“Agora,
porém, completai o já começado, para que, assim como houve a prontidão de
vontade, haja também o cumprimento...” II Cor 8;11
No contexto, Paulo refere-se
a certas oferendas que começaram a ser recolhidas na próspera igreja de
Corinto; tarefa que tinha sido deixada incompleta, cujo fim, seria ajudar outras
igrejas mais pobres. Exortou: “completai o já começado...” Por ora, me aterei a
isso. O hábito humano de largar coisas importantes sem acabar.
Quando desafiava
alguns a abraçarem a salvação, Cristo advertiu: “Pois, qual de vós, querendo
edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para
ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto
os alicerces, não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer
dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.” Luc 14;28 a 30
Nesse caso, o sujeito não pode acabar por falta de insumos, meios. Mas, quais
são exatamente, os “materiais de construção” necessários pra edificarmos em nossas
vidas a salvação? Ouçamos: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a
tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” V 33
Vemos que tal edifício se
faz não com coisas que possuo, antes, com minha capacidade de renunciar posses;
noutras palavras: Não se faz com o que tenho, antes, com o que Deus me dá se O
permitir remover coisas inúteis.
O que o salmista dissera da segurança de uma
casa e sua edificação, vale, sobretudo, no prisma da salvação de nossas almas. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o
Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” Sal 127;1
De igual
modo, a salvação; se não for nos termos do Senhor, Sua Palavra, por mais
esmerada que pareça, no fim, será trabalho vão. Eis o desafio da fé! Ela insta
a desconfiar de coisas palpáveis e depositarmos nossa segurança no Caráter do
Senhor, malgrado a privação da vista. “A
fé é o firme fundamento do que não se vê.”
Quando se vai edificar algo levamos
em conta as necessidades e o gosto de quem vai habitar. Os espaços internos, a
aparência exterior, o material, a cor, tudo deve atender às inclinações do
futuro proprietário.
Pedro ensina: “E,
chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas,
para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados
casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;4 e 5 Aqui temos a utilidade
funcional da “casa”, mas, Paulo identifica o morador. “Edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal
pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo
santo no Senhor. Onde, também vós juntamente sois edificados para morada de
Deus em Espírito.” Ef 2; 20 a 22
Na Parábola do Semeador o Senhor alistou
alguns óbices à edificação; perseguições, o estrago das “aves” que comem a
semente, enganos do mundo, a sedução das riquezas materiais... Quantos têm
parado de edificar ante esses obstáculos!
Contudo, outro mais pernicioso que
esses, uma vez que oculta o abandono da obra, faz parecer que a edificação
continua é a heresia.
Os materiais “alternativos” por resistentes que pareçam
serão rejeitados pelo Senhor do Templo. Paulo identificou um atalho assim entre
os gálatas, e denunciou: “Corríeis bem; quem vos impediu, para que não
obedeçais à verdade?” Gál 5;7
Vemos que, ante o Eterno, palavras da moda como
tolerância, diversidade, aceitação, inclusão, etc. sequer são mencionadas,
antes, o substantivo mor do Seu edifício é a verdade. Está para a obra, como a
armação de ferro que sustenta a toda estrutura.
Não obstante a pecha de
"donos da verdade” com a qual maculam, alguns, aos que seguem à Palavra,
ela, a Verdade é que nos possui. Tolhe-nos todos os caminhos alternativos;
“ninguém vem ao Pai senão por mim”, disse.
Entretanto, muitos enfatizam o amor
de Cristo em detrimento da justiça, como se fosse possível fazer concreto com
areia e pedras, sem cimento.
Selecionar partes da verdade conforme nossas inclinações
é já indício de abandono da obra, pois, pintamos o interior da casa com nossas
cores favoritas, não, do Morador.
Quantos supõem agradar ao Santo, ignorando
que Ele está do lado de fora. “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a
minha voz, abrir a porta, entrarei...” Apoc 3 ; 20
Deixemos O Espírito Santo
dar as tintas; a obra agradará a Deus, e será devidamente acabada. "Aquele que
em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;..."