Mostrando postagens com marcador Marcha pra Jesus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marcha pra Jesus. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A Máscara do Ativismo

“Fez Salomão todos os objetos que eram para a casa de Deus, como também o altar de ouro, as mesas, sobre as quais estavam os pães da proposição.” II Crôn 4;19

O Livro das Crônicas registra quão voluntariamente Salomão fez todas as obras para construção do templo, bem como, os necessários utensílios.

Entretanto, sua biografia repleta de casamentos indevidos, com mulheres estrangeiras; e, permissão de culto aos deuses estranhos revela que, se, foi ativo o bastante para fazer prontamente o Templo do Senhor, não foi “passivo” o necessário para permitir que O Espírito de Deus nele fizesse um templo vivo.

Esse vício assola cada um de nós, pois, normalmente nos dispomos a fazer coisas “para Deus”; embora, nem sempre nos submetamos de forma que as coisas sejam feitas “em Deus”. Somos dóceis ao ativismo, refratários na obediência ao Espírito, que, nos quer edificar.

Basta ver a pujança dos eventos “góspeis” onde arde a fogueira das vaidades, ou, “Marchas pra Jesus” e comparar isso com eventuais cultos de oração, ou, ensino, para constatarmos que somos bons no que não importa tanto, e relapsos no que é vital.

Esperar 40 dias em vigilância, temor, se revelou uma “prova” impossível para Israel em Horebe quando Moisés subira ao monte ter com O Senhor. Eles tinham urgência de “cultuar”; na verdade, comer, beber, dançar, folgar; assim, dada a “demora” executaram um “plano B”; Bezerro de Ouro. Malgrado a nobreza do material, ouro, era retrato fiel da vileza espiritual de um povo obstinado e ingrato que, vendo terríveis coisas que O Santo fizera pela sua libertação, inda sentia-se no direito de querer as coisas a sua maneira.

Conosco não é diferente; padecemos do mesmo mal. Qual de nós não “viu” o que O Senhor fez no Calvário pela nossa libertação? Entretanto, apesar da vergonha da Cruz por amor a indignos, nos sentimos dignos príncipes, filhos do Rei que podem exigir as coisas conforme querem. Há muitos patifes disfarçados de ministros ensinando isso; são essas mensagens que abarrotam templos de modo que, “Salomão” fez um novo com doações dos que recusam esperar “apenas” a volta de Moisés; de Cristo, digo.

Ora, o anelo Divino não é que façamos coisas “para Ele”; antes, que suportemos o necessário num mundo adverso, “com Ele.” “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando, pelos rios, não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Contextualmente, essa promessa atinava a Israel; mas, Cristo acenou com a Divina habitação em qualquer que se fizer servo; “Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará minha palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele, morada.” Jo 14;23

Para fazermos as coisas em Deus precisamos abdicar do nosso modo mundano de pensar e agir; “... não vos conformeis com esse mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento para que experimenteis a Boa, Santa e Agradável Vontade de Deus.” Rom 12;2

Isso não requer um vácuo mental, antes, câmbio dos nossos pensamentos pelos Divinos; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que, se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Pensamentos de Deus que nos cumpre conhecer estão expressos em Sua Palavra; daí, o aspecto imprescindível do ensino. É um milhão de vezes mais produtiva a leitura, o estudo, meditação na Palavra, que sair pelas ruas como autômatos gritando “mantras” tipo: “Hei hei, Jesus é Nosso Rei!”

Ativismo é algo tão superficial que pode ser feito até por gente que desconhece ao Senhor, ou, por outra: Que Ele não reconhece. “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;22 e 23

Outro dia deparei com uma “pérola” onde alguém dizia que cristãos não precisam estudar, pois, Deus quer nossos corações, não nossas inteligências. É mesmo? Por que será que Ele colocou cérebros dentro dos nossos crânios?

Paulo, depois de elogiar ao jovem Timóteo por desde menino conhecer as “Sagradas Letras” disse: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade.” II Ti 2;15

Essa geração de “cristãos” que não se importa em conhecer A Palavra está “protegida” pela própria ignorância; pois, se ousasse ler veria advertências alarmantes como essa: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

segunda-feira, 13 de março de 2017

O censo e os insensatos

“... pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, foram contados deles, da tribo de Judá, setenta e quatro mil e seiscentos.” Núm 1;26 e 27

Números, o Livro dos censos de Israel, e uma nuance de como era contado o povo. Apenas, homens, de vinte anos para cima, que poderiam ir para guerra. Não se trata de menosprezo às mulheres, adolescentes, ou, crianças, mas, de uma postura prática em relação ao contexto de então.

Em caso de ameaça externa, deveriam saber, com qual montante contavam, para, a partir daí, planejarem sua estratégia. Jesus mencionou isso, de passagem; “Qual é o rei que, indo à guerra pelejar contra outro, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se, com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, pede condições de paz.” Luc 14;31 e 32

Entretanto, O Salvador usou esse incidente como símile de algo novo que propunha; Como um rei dos antigos calculava seu exército e do inimigo, antes de dar um passo decisivo, deveriam, os candidatos a discípulos, medirem os custos e benefícios, antes da ousada empresa. “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” V 33

O “exército inimigo” a carne, vem sempre com um pelotão de elite de maus desejos, aos quais, está habituada; nossas fraquezas prediletas são nossos “boinas verdes”, duros de matar.

O Salvador nos garante a vitória se, entregarmos a Ele o comando e usarmos na peleja, Sua arma poderosa, a cruz. Nela, cada mau instinto deve ser mortificado, pois, quando A Palavra diz que não devemos lutar contra carne e sangue, refere-se à perseverança do salvo, que já deu o passo em direção a Cristo, e será atacado por forças espirituais opostas; contudo, essas, têm no combate, sua “cabeça de ponte” em linguagem militar, o ponto de acesso, nas más inclinações de nossa natureza.

Agora, não há distinção de idade, nem, sexo; todo convertido é combatente nas fileiras de Jesus. “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” Gál 3;27 e 28

Sermos Um em Cristo seria nossa vitória. Contudo, muitas vezes nos desgarramos do Senhor, acossados por anseios naturais inda não crucificados, invés de priorizarmos as coisas de cima, o “Tesouro no Céu,” como Ele ensinou, ainda nos pesam os cuidados dessa vida como prioritários. Na parábola do Semeador o Senhor ilustrou essa postura como a semente que caíra entre espinhos; não frutificara com perfeição.

Paulo, por sua vez, também usou uma metáfora marcial para exortar-nos a uma postura que agrade Nosso Senhor: “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. Se alguém milita, não é coroado se não militar legitimamente.” II Tim 2;3 a 5

Infelizmente, grande parte da dita igreja atual, ensina recrutas a calcularem os despojos, os lucros, não os riscos do embate. Se a coisa não se der nos termos do Senhor será ilegítima, portanto, nula, qualquer pretensa vitória.

O Senhor não se impressiona com multidão, barulho, ativismo e tolices afins. No dia da invasão midianita chamou a Gideão, esse, tocou as trombetas e reuniu mais de 32 mil soldados. O Eterno os testou em dois quesitos: Coragem e prudência; restaram apenas trezentos. Com esses, Ele deu a vitória.

Não é diferente a coisa em nossos dias. As trombetas do “gospelismo” moderno, uma vez tocadas, aglomeram multidões. Temos vistosas “Marchas pra Jesus”, Carnaval gospel, Funk gospel, prosperidade material, idolatria de ministros e artistas etc. Mas, teste-se os tais, na coragem de tomar a cruz, na prudência de obedecer a Palavra, e outra vez, O Senhor terá que contar com mui poucos.

Se, nos censos pretéritos apenas os aptos a irem para a guerra contavam, ainda é assim. O Exército de Deus não tem pelotão de elite; é todo de elite. Gente corajosa e prudente que marcha após o Poderoso General, rumo à Nova Jerusalém.

E, por um lado, a salvação é de graça, acessível a “toda criatura”, por outro, não existe bolsa indulgência, bolsa resgate, etc. para gente omissa, preguiçosa espiritual a devanear que, uma vez que Cristo tomou a cruz por nós, está tudo feito. Não. Está feito o que não poderíamos, nem merecíamos; o que podemos, devemos, senão, o Censo do Céu, nos deixará de fora da conta.