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domingo, 19 de abril de 2020

O Alvo Errado


“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais, nem nós pudemos suportar?” Atos 15;10

Os que isso faziam eram obreiros espontâneos, sem chamada; “... alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras; transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” v 24

Iam após o trabalho de Paulo e Barnabé, cujos frutos eram conversões e regozijo no Espírito, e perturbavam requerendo coisas da Lei de Moisés. Isso ensejou o concílio apostólico de Atos 15, dentro do qual, Pedro considerou que seria tentar a Deus, requerer dos gentios práticas peculiares ao judaísmo, uma vez que O Salvador não ensinou-as, nem as requereu.

Segundo Paulo, o zelo judaísta de alguns, nem era zelo estritamente, mas conveniência; certa vergonha pelo que fizeram com Cristo. “Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a Lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne.” Gál 6;12 e 13

Não significa que a Lei deixou de existir. Mas, que o servos de Cristo foram por Ele libertos dela e lhe pertencem. “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;4

Os legalistas modernos que ainda não entenderam o Ministério do Espírito, o que Ele opera em cada um que habita tencionam tomar Seu lugar. Se nos fazem juízes de usos e costumes dizendo de fora para dentro o que é santo.

No entanto, a vinda e habitação do Bendito Espírito Santo em nós faria desnecessária a atuação desses árbitros exteriores, imperfeitos, dada a perfeição do que nos ensinaria de dentro. “... Porei Minhas leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo; não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.” Heb 8;10 e 11

Claro que isso refere-se aos cristãos maduros, que trocaram seus pensamentos naturais pelos Divinos e, “... em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Portanto, não elimina o Ministério do ensino, antes, O Espírito capacita ensinadores segundo Ele, para edificação do Corpo de Cristo; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos...” Ef 4;11 e 12 Os que Ele deu para ensinadores são Seus; logo, diferentes dos espontâneos aqueles, que perturbavam o trabalho alheio.

Notemos que agora não é A Lei de Moisés; “porei Minhas leis em seu entendimento...” não se trata meramente de decorar um texto, antes de entender seu sentido espiritual. Óbvio que comportamentos são passíveis de juízo, sobretudo, segundo a Palavra, que é o Juízo de Deus. Mas, imputar pecados a alguém por coisas relativas a usos e costumes, fatores culturais tão diversos na terra é o desaconselhado juízo temerário, ao qual, não me atrevo.

Sempre que estamos diante de uma decisão difícil, os convertidos recebem a luz do Espírito acerca do caminho a seguir. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Jeremias disse o mesmo de modo diferente: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Vejo com tristeza quando gente que não se esmerou no estudo da Palavra fala da teologia como se fosse algo mau; as implicações são preocupantes, pois, parece se incomodar mais com a luz que com as trevas.

Deus não salva pela sabedoria, nem pela eloquência; salva arrependidos pelo Sangue de Cristo. Mas, capacita iluminando aos que escolhe, para que esses também difundam Sua Luz sobre outros. Foram homens abençoados, de muito estudo que verteram para nosso idioma a Palavra de Deus. Ele os recompensará por isso.

Com tanta gente na escuridão carecendo da Luz da Palavra, voltar artilharia contra irmãos que pensam diferente em coisas periféricas é um grotesco erro de alvo.

Não duvido das boas intenções dos que fazem isso; mas, o fogo deve produzir luz, além de calor. O que apenas acalora no escuro, enseja debates vãos é derivado das humanas paixões, não do Espírito Santo.

domingo, 8 de setembro de 2019

Mortal Combate

“... Nós temos uma lei e segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” Jo 19;7

Essa afirmação tinha certa “lógica”, pois, estava escrito: “Ouve ó Israel! O Teu Deus é Único.” Naquela ótica fazer-se alguém filho de Deus implicava em blasfêmia, pela qual deveria ser morto.

Se, tivessem examinado com mais cuidado as Escrituras nas quais afirmavam crer teriam encontrado a promessa da visitação Divina sobre a Terra em várias passagens; “Porque eis que o Senhor está para sair do Seu lugar; descerá e andará sobre as alturas da Terra.” Mq 1;3 Ou, Isaías antevendo o precursor; “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda ao nosso Deus.” Is 40;3

Então, quando João Batista disse não ser o Messias, mas, ser essa profetizada voz, natural para os experimentados nas Escrituras concluir que, após ele viria O Senhor.

Dizendo-se Filho de Deus Jesus se apresentou “menor” que o prometido, dado que a promessa era do Próprio Deus andar sobre a Terra. Mas, quando disse: “Eu e O Pai Somos Um” a fúria da audiência aumentou.

As afirmações do Salvador não traziam uma agressão às Escrituras, antes, encaixavam-se nelas. O que O fazia indesejável era que, invés de adular ímpios hipócritas Ele denunciava-os. Não eram eventuais falhas no Senhor que ensejavam Sua rejeição, antes, Sua Perfeição que expunha as falhas do “guardiães da vinha” que davam azo ao mal estar. O zelo era só pretexto para agredir e rejeitar “com razão.”

“Nós temos uma Lei,” disseram; em dias ulteriores a posição de Cristo perante a Lei de Moisés foi expressa aos mesmos Hebreus; “Porque Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra que a casa tem aquele que a edificou.” Heb 3;3

Não apenas era O Filho de Deus, como veio remir, e Ser O Caminho, para adoção de muitos filhos mais, mediante o novo nascimento; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

O que Satanás disse Dele por lábios ímpios, “deve morrer porque se fez filho de Deus”, diz de qualquer de nós que recebe essa ventura em Cristo e “passa da morte para a vida.” Deve morrer!

Muitos devaneiam com uma percepção errada do que significa a conversão; pensam ser o fim dos problemas; na verdade é o fim da inimizade com Deus, a adoção de filhos e início de uma caminhada contra o ódio de Satanás.

Antes disso fazíamos qualquer coisa e “estava tudo bem”; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Pois, estávamos mortos em delitos e pecados e éramos amiguinhos de Satã. Porém, vindo “a Semente da Mulher” que nos colocaria em inimizade com ele, a aversão nutrida pelo tal é do mesmo calibre que teve por Cristo; digo; guardadas as proporções diz o mesmo ao nosso respeito: “Deve morrer porque se fez filho de Deus.”

Sabedor disso O Senhor envia Seu Bendito Espírito Santo para nos capacitar no mortal combate; para que possamos resistir ao assédio assassino do inimigo.

Se, não puder matar espiritualmente, seu alvo primeiro, mediante apostasia e pecados, mata fisicamente mesmo, cessando o ministério dos que lhe incomodam, como fez e ainda faz com muitos mártires.

Nossa natureza pecaminosa que não se converte; deve ser mortificada na cruz, acaba sendo um inimigo infiltrado a pelejar contra nossa própria salvação; “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e, nem pode ser.” Rom 8;7

Quem nasceu de novo identifica dentro de si esse combate entre O Espírito que aponta para Deus e Sua Vontade, e a carne obstinada que se inclina à rebeldia. “Porque os que são segundo a carne se inclinam para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.” Rom 8;5

Lembro de antigos gibis onde as tentações, eram figuradas com um anjinho no ombro direito apontando para a virtude, e um diabinho no esquerdo apelando pelo vício; é mais ou menos isso.

Isaías vaticinou o ministério do Espírito: “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Não existe “fechamento de corpo”, “oração forte” que nos possam proteger; antes, ouvidos abertos e obediência ao Forte que peleja por nós. “Quem me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

domingo, 5 de agosto de 2018

As Faltas e o Pênalti

“Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quão maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Olhando o imediatismo punitivo da Lei, incluindo pena de morte, contrapondo isso a Cristo, digo; grosso modo, costumamos ter a Lei como era do Rigor; Evangelho, do Favor. E não?

Bem, algumas variáveis precisam ser consideradas. A sentença acima traz rigor maior para com os violadores da Graça, que, os da Lei. Espere! Se esses incorriam em morte, qual castigo poderia ser maior? No futebol, por exemplo, a maior punição técnica, como o nome diz, é a “Penalidade Máxima”, ou, Pênalti. Qual seria o “Pênalti” no jogo do relacionamento com Deus?

Na Lei, diga-se, o tribunal demandava duas ou três testemunhas apenas; o que, bem poderia condenar inocentes, bastando para isso alguma desafeição, ou, corrupção de testemunhas, como nos assassinatos de Nabote, ou, Cristo. Aí, assoma a questão de Abraão: “Não faria justiça O Juiz de toda a Terra”?

Se, tudo fosse restrito a essa vida apenas, nesses casos, não. Contudo, “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Nem só na era da Lei, muito mais, na da Graça, ocorrem injustiças; “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque, eles serão fartos;” Mat 5;6

Assim, é lícito concluir que, a morte física está longe de ser o “Pênalti” Divino; aliás, os fiéis sequer devem temer a morte quando vier; “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas, eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.” Luc 12;4 e 5

Agora temos usufruto da longanimidade Divina; isso permite que nos arrependamos no curso das nossas vidas; porém, as exigências da Graça são mais intensas que as da Lei; “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas, qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo... Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo; qualquer que, atentar numa mulher para cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Mat 5;21, 22, 27 e 28 etc.


A Lei não tencionava ser uma ponte de salvação; antes, uma denúncia da nossa necessidade do Salvador; como disse Paulo: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24


O Criador colocou em cada um de nós um “arbitro de vídeo” que dissipa quaisquer dúvidas sobre as faltas que cometemos; “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo interior, até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

Porém, não só O Senhor pode ver; também nós, após o resgate que nos tirou da maldição da Lei; “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13

Vivificados pelo Espírito de Deus e renovadas nossas consciências, podemos também sondar-nos internamente e saber se estamos ou não, em comunhão com O Pai. Em Cristo chegamos ao “... novo testamento, não, da letra, mas, do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” II Cor 3;6 A violação da “Lei do Espírito” agora, latente na consciência rediviva é que equivale a “Fazer agravo ao Espírito da Graça” cuja condenação excede a dos eventuais violadores da Lei de Moisés.

Essa ensejava a morte física apenas, sem entrar no mérito da salvação; o agravo ao Espírito origina a morte espiritual, alienação eterna do Senhor, a segunda morte; “Mas, quanto aos tímidos, incrédulos, abomináveis, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras e a todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; que é a segunda morte.” Apoc 21;8

Aqui estaria o “Pênalti” contra nós nos pés do “batedor” que jamais erra; O Juiz dos vivos e dos mortos.

Então, por um lado a Graça facilita, à medida que faculta-nos tempo para mudarmos de atitude, recebermos salvação; por outro, requer intensidade espiritual, verdade no íntimo, uma vez que, não é ludibriada por aparências; é mais severa que a Lei, pois, sua condenação já é no Supremo; não cabem recursos.

A algumas cidades que O desprezaram Cristo disse que seu juízo seria pior que o de Sodoma e Gomorra; então, brincarmos que algo tão nobre, seria uma eterna desgraça.

domingo, 29 de outubro de 2017

As vozes e a Voz

“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo... e depois de morto, ainda fala.” Heb 11;4

O que Abel fez por ter fé fala ainda conosco, muito tempo além da sua morte. Seu exemplo inspira-nos.

Pois, há uma fala mais profunda que as vozes banais; não se comunica com tímpanos e ouvidos; antes, com o entendimento, coração, a fé.

Desse calibre, a eloquente fala da Criação, a testificar sobre os atributos do Criador. “Porque suas (de Deus) coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto seu eterno poder, quanto, sua divindade, se entendem, claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles (os ímpios) fiquem inescusáveis.” Rom 1;20

Ou, “Os céus declaram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala, mas, se ouve sua voz. Sua linha se estende por toda a terra; suas palavras até ao fim do mundo...” Sal 19;1 a 4

Mas, voltando à “fala” de Abel, o que tinha de diferente da de Caim, que também ofertara e não fora aceito? Já ouvi muitos pregadores ensinarem que a oferta de Abel fora superior por ter trazido um sacrifício de animal, enquanto, Caim trouxera frutos da Terra. Aquele teria manifestado a necessidade de sangue Remidor, esse, descansado em certa soberba.

Sempre pareceu lógico isso, nunca incomodou; mas, pensando melhor, o que é maior, a oferta, ou, o “templo” que a santifica, como questionou O Salvador? O relato diz que, atentou O Senhor para Abel “e” sua oferta, porém, para Caim “e” sua oferta não atentou. Notemos que, o Senhor olhou primeiro para os “templos”, para sondar seus motivos, antes de olhar para as ofertas. Afinal, se a grandeza ou a qualidade da oferta contarem mais que o motivo, estaremos plasmando o feto da Teologia da Prosperidade no ventre do Éden.

Ademais, não havia ainda o ensino de que a vida estava no sangue, ou, instruções sobre sacrifícios aprazíveis ao Senhor. Então, atrevo-me a pensar que qualquer tipo de oferta seria aceita, se, feita com o sentimento e o motivo corretos; adoração, gratidão pelas bênçãos recebidas. Óbvio que um coração agradecido não traria coisas pífias.

A oferta de Abel teria vertido da sadia fonte, e a de seu irmão, mera emulação, competitividade. Tanto que, a reprimenda do Criador o exortou a fazer diferente para também ser aceito; não houve aceitação prévia de Abel e rejeição de Caim, antes, sondagem de ambos os corações e um apenas agradou. “O Senhor disse a Caim: Por que te iraste? Por que descaiu o teu semblante? Se, bem fizeres, não é certo que serás aceito?” Gên 4;6 e 7 Para a linguagem teológica temos um matiz de sinergismo desde o início.

O autor, depois do exemplo de Abel evocou toda uma plêiade de heróis da fé; num movimento ascendente, enfim, cravou o lábaro do argumento no topo do Everest, Cristo, Autor, e Consumador da fé. Da sua “Fala” naquela voz superior do exemplo, disse: “Chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, aos muitos milhares de anjos; À universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, Juiz de todos; aos espíritos dos justos aperfeiçoados; a Jesus, O Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor que o de Abel.” Heb 12;22 e 24

Agora sim, conta, a grandeza inefável da Oferta, entregou a si mesmo; e a excelência do motivo; amou pecadores. “Porque apenas alguém morrerá por um justo; pode ser que, pelo bom alguém ouse morrer. Mas, Deus prova Seu Amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;7 e 8

Alguns imbecis e arrogantes dizem que a grandeza do Sacrifício mostra a grandeza do nosso valor. Não, essa “voz” fala do imenso amor de Deus, e da grandeza de nossa impureza que demandou tal Santidade para remissão.

Desse modo, dada a Majestade do que está em jogo, invés de nos perdermos devaneando arrogâncias deveríamos considerar a seriedade requerida. “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

O inimigo enche o mundo de ímpias vozes para abafar “à Voz”; Roberto Carlos cantou: “Eles estão surdos;” todavia, o brado do Amor Divino ainda ecoa: “Quem tem ouvidos ouça...”

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

hemiplegia espiritual

“Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los, mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.“ Atos 15;5

Que parte do “negue a si mesmo” eles não entenderam? Na verdade esse erro não é exclusividade deles. Quantos de nós, invés de entendermos a conversão como é, autonegação, submissão, mortificação, novo nascimento, veem como um upgrade, uma potencializada na visão filosófico-espiritual, da vida. Quem cria em algo distinto da Bíblia, busca pontos de “encaixe” entre seu pretérito e a nova crença.

A Lei de Moisés não é de origem Divina? É. Entretanto, seu alvo nunca foi salvar o homem, isso era-lhe impossível; “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado, na carne;” Rom 8;3

O objetivo da Lei sempre foi manifestar nossa falência espiritual, e consequente necessidade do Salvador. Paulo disse: “... a lei nos serviu de aio, para conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Quando ele mesmo diz que não anulamos, antes, estabelecemos a Lei pela fé, outra coisa não diz, senão, que o propósito pelo qual a Lei foi dada, se cumpre, à medida que nos remete a Cristo, O Salvador.

A Epístola aos Hebreus ensina que, mudando-se o sacerdócio, necessária se faz a mudança da Lei. O Sumo Sacerdote da Nova Aliança resumiu tudo em dois mandamentos: Amar a Deus, e ao próximo. Amor a Deus se manifesta, além de, louvores, adoração, em obediência. Todavia, o Novo Sacerdote não requereu obediência à Lei, antes, aos Seus ensinos: “...ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado;” Mat 28;19 e 20

Contudo, não é apenas no aspecto legalista que, os convertidos dentre os gentios trazem seus pretéritos e tentam anexá-los à nova fé. Isso era problema, sobretudo, de judeus. Embora, haja os que, reféns de uma interpretação errônea, tendo renascido frutos da Nova Aliança, tencionem cultuar ainda, a antiga.

Amante do renome e dinheiro, Simão, o mago, “convertido” quis comprar o dom de batizar com O Espírito Santo; Pedro foi categórico: “... teu dinheiro seja contigo para perdição, pois, cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.” Atos 8;20 Adiante, o livro dos Atos menciona uma atitude diferente de outros magos que se converteram: “...muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram seus livros, os queimaram na presença de todos; feita a conta do preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata.” Atos 19;19

Isso reflete vera compreensão da conversão; ruptura cabal com o passado obscuro, entrega total ao novo, de Deus. Que triste discernir a hemiplegia espiritual dos convertidos atuais, que querem amenizar as dores da cruz, com o torpor do vinagre das antigas predileções naturais. Quem amava carnaval, agora quer uma versão “gospel”; idem os do funk, do erotismo, os amantes do dinheiro, sobretudo, mas, agora, “em Nome de Jesus”, que vergonha!!

A impressão de certos, “novos nascimentos”, é que alguns, nasceram velhos, com paladar de adultos ímpios. A dieta espiritual é diversa: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” I Ped 2;2

Paulo conhecera a Cristo fisicamente, e disse que, isso não era relevante. “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não conhecemos deste modo.” II Cor 5;16 e conhecer do modo correto, espiritual, requer que “queimemos nossos livros” também, pois, “...se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” V 17

A mudança exterior de um convertido se dá, porque houve outra, interior, no jeito de pensar, adotando em lugar dos próprios, os pensamentos de Deus. “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Conversão, enfim, não equivale a mudar de vida, antes, mudar da morte para a vida; não é upgrade, é regeneração. “...quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Dizer-se cristão, sem honrar as implicações disso, é como determinada igreja, da qual o Senhor disse: “Tens nome de quem vive, e estás morta”.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Os jovens não pecam



“Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento; pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” Atos 15; 24 a 26 

Esse incidente ocorrido no início da igreja encerra algumas coisas que vale considerar. Embora, os mais simplistas tendam a imaginar que, eventuais ameaças à marcha estejam do lado de fora, os divisores de então, “saíram dentre nós.” Quem está fora pode discordar, criticar, ignorar, mas, “lato sensu”, respeita a opção dos que creem.

Todavia, quando alguém de dentro, com espírito empreendedor, aventureiro, sem a luz necessária, decide “aperfeiçoar” o trabalho, temos problemas. 

Geralmente um neófito impetuoso, esse estágio, onde, os erros estão sempre nos outros. Sim, pecar exige certa maturidade; essa idade sóbria onde já não são os outros os culpados. Os novatos são perfeitos. 

Talvez, por isso, aos muitos predicados demandados para obreiros, Paulo tenha anexado esse: “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.” I Tim 3; 6 Parece que a tentação primeira do novato é a soberba.   

No exemplo supra, não os encontramos comissionados, enviados; antes, saíram espontaneamente, auto enviaram-se; foram “consertar” o trabalho alheio. Seu fruto? “Perturbaram com palavras”.  

Como é fácil investir-se em determinada empresa quando o “capital” necessário são apenas palavras! Todo mundo tem algo a dizer; desgraçadamente, quanto mais imbecil, mais falastrão. 

Salomão cotejou dois, aliás, o que tem “bala na agulha” e o que tem agulha apenas. “O que possui o conhecimento guarda as suas palavras, o homem de entendimento é de precioso espírito.” Prov 17; 27 Por outro lado, “O tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada  seu coração.” 18; 2 

Ele tenta pacificar a distância entre ambos aconselhando ao segundo que exiba um traço, pelo menos, do primeiro. “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra os seus lábios é tido por entendido.” 17; 28 Ocorre-me sempre, nesses casos, um provérbio indianos que diz: “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que teu silêncio.” As palavras destes sempre são piores; desconhecem limites. 

Entretanto, sua entrada às igrejas da Ásia para consertar erros ausentes acabou criando problemas que, agora sim, precisavam conserto. Seus enganos disseminados precisavam ser desfeitos. 

Os escolhidos e comissionados para a devida correção tinham  traços dignos de nota: “Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Uma pequena diferença. Enquanto uns “reformadores” se dispõem a gastar palavras vãs pela causa, outros, ousam expor as vidas. Quais seriam dignos de crédito? 

Nesses dias de facilidades tecnológicas, cada um é rei no alto do castelo virtual coroado de presunção. Cheia está a “nuvem” de ensinos os mais absurdos e estúpidos. Hoje, sequer neófito precisa ser o sujeito, mesmo não convertido, pode espalhar amplamente sua “visão” poluindo o trabalho de homens sóbrios que trazem cicatrizes pela causa do Mestre.

Mas, como também lanço mão do universo virtual para difusão de gotículas de ensino, quem garante que não sou dos tais, mero paroleiro que investe só palavras no Reino? Ninguém. 

Isso está delegado ao paladar de quem lê; de ter, o tal, discernimento ou não depende o dirimir eventual dúvida. “Porventura o ouvido não provará as palavras, como o paladar prova as comidas?” Jó; 12; 11 As palavras daqueles produziram perturbação na igreja. E, “pelos frutos se conhece a árvore”. 

Ademais, quem vê a Obra de Deus sob o prisma da seriedade, responsabilidade, não se apresenta espontâneo; quando convocado teme, como fizeram Moisés, Isaías, Jeremias... Se, alguém logo se voluntaria para algo tão sério e perigoso, de duas uma: é mal intencionado, carreirista que vê a coisa como fonte de renda, vantagens, poder; ou, é um grande imbecil, sem noção. Em ambos os casos, nenhum serve. 

O Eterno não chama pessoas para darem trabalho; antes, para que façam o devido trabalho. 

Quando do Êxodo, veio junto uma mistura de gente que, à primeira adversidade seu anelo era volver ao Egito; desses se diz que deixaram ao Egito, mas, o Egito os não deixou. 

Na igreja também temos um “populacho” que diz ter abandonado aos “valores” do mundo, mas, quer “contribuir” com esses meios, uma vez que o mundo ainda está neles. 

Os sábios respondem à chamada de Deus de modo a não voltar atrás, como fez Eliseu quando Elias o buscou. Matou os bois e queimou as tralhas de arar, veio pra ficar. Meninos cansam cedo, e buscam brinquedos novos.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dona legalidade e seus dois maridos



“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” Mat 28; 19 e 20.

Precisamos “navegar” retroativamente ao pegar um barco andando como esse; digo, “portanto” é conjunção conclusiva, de modo que associa-se a um texto anterior; qual? “...É-me dado todo o poder no céu e na terra.” V 18  

Eu Sou o Todo Poderoso! Portanto, ordeno: Vão, preguem, ensinem, batizem, atenham-se ao que Eu mandei; saibam que  garanto-vos minha presença contínua. 

A questão; da autoridade é crucial em qualquer caso que demande  hierarquia. Quem está mais alto a possui em maior grau. Para os religiosos da época, dados os escritos deixados, a suprema autoridade era Moisés.

Sempre que  ensinos do Mestre pareciam contradizer à concepção que eles tinham de Moisés, O acusavam de blasfêmia, sedição. Quando da purificação do Templo armaram um laço exigindo saber com quê autoridade fazia aquilo. 

Não era uma dúvida honesta, antes,  armadilha para O forçarem a “blasfemar”.  Sabendo disso, o Senhor jogou sua maldade no próprio colo; fê-los beber do próprio veneno. “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes? Se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. Respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto.” Mat 21; 24 a 27 

O fanatismo cega até ante o que está patente. Se, a Lei de Moisés, era Santa, vinda de Deus, para ser observada, etc. trazia uma “vacância,” de onde, novo Legislador viria, ao Seu tempo; leiamos: “Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu; porei as minhas palavras na sua boca; ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu  requererei dele.” Deut 18; 18 e 19 

Um como tu, ( Moisés ) um legislador. Jesus disse que não veio anular à Lei, mas, cumprir; o fez, e anunciou o Evangelho.  Justo na introdução aos Hebreus, a “discrepância” entre Jesus e Moisés se desfaz. “Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou.” Heb 3; 3 

O Sonho célebre de John Bunyan que deu origem ao “peregrino” apresenta o coração humano como um cenáculo cheio de poeira, a Lei como vassoura. Quanto mais se move esta, mais poeira levanta. Aí, o intérprete explica: A poeira é o pecado, a vassoura, a Lei. Assim, a Lei não tira pecado, antes, manifesta.

Então, água é borrifada no ambiente, a poeira assenta e pode ser varrida. A água, ensina, é o Evangelho. Era impossível à Lei, a graça fez. 

Todavia, mesmo depois de dois milênios do Evangelho, muitos ainda não o conseguem distinguir da Lei. O Todo Poderoso resumiu o que  importa em dois mandamentos: Amor a Deus e ao próximo. E no epílogo de Mateus registra-se isso: “Ensinando a guardar todas as coisas que eu tenho mandado.” O quê, automaticamente elimina Moisés, como meio de salvação. 

Adventistas preceituam a guarda do Sábado inspirados num sonho de Ellen White; o mesmo de Bunyan apresenta a legalidade como um monte que tem desviado a muitos da graça. Se tiver que optar entre dois sonhos pós canônicos, fico com esse, por ser bíblico.

Paulo Ilustra Moisés e Cristo como dois maridos; a humanidade como uma mulher; e ensina: “Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.  De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei, assim, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7; 2 a 4 

Quem quer associar a graça com a Lei é viúva Saudosa que diz amar o novo marido, mas, deseja a foto do finado sobre a mesa; Ele tem ciúmes. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.” Gál 5; 4

domingo, 14 de setembro de 2014

Jesus e a re-Lei-tura

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.” Mat 5; 17
 
A diferença entre o caráter e ensino de Jesus e os religiosos era tal, que havia o risco de ser acusado de subversão; de estar atuando contra a Lei de Moisés. Por isso, apressou-se a eliminar tal suspeita.

Se não veio anular, mas, cumprir, como disse, por que fez releitura de quase todos os mandamentos? Bem, o legalismo é apenas a vitrine da hipocrisia, não o reflexo exato da Lei. 

Paulo ensina: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual;…” Rom 7; 14 disse mais: “E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.” V 16  Ele considerou um “não querer” refém da força do pecado na carne como uma aprovação íntima da Lei de Deus.

Se a Lei é espiritual, tem um espírito; uma intenção subjacente à superfície da letra. O fato que os judeus, Fariseus, sobretudo, faziam uma leitura superficial e nela se justificavam foi que demandou a releitura do Senhor. 

Avisou seriamente aos ouvintes: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mat 5; 20 Esse exceder não significava extrapolar, antes, aprofundar-se; entender a intenção da Lei, e observá-la.

Do “não matarás”, foi além; à raiz do assassinato, o ódio. “…porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo;…” v 22; quanto ao adultério, idem: “Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” V 28 

Do sábado fez a mesma análise; seu fim era o bem estar humano, não um deleite Divino; “O sábado foi feito por causa do homem”. Ensinou. 

Por fim, facilitou a compreensão do espírito da Lei ensinando que, cada um tem na morada de seus anseios, a candeia dos seus deveres. “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7; 12

Claro que um desnudar  profundo da pretensão religiosa da época fatalmente o faria “persona nom grata” ante suas “vítimas”.

Espantoso é que, hoje, passados dois milênios de tão clara exposição ainda tenhamos os neo-Fariseus, intérpretes de superfície atuantes e convictos de suas idiossincrasias.

Dado que o sacerdócio levítico foi ineficaz, veio o Sumo Sacerdote de uma ordem superior e pôs ordem na casa. Porém, “…mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7; 12 

Observando de modo prático, em quê consiste tal mudança? Ouçamos Paulo: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8; 1 e 2
 
Essa Lei do Espírito de Vida deve atentar a quais mandamentos? “fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado;” Mat 28; 19 e 20 

Claro que as coisas que Ele mandou abrangem todas as faces de nosso viver; entretanto, o Mestre  condensou-as em dois mandamentos apenas: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat  22; 37 a 40

Em seus dias Paulo enviou dura diatribe aos Gálatas em face ao legalismo que se infiltrara; aos Colossenses não foi diferente. Também lá advertiu: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” Col 2; 16 e 17
 
Claro que os legalistas desse tempo sempre terão suas “bases bíblicas” para defender; embora, os Adventistas usem até os sonhos de Ellen White; contudo, a origem do problema não é bíblica, antes, reside no orgulho carnal das seitas que se pretendem depositárias  únicas da verdade. 

“…estando debalde inchados na sua carnal compreensão, e não ligados à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.” Col 2; 18 e 19
 
Mesmo a carne implorando por ser santificada, o Senhor insiste que  seja crucificada. E depois da cruz, a Lei é outra.