Mostrando postagens com marcador Mestres. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mestres. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de maio de 2015

Dependência ou morte

“E disse-lhes Moisés: Esperai; eu ouvirei o que o Senhor ordenará.” Núm 9; 8 

Bons tempos aqueles nos quais, o relacionamento Divino-humano era pautado pela Palavra de Deus. O contexto era de uns que, ante à páscoa estavam “impuros”. Moisés não admitiu aos tais na festa, tampouco, excluiu; antes, consultou ao Senhor. O Eterno, além de facultar a participação deles advertiu: “Porém, quando um homem for limpo,  não estiver em viajem e deixar de celebrar a páscoa, essa alma do seu povo será extirpada; ... esse homem levará o seu pecado.” V 13

Assim, o impuro seria aceito; o “puro”, omisso, indiferente, seria extirpado. Que estranhos esses conceitos! 

Acontece que, as “impurezas” em questão eram mais de cunho higiênico; assim considerados os que tivessem contato com cadáveres, doentes, mulher em seus dias pós-parto, etc. Naquele contexto seria impossível mencionar vírus, bactérias, infecções; desse modo, o Criador encerrou a profilaxia sob o soturno rótulo de imundo,  e ponto.

Um assim podia participar do santo memorial da páscoa demonstrando, via ritual, sua gratidão pela libertação. Entretanto, o “puro” que ignorasse o mandamento estaria em clara afronta à autoridade de Deus; sua imundície era muito mais grave; atinava à sujeira da alma. 

O insano hábito de “purificar” insignificâncias e manter o coração poluído foi encontrado latente entre os Fariseus, pelo Salvador. “Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! limpais o exterior do copo e do prato, mas, o interior está cheio de rapina e de iniquidade. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!  sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.” Mat 23; 24 a 27 

Essa distorção ainda é pujante em nossos dias. Muitos erram nas humanas sendas de usos e costumes que aprenderam a conjugar com “doutrina”; enquanto a Doutrina, propriamente dita, acaba sumindo na omissão de quem se satisfaz com aparências. A ampla diversidade cultural do planeta tolhe a “clonagem” externa dos santos; embora, a Lei do Senhor seja aplicável e saneadora em todos os nichos culturais. 

Temos muito mais facilidade de ver erros alhures, que em nós. Alguém definiu de modo cabal: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos, nunca, quando o somos.” Acontece que, um pecador arrependido, por maiores que sejam seus pecados é melhor aos olhos Divinos, que um “santo” cheio de si; Cristo ensinou isso na parábola do Fariseu e do Publicano.

Enquanto o homem prudente “examina a si mesmo”, o “santo” corta o gramado do vizinho e deixa que a relva cresça e abrigue cobras e sapos em seus domínios. 

Todavia, também aqui há uma tênue divisa que separa ensino, de juízo temerário; não raro, os rebeldes equacionam ao que lhes coloca ante À Palavra, com um que “se mete” na vida dos outros invés de cuidar da sua. Aos tais falta a postura humilde do Eunuco ante Filipe, que disse: “Como entenderei se alguém não me ensinar?” 

Acontece que, os mestres da Palavra, além de receberem mais severo juízo, como adverte Tiago, não são fontes, antes, meros canais para fluxo do dom de Deus, o Pastor. “As palavras dos sábios são como aguilhões; como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12; 11 

Tal qual, nos dias de Moisés era Deus que determinava o modo de ser dos Seus, ainda hoje, nos termos de Sua Palavra, mediante ensino podemos mudar nosso andar diante Dele. 

Na verdade, a Palavra de Deus, por ser o que é nunca foi pacificamente aceita; antes, sempre foi alvo de oposição, polêmicas. Se fosse meramente humana como acusam alguns, acariciaria às humanas inclinações. Contudo, como as contraria, a oposição engajada mais a legitima que desqualifica como pretendem certos opositores. 

Ademais, além de aceitar aos maus, ( afronta aos “bons” ) advoga a inutilidade das grandezas naturais. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias;  Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;  Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são.” I Cor 1; 27 e 28 

Não que Deus deseje aniquilação de alguma coisa boa; mas, das que, por melhores que pareçam aos olhos humanos, no final, redundam em morte. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14; 12  Como Ele conhece o fim de todos ouçamos o conselho de Davi:  “ entrega teu caminho ao Senhor...”

domingo, 12 de outubro de 2014

Pregadores e mestres



  “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12; 11 

Embora, “pregar” seja sinônimo de apregoar, anunciar publicamente uma mensagem qualquer, no verso supra Salomão usa como símile, pregos, mesmo. As palavras dos sábios como pregos bem fixados. 

Contudo, se o sujeito de tal predicado é sábio, quer dizer que apenas, tais, podem pregar o Evangelho? Não. No original do novo testamento, o grego, pregar e ensinar são palavras distintas. A primeira designando a função de arauto; a segunda, de um mestre que explica, instrui, faz entender.  

Assim, pregar qualquer um pode desde que, tenha algo a proclamar. Ensinar, apenas quem domina o que anuncia e conhece métodos didáticos elementares, pelo menos. 

O quê o Salvador ordenou, enfim? “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Mc 16; 15 “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,  do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado;...” Mat 28; 19 e 20

Temos, como vimos, o concurso de pregação e ensino. A primeira ao alcance de qualquer que saiba quem é o Salvador, e os termos básicos do “contrato”;  O segundo, mediante quem tem ministério específico e para tal, se prepara; como preceituou Paulo, a Timóteo. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” II Tim 2; 15

Embora atue entre o povo, em última análise, o orador apresenta-se a Deus.  O mesmo Paulo foi específico sobre isso. “Porque nós não somos como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.” II Cor 2; 17 

A capacidade de entender essas coisas é que torna o mestre mais responsável que o mero pregador; ainda que o mesmo possa desempenhar ambas as funções. Tiago adverte: Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçam em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3; 1 e 2 

Mas, volvendo à figura dos pregos, quem os usa em seu trabalho sabe que, para cada tipo de bitola de madeira existe o prego correspondente. Se for pregar algo leve como forro, por exemplo, usam-se bem pequenos,  tipo 12 x 12. Madeiras medianas para formas, geralmente 17 x 27 ou 18 x 30. Madeiras mais grossas bitolas grandes.   

Quanto às “bitolas” que devem ser usadas pelos sábios, temos três, ao menos, expressas na Bíblia: “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.” I Cor 14; 3 Edificação se equaciona com ensino; exortação com desafio, correção; e consolação não carece maiores explicações. 

O que está errado precisa correção, exortação; quem se dispõe a aprender, óbvio, ser ensinado; o que está sofrendo carece consolo.  Cabe ao mestre identificar a necessidade de quem o ouve, para usar a bitola correta. 

Uns, a título de pregarem o amor e evitar polêmicas tentam ser brandos em todas as situações, como se, tais, fossem iguais. Não. O Salvador foi brando com prostitutas e publicanos arrependidos, por exemplo;  extremamente duro com  hipócritas, didático com os que andaram com Ele e estava preparando para comissionar como ensinadores também. 

Sim, disse Salomão que a incidência da Palavra é múltipla; “mestres das congregações;” mas, a origem, ímpar “Dadas pelo Único Pastor.”  

Assim, embora devamos respeito e obediência aos pastores humanos, isso só se verifica à medida que, esses, estão em consonância com o Sumo Pastor. “O Senhor é meu pastor; nada me faltará.” Sal 23; 1 

Paulo, ao que parece, em seu estilo colérico era agressivo, quase a ponto de assustar seus ouvintes; entretanto, evocou em sua defesa que se avaliasse o conteúdo, não, a forma. Se sou rude na palavra, não o sou, contudo, na ciência; mas já em todas as coisas nos temos feito conhecer totalmente entre vós.” II Cor 11; 6 

No contexto, advertia contra a possibilidade do engano; que “outro Jesus” fosse abraçado pelo coríntios. 

Em suma, se é possível pregar o Evangelho com ou sem sabedoria, deve o pregador estar ciente de suas limitações e não se exercitar em coisas demasiado altas ao seu conhecimento. 

A possibilidade de se pregar outro Jesus ou, outro Evangelho, deriva do inchaço carnal de quem supõe saber mais que sabe. 

Porque, Deus se responsabiliza cabalmente por Sua Palavra, não por uma eventual compreensão distorcida advinda de nós.  Pois, disse que o Céu e a Terra passariam, invés, de Sua Palavra; não, de nossas opiniões.