Senhor. Invés, de, aproveite hoje como se, tua última oportunidade de salvação, dizem: Peque até à última gota, justifique bem tua perdição.

Muitos são levados por fontes espúrias a crer que, haverá sempre novas oportunidades, reencarnações. Quem não for salvo nesse tempo será noutro. Pode ser mais fácil crer assim, contudo, não é certo. Sem essa que Espiritismo é Bíblico, tampouco, cristão. Dizem que O Prometido Espírito Santo seria a revelação da doutrina espírita prometida por Cristo, mentira!

O Salvador, aludindo ao Espírito Santo disse que, vindo, “Convenceria o mundo do pecado, da justiça, do juízo”, ensinos ausentes no espiritismo; mais: “Vos fará lembrar minhas Palavras”, disse. Nada fora escrito, até então, do Novo Testamento, O Espírito escolheu vasos para isso, e capacitou após.

A salvação depende de “Novo nascimento” sim, mas, nesse mesmo corpo pecaminoso, arrepender-se dos erros, confessar, receber Jesus como Senhor, obedecer. Não se trata de novo corpo para esse espírito, antes, um novo espírito para esse corpo, potencializado pelo Espírito Santo. “O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3;6

Mediante Jeremias, Deus dera tempo e ensinos que teriam salvado seu povo de cativeiro iminente. Não deram ouvidos, nem aproveitaram seu tempo. Não aconteça o mesmo conosco, para não termos que falar como aqueles: “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos.” Jr 8;20

quinta-feira, 12 de março de 2015

Fé x macumba virtual

“Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse.” Is 28; 16  

Sendo a fé um elo entre dimensões distintas, efêmera e eterna; e, o vetor dessa distinção, o tempo, natural que seus pacientes deparem com certas “discrepâncias”.  Simplificando: As mesmas coisas se fazem mui diferentes em face ao ponto de vista. 

Por exemplo: No texto supra entregue a Isaías mais de sete séculos antes de Cristo, Seu advento é dado como cumprido; “Eis que assentei em Sião uma pedra...” Depois, falando aos tributários do tempo, nós, desafia-nos à confiança, não, à pressa. “Aquele que crer não se apresse.”  

Afinal, Deus chama as coisas que não são como se já fossem; vê através do tempo. Insta aos que Nele confiam a um “upgrade” excelso, onde, passariam a ver, em parte, como Ele. Essa “viagem no tempo” mediante a fé só é possível nos parâmetros da Sua palavra, fora disso não passa de fantasia enfermiça.

Entretanto, a “fé” que tem desfilado por aí, não raro, é desprovida de essência; mera confiança otimista que as coisas passarão a “dar certo” em atenção a certas asseverações “bíblicas.” Uma espécie de macumba virtual que forçaria ao Eterno a atuar no nosso tempo; de acordo com nossos anseios rasteiros. 

A fé Bíblica tem objetos definidos: “Crede em Deus, crede também em mim”; desafiou Cristo. Mais; além do alvo hígido se requer que o fim pela qual foi legada também seja bíblico. “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Ensinava Spurgeon.  

E o lugar da fé em nossas vidas é propiciar o renascimento espiritual, a edificação, de modo que, um ser, antes, inimigo do Eterno, mediante a fé em Cristo receba adoção de filho, capacitação do Espírito Santo, para atingir um modo de vida que agrade a Deus; o alvo Bendito a ser buscado na senda da fé. Ouçamos: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.” Heb 11; 6

Notemos que, o galardão, ( recompensa ) deriva de buscarmos Deus; atingirmos um padrão de vida, valores, que nos façam agradáveis a Ele; o que só é possível em Cristo. 

Assim, as bênçãos verazes são o “efeito colateral” de uma relação refeita e sadia como o Criador. As petições egoístas e imediatistas que muitos confundem com as digitais da fé não passam de um “pedir mal”, que não será atendido; pelo menos, por Deus; como adverte Tiago: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” Tg 4; 3 

A fé correta, pois, não pretende burlar ao tempo em sua marcha; antes, amoldar-se confiante Àquele que preside sobre ele; O Pai da Eternidade. Os simulacros podem dizer, após suas “profecias” convenientes: “Quem crê compartilha”; a fé bíblica diz diverso: “Quem crer não se apresse.” 

Afinal, depois de assentar em Sião Sua “Pedra Preciosa”, como vaticinou Isaías, as consequências tinham a ver com santidade, justiça, invés de prosperidade como devaneiam alguns. Disse: “E regrarei o juízo pela linha e a justiça pelo prumo; a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo. A vossa aliança com a morte se anulará; o vosso acordo com o inferno não subsistirá;  quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados.” Vs 17 e 18 

Um alvo horizontal: “Juízo pela linha.” O que semearmos ceifaremos; o que fizermos aos nossos semelhantes farão de novo a nós. Outro, vertical; justiça pelo prumo; ou seja, segundo o padrão celeste. 

Alguns imaginam que Deus depende de nossa fé para atuar; jamais. Apenas se agrada de abençoar a quem crê e obedece. O Eterno mesmo disse algo assim ao relapso sacerdote Eli: “...aos que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2; 30

Isso excede  muito ao recitar mecânico de belas palavras. Ainda, Isaías: “...este povo se aproxima de mim com  sua boca; com os seus lábios me honra, mas, o seu coração se afasta para longe de mim...” Is 29; 13 

Em suma, aquele que, graças a uma fé sadia consegue ver o que lhe cabe como Deus vê, não se inquieta tanto com coisas, antes, com valores do alto. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima... Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;” Col 3; 1 e 2 

Invés de vãs promessas fáceis, que tal compartilharmos uma fé sadia? Aquele que crer não se apresse.