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domingo, 1 de março de 2020

O pecado em prosa e verso


“Certas coisas só são amargas se a gente as engole.” Millôr Fernandes

Ouvindo uma dessas músicas que ouço passivo, por iniciativa da vizinhança, há pouco, o refrão duma me chamou atenção; dizia: “Mas quem é que não tem uma outra, pra equilibrar a vidinha? Arroz com feijão enjoa, sempre é bom uma misturinha.”

Se, como poesia a construção até que é interessante, do ponto-de-vista moral, trata-se de uma canção de louvor ao adultério, à perfídia, à traição.

O pior é que, mesmo quem não é dado à prática adúltera canta junto essa bosta, como que, seduzido pela eufonia; age como se, a defender o que não defenderia estando no uso do devido senso crítico, mais cauteloso das implicações.

Lembrei-me do diálogo filosófico, “A República” de Platão, onde, Sócrates e seus discípulos “construíam” a cidade ideal, da qual baniriam músicas com ritmos malemolentes que, incentivassem à preguiça; e, com letras, como essa, cujo discurso “enobrecesse” ao vício, ou falsificasse à realidade atribuindo às coisas, ou aos deuses, características indevidas. Mesmo uma poesia de Homero, se não me engano, que atribuiria mentira aos deuses deveria ser banida, pois, “se são deuses não mentem; se mentem não podem ser deuses” afirmavam.

Muitos dizem que a vida imita à arte, quando, na verdade essa é um subproduto daquela. Normalmente vestimos com a gala da arte as práticas que adotamos, ou, aprovamos nos meandros da vida.

Denunciando a um estado de coisas assim, onde o pecado já não constrange mais, Isaías pronunciou um ai, da parte de Deus. “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.” Is 3;9

Segundo William Barclay, mestre em grego, “Aselgeia” é uma palavra grega que foi traduzida para o português como dissolução. Há um estado antes disso, quando uma pessoa, por refém de paixões malsãs, até pratica coisas réprobas, mas à medida do possível disfarça isso, esconde; envergonha-se. Aselgeia, segundo ele, era quando as pessoas faziam coisas de má fama publicamente; não se envergonhavam de não ter vergonha; fiz mesmo e daí? É o estado moral de quem canta o vício em prosa e verso.

Se, como vaticina A Palavra, “Tudo o que o homem semear, isso ceifará”, todo o mal praticado, no fundo, é um mal feito a si mesmo, como teceu em suas considerações o sábio Salomão. Dos ladrões e salteadores disse: “... estes armam ciladas contra seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas. São assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe a perder a alma dos que a possuem.” Prov 1;18 e 19

Então, nem todos têm “uma outra”; alguns, aliás, não têm nenhuma, nem por isso saem promíscuos por aí à torto e a direito, como se, praticar pecados de toda ordem lhes fosse um direito.

Vergonhosamente chegamos a uma época tão desprovida de bons valores, que, como dizia o humorista Batoré, “pensam que é bonito ser feio.” O “Galinha”, o “pegador” é admirado, invés de ser motivo de vergonha como seria numa sociedade espiritualmente sadia.

A promiscuidade é exibida com orgulho nas redes sociais; estar em muitas festas, uma em cada final de semana, diversificando muuuito o “cardápio” tem sido a prática airosa de tantos que vivem sua “aselgeia” século 21. Homens e mulheres, diga-se.

Não raro, esses mesmos que vivem sem raízes e sem valores, ao sabor dos ventos das paixões desregradas, postam em momentos mais sérios sobre o valor, o porto seguro da família, embora, vivam como se suas embarcações fossem derivar eternamente sem necessidade desses portos. Além de faltar vergonha, nesses casos falta coerência, bom senso, equilíbrio.

O que esses inconsequentes chamam de “curtir à vida” a Bíblia adjetiva como servidão ao pecado, subproduto do medo da morte, pesos que já não incidem sobre os que foram libertos por Cristo; “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Esse medo é disfarçado de “curtição”, pois, no fundo sabem que nada de bom os espera no além; enquanto os salvos deveriam esperar pouco da vida aqui, se, de fato são herdeiros das riquezas eternas; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Em suma, praticar adultério não serve pra “equilibrar a vidinha”; uma vez que um morto não para em pé, tampouco precisa de equilíbrio para estar em seu jazigo moral.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Chamado aos Mortos


“Pois olhou desde o alto do Seu Santuário, desde Os Céus o Senhor contemplou a Terra, para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados à morte;” Sal 102;19 e 20

Sermos “cadáveres adiados” como disse o poeta Fernando Pessoa, ou, estarmos “mortos em delitos e pecados” como afirma A Palavra de Deus, normalmente fere ao orgulho humano. Entretanto, a própria existência desse veneno nocivo demonstra por si só essa morte.

O orgulho é um derivado da autonomia suicida proposta por Satanás. Quem nasce de novo, necessariamente há de aprender as veredas da humildade, invés do assassino orgulho. “Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim.” Ele disse: “Aprendei de mim que Sou manso e humilde de coração...”

Diferente da abordagem psicológica ateia, que, esforça-se em fazer com o que os mortos sintam-se bem com suas mortes; digo, negam o pecado como feitor dos males, e a gravidade do que está em jogo, reduzindo um pleito que atina a vida ou morte, à mera questão de aceitação das coisas, glamourização dos pecados; a abordagem Divina não se preocupa com aceitação, nem se ocupa de meias verdades. Antes, coloca o dedo na ferida chamando as coisas pelos nomes.

Aos pecadores que veio salvar, Cristo chamou de mortos, não apenas de errados; ainda que fossem ambas as coisas; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

O medo da morte que assombra todos os pecadores é mascarado com as vestes do “curtir a vida” nos lábios dos que têm medo até da verdade; Contudo, A Palavra apresenta tais medrosos “curtidores” como servos do pecado. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Os pecadores que morrem de medo da morte, veem apenas a morte física como ameaça; enquanto, a espiritual que os destinaria à perdição eterna procuram fazer-se de desentendidos no que respeita a ela.

Ora, a aceitação do socorro do Salvador só é possível depois de identificarmos nossa necessidade Dele; ninguém apreciará e se abrigará à sombra da Salvação antes de ser convencido que ruma à perdição. Esse convencimento, ensinou O Salvador, é trabalho do Espírito Santo; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai e não me vereis mais; do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.” Jo 16;8 a 11

A psicologia trata às pessoas como basicamente boas, vítimas da sociedade, de uma infância ruim, famílias desestruturadas, etc. O Senhor deixa evidente a maldade humana para que percebamos que carecemos urgentemente recebermos os cuidados da Bondade Divina. “... Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.” Luc 18;19

Normalmente estamos receptivos, prontos aos encômios, aplausos, lisonjas, “curtidas”; trabalha mediante A Palavra, O Bendito Espírito Santo, para nos deixar receptivos à verdade, por dolorosa que nos pareça.

Essa história que “Deus é amor” e não mandaria ninguém para o inferno merece ser melhor escrutinada. Quem se ocupar do Amor Divino, que não se esqueça de considerar também o ódio. “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

O Santo não manda ninguém para o inferno, mas, ama de tal modo à justiça, que permite que quem escolhe ir para lá vá, mesmo contrariando ao Seu Amor. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Amor é via de mão dupla; só faz sentido quando correspondido; quando não, apenas causa sofrimento. Portanto, quem pretende refrigerar-se à sombra do Divino Amor, ame-o também, e deixe isso patente nas escolhas que vier a fazer.

“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.” I Jo 4;20 e 21

sábado, 30 de novembro de 2019

O medo da vida; das vidas



"... Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva." Atos 22;22

Paulo mencionou detalhes da chamada do Senhor, o que incluía a rejeição do testemunho sobre Ele pelos Judeus, e o envio do apóstolo aos gentios. Então, disseram as palavras acima. "... não convém que viva".

Seu dicurso incomodava, como incomodara o de Estevão; para ambos, a mesma solução: Sentença de morte.

Infelizmente é muito comum as pessoas "resolverem problemas" matando outras; em determinado momento decidem que não convém que alguém viva mais; ao calor dessa visão acoroçoando à vontade, decidem cometer assassinatos. Mas, o que faz a vida de alguém inconveniente a nós? Ou, será que as pessoas existem para nos agradar?

Primeiro que, a vida de terceiro é já uma "empresa" em si; independe de mim e não deve ser-me, necessariamente, conveniente. Quem garante que não sou inconveniente a muitos, nem por isso lhes assiste o direito de "sanar" essa inconveniência matando-me.

Somos uma confraria de seres inperfeitos, anjos inconclusos, para o bem e até para o mal, conforme a escolha de cada um; "Quem é sujo suje ainda; quem é santo seja santificado ainda..."

Uma lógica que me parece cristalina elimina essa "solução", sem maiores argumentos; sendo alguém hipoteticamente perfeito, naturalmente tem em sua essência "matéria-prima" para lidar com alheias imperfeições; agora, sendo imperfeito como os demais, quem lhe dá o direito de cobrar a perfeição que não possui?

Há um mentor que cega e faz parecer que sua sede de sangue é de quem se faz hospedeiro do seu ódio e seus conselhos. "O ladrão (Satanás) veio roubar, matar e destruir..." Jo 10;10

Atrevo a pensar que os que assim agem não matam semelhantes porque esses são maus; (teriam que matar a todos) antes, o fazem na ilusão adquirida de se livrar de um mal, que, por maior que seja, ainda há de ser menor que o peso de sujar as mãos com sangue.

Degraçadamente lidamos "melhor" com os problemas, as falhas, no outro, que em nós; daí, quando uma incompatibilidade qualquer assoma, para muitos parece mais fácil matar ao outro que mortificar a si.

É salutar desconfiar de todo e qualquer discurso, ou ensino, que focalize os problemas sempre no outro, invés de dentro de nós mesmos. Quem jamais ouviu: "O inferno são os outros". Claro que o santo enfadado disso é um pedaço de paraíso!

A Boa Nova começa com uma má notícia: O mau que me faz dano sou eu; daí, "negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me." Pois, assim, autônomo e morto em delitos e pecados não convém que eu "viva".

A Palavra de Deus, "Manual do Construtor" nivela-nos por baixo; "Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um." Salm 14;3 Ou, "... Não há um justo sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus." Rom 3;10 e 11

Muitos confundem ir às igrejas em demanda de interesses rasos, mesquinhos, com buscar a Deus. Pecam até quando cultuam ao fazer a coisa certa pelas erradas razões. No fundo o "culto" de muitos é como o de Balaão, um "despacho gospel," que se resume em oferecer préstimos religiosos em troca de bens terrenos; enquanto o ensinado pelo Mestre orbita outros valores; "Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua Justiça..."

Se, pensarmos nas virtudes cristãos desejáveis, entre elas depararemos com prudência, paciência, perdão... coisas que "dependem" das alheias imperfeições. Sem esquecer que, O Eterno condiciona Sua Graça a uma apreço pela mesma, de nossa parte, que nos leva a sermos graciosos também; "Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores..."

Contudo, há ainda o outro lado da moeda; se, grosso modo, muitos ceifam vidas por "tratar" seus problemas no outro, invés de o fazerem em si, há os que veem a coisa tão em si, que tiram as próprias vidas, quando, da forma que se lhes apresentam não parecem desejáveis mais. Quem a vê em Cristo há de vê-la com outros olhos.

Se, a salvação nos livra do medo da morte, não no sentido de buscá-la, mas da confiança no que virá após, deve ser necessariamente d'outra fonte, o medo da vida que patrocina tais "soluções". Não estou entrando no mérito da salvação ou não dos suicidas; mas, nos motivos.

Toda ação é o desdobramento de um pensamento que dobrou à vontade e se fez um desejo; enquanto não formos purificados aí, na origem, nossas ações impuras continuarão.

A morte que purifica já ocorreu; "... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo". Heb 9;14

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Prontinhos para ser salvos

“Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Chamam atenção as “credenciais” necessárias para a salvação; estar cansados e oprimidos; algumas versões dizem: Sobrecarregados.

Para se pleitear um emprego qualquer, normalmente se exige experiência anterior; o que comprovaria as aptidões do candidato para a função pretendida; há casos até, que o preparo não pode ser maior que a demanda, senão, o emprego será dado para outro mais adequado ao nicho existente.

Lembro o episódio de um amigo que, por volta do ano de 1995 pleiteou o emprego de cobrador de ônibus, (alguns lugares chamam trocador) numa empresa da zona sul de Porto Alegre que anunciara a vaga. Ele um cara articulado, com certo estudo, perfil de liderança, desinibido, fluente foi para a entrevista admissional cheio de esperança.

Chegado em casa após, eu e familiares dele perguntamos como fora. Cuspindo marimbondos de bravo disse que não fora aceito, pois, não se encaixava no perfil da empresa, e observou irado: “Qualquer pangaré trabalha de cobrador naquela porcaria; como que não me encaixo no perfil”?

Meio rindo, meio solidário observei: Esse é o problema; eles querem pangarés e você com sua fachada de líder grevista capaz de influenciar colegas não serve pra empresa. Não estás em falta; sobraste para o papel.

Depois de rir um pouco chegamos à conclusão que era isso mesmo. Assim são as conexões humanas. Ora sobramos, na maioria das vezes faltamos e uma poucas vezes parecemos na justa medida para o que se espera.

Porém, em se tratando das coisas espirituais, todos nós estamos “prontos” para ser salvos; A chamada do Salvador tem o nosso número. Isto é: A única “credencial” necessária é estar perdido e admitir isso.

Outro dia aconselhava um amigo; ele confessava maus passos que inquietam sua consciência e quando o aconselhei que se aproximasse de Deus para restauração ele disse que não quer frequentar uma igreja enquanto estiver agindo mal assim.

Respondi-lhe que, seu comportamento tinha a “lógica” de alguém que deseja estar limpo, para poder tomar banho. Ora, foi depois do mega desperdício que o Filho Pródigo todo sujo dentre porcos lembrou-se da casa do pai.

Certo que foi com a postura correta; humilhado confessando-se indigno. O Pai, porém ignorou todas as faltas e o recebeu com alegria fazendo uma festa.

Nossa alma no comando de nossas vidas invés do Espírito é uma incoerência funcional como se, alguém no trânsito tirasse o volante dum piloto e entregasse a um bêbado.

A alma pecadora embriaga-se com as paixões da carne, e desafiada à mudança, bem pode camuflar aos reclames da consciência com a máscara da falsa piedade; de que não está pronta ainda para a salvação, quando, no fundo, entre a sóbria salvação que demanda a cruz das renúncias, e seguir de porre bebendo dos prazeres que gosta prefere isso, àquilo.

Embora os prazeres do pecado sejam nominados por seus habituados de “curtir a vida”, no fundo é medo da morte; pois, alienados do Salvador, a vida é curta, como eles mesmo admitem. Essa “pressa de ser feliz antes que acabe” turba-os. Invés de verem ao pecado com é deveras, um assassino letal, um feitor que os subjuga redefinem-no como curtição.

A Palavra de Deus que lida com a verdade desconhece as manhas de “dourar a pílula”; chama aos bois pelo nome: Servidão. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;4 e 15

Liberdade absoluta é devaneio; o que pode nosso “livre arbítrio” é escolher a quem servir. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

Por isso quando O Senhor chamou aos “aptos” para a salvação desafiou-os a tomarem Seu Jugo. Jugo é uma metáfora para obediência à Vontade de Deus.

Assim, não nos resta justificativa para ficarmos alienados do Reino; uma vez que temos tudo o que necessitamos para ser salvos: Jesus Cristo.

Entretanto, se alguém conhece algum plano “B” que o apresente; pois, a própria Palavra demanda uma resposta de como seria possível alguém salvar-se sem Ele. “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram...”? Heb 2;3

domingo, 25 de novembro de 2018

A Cruz e o Bezerro

“Enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, entendimento, e ciência, em todo lavor; para elaborar projetos, trabalhar em ouro, prata, cobre; lapidar pedras para engastar, entalhes de madeira, para trabalhar em todo lavor. E tenho posto com ele Aoliabe...” Êx 31;3 a 6

Deus escolhera e capacitara artífices para o Tabernáculo, e os estava indicando pelo nome a Moisés. Bezalel e Aoliabe. Se, há coisas que podem verter de iniciativa nossa na Obra de Deus, há outras basilares que derivam da Suas instruções às quais nos convém apenas, obedecer.

Nos domínios humanos há democracia, ditadura, aristocracia, monarquia, presidencialismo, parlamentarismo, clãs, castas, etc. No que tange à Obra de Deus, só funciona conforme o método que O Eterno deseja. Poderíamos chamar de Teocracia Representativa. Deus governa mediante representantes que escolhe. Então, o escolhido para representá-lO era Moisés.

Tanto é assim que, nos dias que os hebreus rejeitaram Samuel, O Eterno disse: “... a Mim rejeitaram.”

Naqueles dias também; uma vez que Moisés “demorava” (ah, o cinismo humano! Quatrocentos anos no cativeiro; e quarenta dias de espera após os milagres vistos foi insuportável) resolveram patentear a “resistência” ao Governo partindo para uma solução alternativa. O Bezerro de Ouro. Se, o Eterno escolhera artífices também eles exibiram a arte de esculpir; seu memorial à estultice, à apostasia.

A falta de noção humana após a queda é abissal. Um povo que, havia quatro séculos que clamava por libertação, apenas algumas semanas após liberto sentia-se no direito, de desautorizar ao Libertador, contestar Suas decisões. Aquele que tirara milhares de vidas ilesas do cativeiro, agora, não pudera guardar a Moisés apenas, no monte; perdera-se.

A maldade é uma matreira que espia por frestas a espera de um nicho qualquer onde possa paramentar-se como lógica, para, assim vestida seduzir seu séquito de incautos.

A lógica forja argumentos, mas, O Espírito costuma desnudar motivos. Esses mensuram o mérito, que os artifícios buscam camuflar. É a Lógica de Deus.

A apostasia custou alguns milhares de vidas; causou a revolta de Moisés que quebrou as Tábuas da Lei, e a Ira de Deus.

Em nossos dias já não existem escolhidos do Calibre de Moisés, Josué, Samuel, etc. A Revelação Divina usou profetas outrora; mas, na plenitude do tempo teve seu Upgrade; Um Escolhido de estirpe Superior; “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” Heb ;1 e 2

Jesus Cristo é O Escolhido, Ao Qual, resistir equivale a afrontar Deus. “Porquanto (Deus) tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” Atos 17;31

Por enquanto O Governo trabalha tentando persuadir pelo Seu argumento favorito; o amor. Malgrado, seja Ele O Todo Poderoso, não é o poder a prioridade do Reino, ainda. Permite que usemos nosso arbítrio, enquanto tenta nos convencer da conveniência de escolhermos a vida.

Infelizmente, na imensa maioria dos casos, o imediatismo hedonista, simulacro do medo da morte patente, no dito usual; “curta a vida porque a vida é curta”; tem patrocinado a escolha pelo pecado, o “bezerro de ouro” da vez ao redor do qual se pode bailar e perder-se em orgias, sem a necessária sobriedade requerida por Deus.

Ora, quem já venceu à morte não mais precisa temê-la; e quem a Ele, O Vencedor, pertence, igualmente; “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Embora ninguém escolha à morte deliberadamente, salvos os suicidas, optando pela autonomia em relação aos ensinos Dele, pecamos; a permanência no pecado traz seu efeito colateral necessário; morte espiritual, não, do corpo apenas; “Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;23

Cristo requer a cruz; nome poético da necessária mortificação dos desejos insanos; se, mortifico-me no tocante aos pecados nego a mim mesmo; essa é a ideia; “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo; tome cada dia sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; mas, qualquer que, por amor de mim, perder sua vida, a salvará.” Luc 9;23 e 24

Se, naqueles Dias pelo Seu Espírito Deus deu talento para esculpir imagens desejadas, hoje, pelo mesmo Espírito regenera-nos à Sua Imagem, se, ouvirmos Sua Voz.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Tá tudo dominado

Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? Senão, o pecado jaz à porta; sobre ti será o seu desejo, mas, sobre ele deves dominar.” Gên 4;7

A ideia do domínio sobre algo sempre pareceu fascinante aos olhos humanos. Muitas guerras, tramoias, ardis, assassinatos, mentiras houve em busca dessa poção mágica sedutora, chamada, poder.

Num primeiro momento O Criador legou ao homem o domínio sobre a criação; “...dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Gên 1;28
Depois, como punição pela iniciativa autônoma que decidira comer do fruto proibido, e inda induzira seu marido ao mesmo erro, a mulher foi posta em submissão pelo Eterno; “... teu desejo será para teu marido, ele te dominará.” Cap 3;16

Adiante, quando encontramos Caim sorumbático pelo fato do sacrifício de Abel ter sido aceito, e o seu, não, vendo a inveja estampada no rosto dele, O Senhor desafiou-o a dominar o pecado. Eis um poder sem nenhum atrativo para a caída espécie humana! Como o pecado traz consigo o enganoso verniz do prazer, as pessoas sentem-se atraídas pelo seu brilho; se fazem servas, invés de querer dominá-lo.

Embora, no reino das palavras até ostentem coroas de livres é a própria servidão que cega-os incapacitando de ver corretamente como as coisas são. Pois, não são nossas palavras as aferidoras, mas, nossa submissão que determina nosso senhor: “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; ou, do pecado para morte, ou, da obediência para justiça?” Rom 6;16

Dominar sobre outros, embora pareça muito mais fácil, não é algo que um homem sábio buscaria; “Tudo isto vi quando apliquei meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Dominar sobre o pecado, embora soe como uma pessoa fora, no fundo, é o bom e velho domínio próprio.

Nesse caso, não nos cumpre mandar, antes, submeter-se Àquele que venceu; Jesus Cristo; a Ele e Sua Doutrina. “Mas. graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. Libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Rom 6;17 e 18

Sem Ele, Cristo, mesmo que tivesse alguém a intenção correta de atuar segundo a consciência, faltariam forças para isso, como disse o mesmo Paulo: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas, eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; o que quero isso não faço, mas, o que aborreço faço.” Rom 7;14 e 15

Em Cristo, fortalecidos pelo Dom do Espírito Santo podemos pegar a sóbria espada das consequências e fazer picadinho das falácias do prazer que mascaram a morte.

Pois, a incumbência primeira dada a Caim, “domina sobre o pecado” não foi cumprida por ele, nem, por outro humano qualquer, exceto, Um: “Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois, não era possível que fosse retido por ela;” Atos 2;24 “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 O Vencedor avisou: “... No mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo; Eu Venci o mundo.” Jo 16;33

Assim, a Graça Divina alternou uma situação insolúvel, de termos um monstro à porta ao qual deveríamos vencer sem poder, para outra onde encontrarmos batendo às portas dos nossos corações, O Herói Eterno, que venceu por nós e nos lega os louros da Sua Vitória, se, O recebermos e seguirmos submissos.

“Da morte ninguém escapa;” se diz alhures; tem sentido. No entanto, abrindo a porta para Cristo o domínio dessa fajuta que tanto assusta capitula ao Senhorio do Príncipe da Vida. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

O que os ímpios chamam de “curtir a vida” a rigor é uma roupagem mais aceitável com a qual revestem o medo da morte, coisa que não mais assusta quem recebeu Ao Salvador. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 1;14 e 15

A escolha é simples; abrimo-nos a Cristo que perdoa e capacita a vencer o pecado, ou, demos asas a ele, que, enfeitando o voo inicial com prazer, nos fará pousar no penhasco da eterna perdição.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Aproveite Seu Tempo

“Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele, um dia a gente se encontra.” Mário Lago

Esse dia em que nos encontramos com nosso tempo, também conhecido como morte tem sido o assombro de uns e o ilusório refúgio de outros.

A Bíblia apresenta-nos como seres finitos em nosso tempo terreno, porém, com aspirações eternas na alma; “Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.” Ecl 3;11

Essa limitação de possibilidades mercê da ação do tempo e um anseio ilimitado em nossas almas deveria ser um fator a nos impulsionar em direção ao que pode prover isso, Deus.

Paulo apresenta-nos num limite de tempo e espaço cujo fim é o retorno ao Criador. “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Mas, os homens ímpios correm contra o tempo; em suas máximas apregoam: “Curta a vida porque a vida é curta”. Seu “curtir” é o disfarce da enfermidade psíquica que a Palavra de Deus chama de medo da morte. “Como os filhos participam da carne e do sangue, também ele (Cristo) participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 1;14 e 15

Agora temos um novo escopo do “curtir”; servidão. Sim, se observarmos tais “curtidores”, saem desabalados pelo trânsito em dias de feriados, com pressa de chegar aos seus lugares de festa; muitos jamais chegam. Ironicamente o medo da morte os faz encontrá-la antes do tempo. E, o que esses que chegam e “aproveitam” chamam assim, amiúde se resume a bebedices, promiscuidade quando não, consumo de drogas.

Claro que isso não é regra; há os que calejados pela maturidade fazem melhores escolhas; embora, esses sejam minoria. Quando logra isso de nos livrar das inclinações tolas da juventude, o tempo, em parte conseguiu nossa atenção; malgrado, muitos envelheçam verdes, pois, maturidade demanda algo mais que o curso do tempo.

Quantos devaneios já permearam a literatura, o cinema, em busca da Fonte da Eterna Juventude! Parece ser um anseio universal. De modo que é lícito concluir que, o que Deus propõe todos querem; porém, a maioria discorda dos termos do Criador. Vida eterna sim; mas, em Cristo, com cruz? Aí não.

Eventualmente cito quando oportuno o incidente da mensagem inútil, que vivi. Meu sobrinho e eu tínhamos apenas uma chave de casa; quando saíamos deixávamos sempre em um lugar pré-determinado para que o outro pudesse entrar. Certo dia, cheguei, ele tinha saído; fui ao lugar de sempre achei a chave e abri a porta. Deparei com um bilhete no chão que ele enfiara por debaixo da porta; “Tio a chave está...” Fiquei rindo sozinho com um tolo. Eu nunca poderia ver o bilhete sem antes ter acesso à chave, pois, estava do lado de dentro; depois disso não precisava mais.

Desse modo, há muitos do outro lado que, como o rico da parábola com Lázaro sabem a gravidade, a seriedade da coisa, mas, agora a informação já não lhes serve mais, tornou-se inútil. Precisamos acesso à chave antes de abrirmos a porta da eternidade.

Em se tratando da eternidade com Deus, “Eu Sou a Porta” disse Cristo. A chave, O Evangelho. Muitos interpretam de modo errado a afirmação de ter Ele dado as Chaves do Reino a Pedro, como se esse fosse um porteiro celeste, ou, chefe dos apóstolos. Não. Coube-lhe a honra de ser o primeiro pregador do Evangelho, o que abriu a porta da salvação para muitos. Depois dele, qualquer pregador idôneo também tem a chave.

Como não sabemos quando será nosso encontro com o tempo, como disse o poeta, todo homem prudente deveria receber a mensagem de salvação com um sentido de urgência; “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes sua voz, Não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15 “...não recebais a graça de Deus em vão; ... Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui, agora, o tempo aceitável, eis aqui, agora, o dia da salvação. II Cor 6;1 e 2
Ou isso, ou, corremos o risco de reprisarmos um lamento de Jeremias: “Passou a sega, findou o verão, e não estamos salvos.” Jr 8;20

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Fraudes Espirituais

“Mas, tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de evangelista, cumpre teu ministério. Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício; o tempo da minha partida está próximo.” II Tim 4;5 e 6

Paulo às portas da morte dando as últimas instruções ao seu discípulo Timóteo. Muitos vão se desviar da verdade, mas, tu, sê sóbrio, faze a Obra, porque estou indo já. Ele estava passando o bastão a alguém idôneo, e exortando-o a continuar assim.

Dois aspectos chamam atenção na final da carreira de Paulo: segurança e altruísmo. Que diferente a postura dele das de “cristãos” modernos que padecendo uma doença terminal, agarram-se com unhas e dentes à vida, “ordenam, determinam decretam” a cura, como se Deus lhes devesse porque resolveram se apossar de algumas promessas na hora difícil.

A entrega de nossas vidas a Cristo enseja a salvação, reconciliação com Deus; depois, como um efeito colateral, livra-nos do medo da morte. “Como os filhos participam da carne e do sangue, também ele ( Cristo ) participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Não significa que um convertido tenha pressa de morrer; tampouco, teme; sua fé acena com algo venturoso no porvir, isso “anestesia” eventuais temores naturais. O mesmo Paulo abordou assim: “Porque para mim viver é Cristo; morrer é ganho. Mas, se, viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. De ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.” Fp 1;21 a 23

Infelizmente, uma geração de pilantras modernos, travestidos de pregadores perverteu a fé, de uma confiança irrestrita em Deus, para uma força que nos serve e faz acontecer o que desejamos.

“Crede em Deus; crede também em mim”, ensinou O Salvador. Se, a fé é em Pessoas, descansa na integridade Delas, a despeito do que façam, confia; agora se tenho fé naquilo que quero, sequer a tenho estritamente; é apenas um instante desejo de me evadir às minhas angústias a todo custo; Deus é apenas um pretexto aos meus medos, uma ímpia tentativa do cooptar O Santo ao que quero, por desconfiar da sabedoria e conveniência do que Ele quer.

Os jovens ameaçados com a fornalha em Babilônia são um exemplo edificante de fé sadia. Nabucodonosor perguntara: “Qual Deus vos poderá livrar das minhas mãos?” Eles responderam: “O nosso Deus, a quem servimos nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. Se, não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.” Dn 3;17 e 18

Isso sim é uma fé! Não atrelou a obediência a nenhum livramento dizendo: “Porque cremos, nosso Deus nos livrará”; antes, “Ele pode; se não, mesmo assim obedeceremos ao Seu mandamento de não adorarmos imagens esculpidas”. Esse “se não” faz toda a diferença entre uma fé saudável que se entrega e confia, e outra arrogante que acha que Deus lhe deve satisfações somente porque ela diz crer. Deus quis e os livrou; mas, seguiria sendo Deus Santo e Justo se os deixasse perecer e os recompensasse apenas no porvir.

Até agora nos ocupamos somente da segurança de salvo de Paulo; porém, seu altruísmo fica evidente ao passo que, mesmo preso em Roma ocupou-se de escrever instruções pormenorizadas aos que seguiriam após ele. Invés de lavar as mãos dizendo, agora é com vocês, cumpri minha parte; antes, ansiava ficar, em espírito, nas instruções saneadoras que deixava.

“Pregues a palavra, instes a tempo, fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;2 e 3

Enfim, tanto a conversão nos livra do medo da morte, quanto, do egoísmo; o ego deve ser deixado na cruz.

Então, “cristãos” tremendo de medo da morte, ou, com aspirações egoístas, são fraudes visíveis à distância como uma cidade sobre um monte. Infelizmente, grande leva de professos cristãos atuais ainda carece se converter de suas “conversões”.

“– O cristianismo de hoje não transforma as pessoas. Pelo contrário, está sendo transformado por elas. Não está elevando o nível moral da sociedade; está descendo ao nível da própria sociedade, congratulando-se com o fato de que conseguiu uma vitória, porque a sociedade está sorrindo enquanto o cristianismo aceita a sua própria rendição!” A. W. Tozer

sábado, 19 de dezembro de 2015

A chave; o sentido da vida

“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13; 14

Muito se falou sobre o quê, seria o sentido da vida, seu propósito. Nuances, facetas, peripécias, todos identificam, mas, o sentido é peixe de águas profundas.

O texto supra, do mais sábio dos homens, apresenta-a como alvo de caça pela morte, o quê, choca-se com a concepção vulgar que a morte é inevitável e o negócio é “curtir a vida”. Na verdade essa “curtição” cantada em prosa e verso é só uma veste que tenta disfarçar o medo da morte.

Falando do Feito de Cristo a Bíblia diz que foi para que, “livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2; 15 Não apesenta ninguém “curtindo” estritamente, antes, mediante servidão ao pecado, o que lograram foi a tentativa inglória de fugir da morte, ou, disfarçar o medo dela.

Dadas as paixões carnais, tendemos a imediatizar tudo, como se a vida se restringisse ao tempo do corpo. Imaginemos uma prova onde concorrem toda sorte de perigos, ameaças; provandos são soltos numa selva de predadores mortais, dos quais, apenas um guia extremamente sábio e corajoso conhece os hábitos e possíveis livramentos; quem sair vivo do outro lado receberá como recompensa, eternidade, plenitude da vida. Nesse caso, enquanto no campo de prova, o mais importante é a preservação da vida, que o desfrute do prazer; o alvo mais urgente.

Que propósito teria encontrar o sentido depois de ter perdido a vida nas garras das feras assassinas? Certa vez, eu morava junto com minha irmã, meu sobrinho e eu tínhamos uma chave apenas, de modo que, deixávamos em determinado lugar previamente combinado, quando saíamos, para que, quem voltasse primeiro, pudesse entrar. Voltando, um dia, fui ao esconderijo, peguei a chave e entrei; deparei com um bilhete que ele escrevera e colocara pra dentro por debaixo da porta; dizia: “Tio, a chave está debaixo do tanque, no lugar de sempre.” Comecei a rir sozinho feito bobo.

Primeiro, não precisava escrever nada, tínhamos combinado; contudo, se eu precisasse tal informação, que adiantaria tê-la do lado de dentro, após ter aberto a porta, quando não servia mais?

Isso tipifica, infelizmente, muitos que, agora, na perdição, sabem que Deus é Real, a Bíblia, verdadeira, a vida é um patrimônio eterno a ser guardado com zelo, porém, para esses, o tempo passou; descuidados perderam as muitas chances; a “chave” não lhes serve mais. Saber isso em nada ajuda, antes, aumenta o tormento.

A Palavra de Deus apresenta O Salvador como Único Guia confiável, capaz de conduzir os Seus em meio a um cenário ameaçador; tirá-los do outro lado do seu tempo, ainda, com vida. Diz que Ele “fez um curso” reduzido às nossas limitações, para vencer por Nós, e agora, se dispõe a vencer “em nós”. “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;” Heb 2; 14

Identificou-se com nossas fraquezas, em Si, para melhor socorrer-nos quando do assédio delas, em nós. “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” Heb 2; 18

Aos Seus ensinos, pois, alude profeticamente Salomão, colocando-os como antídoto eficaz à morte. “A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13; 14 Contudo, nada vale a existência de uma fonte pura, caso o sedento recuse a beber, ou, anseie por fontes alternativas, pouco importando-se com as consequências e vírus mortais que nelas exista.

Invés de uma espécie “evoluída” como advogam certos “cientistas”, a Bíblia nos adjetiva como caídos, de origem Divina, cujo tempo terreno é a “prova” onde somos instados a reencontrarmos a casa Paterna.

Em suma, nossa vida natural está inserida numa redoma de tempo e espaço, cujo alvo é buscar a Deus, Fonte e Sentido, da Vida. Aos filósofos que se ocupavam disso desde priscas eras, Paulo foi didático: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 26 e 27


O fato que Deus determinou tempos e limites, não significa que cada um morre no “tempo de Deus”; arbitrários que somos, nossas escolhas podem abreviar o tempo; por isso, a Salvação sempre é posta como urgente. “...Hoje, se ouvirdes sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3; 15

domingo, 1 de novembro de 2015

Sei, mas, não conheço

“Tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão e eu aqui pereço de fome!” Luc 15;17

Vivemos a era da informática, bombardeados por uma gama de novidades tal, que, precisamos ser seletivos armazenando apenas o essencial. O excesso de informações exteriores pode atrofiar algumas interiores mais importantes.

Como assim, informações interiores? Memórias, que, rebuscadas, em determinado momento viram informações; como no exemplo supra, do Filho pródigo. “...tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão...” A entrega aos prazeres havia entorpecido sua memória, de modo tal que “saiu da casinha”; precisou “tornar a si” para rebuscar uma informação valiosa. Os empregados de seu pai viviam melhor que ele.

Sem me aprofundar, por ora, na saga do Pródigo, quero tecer considerações sobre isso; o que sabemos, e, como respondemos ao saber.

Claro que saber algo não basta; carecemos vontade de agir, ou, reagir, à luz de tal fato. Um viciado em cigarros, por exemplo, depara com frases expressas nos maços sobre os malefícios do vício; ignora-as e segue fumando. Igualmente, os dependentes de vícios piores conhecem as consequências, contudo, lhes falta força para o exercício de uma vontade hígida, quando não, falta a própria vontade.

Possuir meio não é poder; esse requer algo mais. Ter uma arma não significa ter poder para se suicidar, se, ante à ideia concorrerem motivos maiores como amor à vida, ou, medo da morte. Nesses, a informação seria um meio de libertação, mas, falta força pra exercer o arbítrio livremente, pois, subjazem aos grilhões da dependência química.

Assim, carecem ser tomados pela mão, como prometeu O Criador aos de Israel, certa vez: “Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela mão direita; e digo: Não temas, eu te ajudo.” Is 41; 13

Aliás, Evangelho quer dizer, Boa Notícia, informação útil, agradável. Acontece que os viciados no pecado estão também dependentes; mesmo informados não conseguem romper os grilhões sozinhos. Entretanto, quem Crê em Jesus não é desafiado a andar sozinho; primeiro é capacitado a corresponder os anseios Divinos. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;” Jo 1;12 Depois é ajudado pela Bendita Presença do Espírito Santo; “...depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Ef 1; 13

Ezequiel ilustra isso: Deus lhe dá uma ordem, Seu Espírito ajuda a cumpri-la, mediante a disposição interior do profeta. “E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2; 1 e 2

Assim, O Espírito de Deus nos capacita a cumprir o que Sua Palavra ordena. Junto à informação vem o meio. Não obstante, concorre o arbítrio, a vontade de quem é capacitado segue livre, podendo obedecer ou não.

Aos Seus Jesus desafiou a transformar informações em ações; “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13; 17 Aos céticos, a testarem a veracidade das notícias praticando-as. “Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” Jo 7; 16 e 17

Tiago, por sua vez, denunciou aos que, ouvem coisas vitais e tratam como banais, fúteis. “E sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo e vai-se; logo esquece de como era.” Tg 1; 22 a 24

Alguns confundem saber com conhecer; sei que Washington é uma grande cidade americana, mas, não a conheço, nunca estive lá. Assim a maioria sabe sobre O Salvador, Sua Doutrina, mas, não é salva nem livre; isso demanda algo mais; “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8; 31 e 32 Isso quer dizer, obediência, para conhecer.

Muitos padecem fome espiritual, sabendo onde tem mantimento; seguem moribundos, alheios. Como os filhos de Jacó na grande seca sabiam que havia pão no Egito, e nada. Até que o patriarca bradou: “Até quando ficareis olhando um para o outro? Ide e comprai mantimento, para que não pereçamos de fome”!

Assim você que sabe de Cristo, Sua libertação e Sua paz, até quando ficará entre os porcos como o Pródigo? Volte a si, há fartura na casa do Pai.

sábado, 6 de dezembro de 2014

O Evangelho em xeque



“Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7; 16 e 17

Uma acusação recorrente nos lábios dos opositores de Jesus era que Ele falava de si mesmo. Afinal, invés do clássico “Assim diz o Senhor” que usavam os profetas do Velho Testamento, Ele dizia: “Eu vos digo.” 

Não conseguindo eles identificar quem, de fato, O Senhor era, nem fazendo Ele a pose de um profeta, a objeção é até compreensível.

Seu esvaziamento, Sua humanização, O fazia “menor que o Pai”; ainda que, em essência pudesse dizer: “Eu e o Pai somos Um”. Então, para evitar a acusação de mera origem humana da doutrina, não evocava Seu Ser Divino, antes, a figura do Pai que o enviara. “ A minha doutrina não é minha, mas, Daquele que me enviou...”  

Restava a inquietante figura de um profeta e Mestre, que advogava intimidade ímpar com o Pai. Isso, óbvio, ensejaria muitas dúvidas, reservas, em seus ouvintes; mesmo, eventuais de boa vontade que quisessem entender o que estava em jogo. 

Sabedor disso Ele propôs como modo de dissipar as dúvidas honestas que, porventura houvesse, o desafio de testarem a doutrina via prática, para, mediante  resultados, dirimirem suas dúvidas. 

A maioria das “dúvidas” é desonesta; digo, não procede de mentes dúbias por plausíveis razões, antes, são evasivas de quem bem entende o que se postula, e, por não se dispor a pagar o preço, dilui sua incredulidade. Ora, nas “falhas” do Mestre, ora, nas “incongruências” de Sua doutrina.

Sabem as pessoas razoavelmente esclarecidas que, as barreiras para que se abrace ao Evangelho são morais, não, intelectuais. As pessoas evitam porque não querem; não, porque não entendem. 

Ciente disso, O Salvador tirou o pleito da arena estéril das ideias e transpôs para a dos fatos. Tirem suas dúvidas praticando a vontade de Deus. Feito isso, saibam em vós mesmos, via resultados, se a origem é Divina ou não. 

Aqui, todos os argumentos fugazes dos que não têm argumento perecem. Sim, quando decidem tergiversar fazem porque não abrem mão de suas vontades; pois, o desafio do Evangelho é abraçar cabalmente à Vontade de Deus. 

Muitos, no afã de diluir sua própria descrença saem caçando “contradições” na Bíblia, para, desqualificando a Testemunha, ganharem o processo que pleiteia a manutenção da vontade humana enferma, com o ego no trono.  Perguntas desajeitadas, ímpias objeções não colocam o Evangelho fora de combate, antes,  evidenciam ainda mais. 

Seria mais honesto dizer: Entendo, mas, não estou disposto a pagar o preço; que, tentar apoiar-se em eventuais maus testemunhos de outros que fraquejaram, ou, de mercenários profissionais que se escondem atrás do Evangelho. Tais falhas, ou, mesmo o lixo, sempre haverá; O Salvador advertiu que seria assim. 

Agora, as minhas falhas são intransferíveis, pessoais. Justificar-me à partir de erros alheios equivale a lavar-me com água suja.

Poderia falar contra a Doutrina de Deus, quem, a tivesse testado, como O Salvador desafiou; descoberto “in loco” que é uma fraude; mas, desconheço um veraz convertido que tenha abdicado de sua vontade pela de Deus, e possa dizer de modo honesto que é mentira. Certamente não dirá que é fácil, mas, possível e recompensador. 

As promessas evangélicas respeitadas em seu contexto e fim, todos se cumprem perfeitamente, deixando à senhora dúvida desprovida de qualquer álibi para se evadir à pena de morte. 

Na verdade, a maioria dos  humanos reage ante à negação de si mesmo, como Pedro reagiu quando o Mestre falou da cruz: “Tem misericórdia de ti; de maneira nenhuma te acontecerá isso”. 

O instinto natural de preservação da vida é que acaba tolhendo que ela se torne eterna. “E quem não toma a sua cruz, não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.” Mat 10; 38 e 39

As pessoas morrem de medo da vida, pensando estar evitando a morte. Sim, pois, mesmo tendo como condição a negação da nossa, a Vontade de Deus é aprazível ao convertido, como ensinou Paulo. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis, qual seja, a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 2 

Uma vez mais, o preço para identificar e experimentar a Vontade de Deus; não andar conforme o mundo. Não por que o mundo seja um mal em si; antes, porque esse decidiu andar em oposição a Deus. A Doutrina de Cristo entendida e praticada nos coloca outra vez, em comunhão com Ele.

domingo, 26 de outubro de 2014

Jesus e a febre



A sogra de Simão estava deitada com febre; logo lhe falaram dela. Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão, levantou-a; e imediatamente a febre a deixou e servia-os.” Mc 1; 30 e 31 

Segundo a medicina, febre não é doença em si, antes,  uma resposta imunológica própria do organismo contra algum mal; noutras palavras, alguma rejeição, infecção, etc. está ocorrendo, o organismo reage e como efeito da reação, temos alteração térmica conhecida como febre. 

Assim, quando O Senhor curou da febre, na verdade curou de outro mal qualquer que a acometia; removida a causa, sumiu a consequência; a febre.   

Ocorre-me um texto que versava sobre um menino que estava com vermes. O diagnóstico do doutor foi: “Ele não está assim porque come terra; antes, come terra porque está assim.”  Para a mãe, uma pessoa simples, a consequência era a causa. 

Na nossa sociedade, muitas vezes, esse erro de avaliação ocorre. Quando uma pessoa sucumbe a um vício qualquer, todos os males que comete à partir daí são atribuídos à prática; em suma, o vício é a causa do mal. Será? Qual foi a causa que  fez abraçar ao vício? 

A epístola aos Hebreus ensina que o Feito de Cristo livrou-nos do medo da morte. E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Hb 2; 14 e 15 

A primeira vez que o medo aparece teme à morte. A advertência que Deus fizera a Adão fora que, no dia em que comesse da árvore proibida, morreria. Então, quando O Criador o procurou, Adão estava escondido e com medo.

Esse temor o afastou de Deus e submeteu a outro “Senhor”, como ensina Paulo: Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6; 16

Assim, toda sorte de descaminhos, vícios, drogas, bebidas, prostituição, mentira, adultérios, invejas, maledicências, etc. não passam de febres humanas, cuja causa oculta chama-se, pecado. 

Salomão em suas reflexões apresenta ao pecador como fugitivo de seus medos, inseguranças; enquanto o justo sente-se seguro. Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão... O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28; 1 e 17 Esse “fugir até à cova” com culpa de sangue na consciência foi precisamente o que fez Judas após sua traição ao Mestre. 

Embora seja atribuída inocência às crianças até a fase em que estão de posse de entendimento, todas nascem com “febre” após a queda de Adão. “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela.” Prov 2; 15 

A Palavra de Deus, pois, não advoga nenhuma “Lei da Palmada” para preservação da febre, antes, que se remova mediante disciplina e ensino. A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha  sua mãe. Instrui ao menino no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 29; 15 e 22; 6 

Voltando à sogra de Pedro, o relato diz que, Jesus tomou-a pela mão, levantou-a, e a febre a deixou e servia-os. Sim, mesmo sendo Deus, Jesus não agiu de longe, antes, nos tomou pela mão, fez-se como um de nós, embora, sem febre. “Eu vim, para que tenhais vida...”

Levantou-nos; pois, se o erro de Adão é definido como queda, a Vitória de Cristo reergue quem O recebe e Obedece. “...quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5; 24 

Aceitando Sua mão nossa febre nos deixa, porque, Sua Bendita Mão transpassada por cravos o foi, justo para remoção das causas da doença, o pecado. 

Claro que, conhecendo ao Senhor depois de pegar em Sua mão, servi-lO é a ordem natural das coisas; quem seria salvo de tão grande mal, feitor de todos os nossos medos e não seria agradecido ao Salvador? 

Não existe inércia espiritual, ou, progredimos Nele, ou, voltaremos à febre. “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo... forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro... um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2; 20 e 22