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domingo, 5 de novembro de 2017

Inveja; Razão da Fome e da Sede

“Estevão, cheio de fé e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, cireneus, alexandrinos, dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Ele. Não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. Então subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.” Atos 6;8 a 11

Esse incidente realça algumas nuances humanas que faz sentir vergonha de pertencer à espécie; isso, após sermos regenerados por Cristo, pois, antes éramos do mesmo calibre.

Algum tempinho atrás Estevão era nada, não incomodava ninguém; mais um na multidão. Promovido pela igreja à humilde posição de diácono, mero garçom, mas, capacitado por Deus a operar prodígios e sinais, passou de irrelevante, a alvo de disputas, de inveja.

Essa, do latim Invídia, significa uma recusa em ver as coisas como são, ou, aceitá-las. Sempre o invejoso estará olhando assim para alguém que supõe numa condição superior à sua. Ninguém olha para baixo e recusa ver algo que o coloca em superioridade.

Salomão ensina: “Também vi eu que todo o trabalho, toda a destreza em obras traz ao homem a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4

Aliás, não foi, justo, essa vetusta, atuante desde o Éden que patrocinou a crucificação do Salvador? Ele Era a junção da pureza com autoridade, carisma, sabedoria e poder; tudo o que os religiosos queriam ser quando crescessem; mas, seu nanismo moral e espiritual impedia; então, restou a violência motivada pela inveja. “Porque ele (Pilatos) bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.” Mc 15;10

Desde que o primeiro casal aceitou a sugestão de autonomia humana em relação a Deus, de decidirmos o bem e o mal sem interferência “externa”, o bem, passou a ser visto pela perspectiva diabólica. Esse, além de “Pai da Mentira” é genitor da inveja; dele se diz: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens; serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;13 e 14

Assim como o canhoto lida mal com a submissão hierárquica, seu “legado” à espécie caída inoculou no homem o mesmo vírus. Afinal, de onde brota a inveja, senão, de se constatar eventualmente que outrem desfruta uma posição “superior” à nossa? Seja, na posse de bens, dotes, circunstâncias, talento...? Ao vermos algo assim, não que o ditoso visto seja nosso superior hierárquico, estritamente, mas, por usufruir de algo que desejaríamos para nós soa como tal.

Desse modo, nossa perversão do bem enseja também a perversão da justiça; pois, de certo modo passamos a achar injusto algo que aconteceu alheio a nós, sem nos fazer dano algum, muitas vezes, nos beneficiando, até.

Como um abismo chama outro, depois de suplantados o bem e a justiça, afundamos também a verdade. Voltemos aos invejosos de Estevão. Se, “não podiam resistir ao Espírito com que falava” partiram para o plano B. Subornaram falsas testemunhas em “defesa da virtude” para acusarem Estevão de vício.

Onde está o limite da maldade? Até onde o ser humano pode afundar na lama sem se incomodar, sem ter um estalo e pensar: Puxa, preciso parar com isso?

Naquele caso, esse limite não foi encontrado. Pois, malgrado a brilhante defesa do diácono, num resumo correto e sábio de todas as Escrituras, então, existentes, mesmo assim, sua defesa de nada valeu; foi apedrejado à morte.

O fogo do capeta produz calor sem gerar luz; açoda paixões e cega entendimentos; seus títeres são levados a defender interesses dele presumindo ser os seus. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19

Por isso temos mães expondo os próprios filhos à ambientes geradores de pedofilia, prostituição, em nome de um pretenso bem; liberdade. Será que é mesmo isso? Não. São apenas fantoches do Satã usados para afrontar ao que ele inveja; a Santidade de Cristo, representada, inda que timidamente pela igreja e a família.

Em seus domínios nossa defesa resulta inútil como foi a de Estevão, posto que, perfeita. Por quê? Porque, como nosso malfadado STF, seu tribunal também está abaixo da linha de pobreza moral; não julga segundo fatos, evidências, provas, em busca da justiça. Antes, segundo suas más inclinações; sua inveja. Seu senso de “justiça” resume-se a condenar desafetos.

Por isso, pois, somos desafiados a sofrer fome e sede de justiça por amor a Cristo. Porém, no seu tempo seremos fartos. “Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, mesmo, tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;14

sábado, 27 de dezembro de 2014

As maçãs de ouro e a palha



“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita no seu tempo.” Prov 25; 11 

A figura de um vaso se prata ostentando  conteúdo áureo é eloquente! Essa palavra advém, segundo Salomão, em consórcio com o tempo. Assim, não basta ser correta, mesmo, sábia; carece ser oportuna. Ele mesmo disse, noutra parte: “Tudo tem o seu tempo determinado, há tempo para todo o propósito debaixo do céu... tempo de rasgar, tempo de coser; tempo de estar calado, tempo de falar;” Ecl 3; 1 e 7 

O “tempo” aludido, demanda leitura das circunstâncias;  fatores alheios ele mostram se é oportuno falar, ou não. Quando na presença de um tolo, por exemplo; “Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23; 9 O Senhor fez isso ante  Herodes. “Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito; porque havia muito que desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; esperava que lhe veria fazer algum sinal. Interrogava-o com muitas palavras, mas, ele nada lhe respondia.” Luc 23; 8 e 9 

Assim, um só tolo não é digno das palavras sábias; que dizer de uma multidão enfurecida de tolos? Isso se deu quando da defesa de Estevão. Como estava sendo julgado, era-lhe necessário expor os motivos de sua fé. Fez com sabedoria ímpar; mas, “Ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, rangiam os dentes contra ele... gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos e arremeteram unânimes contra ele.” Atos 7; 54 e 57

Acontece que a defesa do diácono  implicava em acusação contra seus perseguidores. Dado que, verdadeiras, as acusações geraram fúria, invés de contrição. Tal era o impacto da verdade que, “taparam os seus ouvidos.” 

Há casos em que, os fatos são eloquentes; às inquietações do coração humano, parece que algo deve ser dito, mesmo que, não saiba o quê. A tendência é fazer  pior que o silêncio; falar besteira. “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que se despe  num dia de frio, ou, como o vinagre sobre salitre.” Prov 25; 20 

Contudo, é possível fazer pior que tentar remover aflições com palavras ocas; podemos aumentar a dor, com acusações infundadas ao aflito, como fizeram os “amigos” de Jó. Após sete dias em silêncio solidário, ( suas melhores palavras ) por fim, começaram a acusá-lo de impiedades não cometidas, fundados mais no anseio de uma explicação lógica às suas inquietações internas, que, em socorrer ao combalido Patriarca. 

Ele fez a devida leitura e desejou mais silêncio. “Vós, porém, sois inventores de mentiras; vós todos, médicos que não valem nada. Quem dera,  vos calásseis de todo, pois, isso seria a vossa sabedoria.” Jó 13; 4 e 5 Se, a palavra oportuna é figurada como maçã de ouro em bandeja de prata, aquelas foram comparadas a clara de ovo sem sal. “Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Haverá gosto na clara do ovo? A minha alma recusa tocá-las, pois, são para mim como comida repugnante.” Jó 6; 6 e 7 

Talvez, inspirado nessa figura, Paulo advertiu aos Colossenses: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4; 6 

Há casos em que a palavra é inoportuna, não por que a plateia seja indigna, mas, por estar sobrecarregada. “Ainda tenho muito que dizer, mas, vós não  podeis suportar agora.” Jo 16; 12 O Mestre ensinou que o Espírito Santo viria complementar o que faltava e capacitá-los. 

Embora, às falas desprovidas de sentido costumemos chamar de palavras ocas, no fundo, significam algo. Voltemos a Paulo: Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo,  nenhuma delas é sem significação.” I Cor 14; 10 O contexto atinava à disciplina com o dom de línguas estranhas, mas, ele disse algo mais abrangente; toda a voz significa algo.

Infelizmente, a maioria das vozes que ouvimos são, guardadas as diferenças de método, como as da plateia de Estevão; servem para abafar à Palavra da sabedoria, pois, essa, inevitavelmente acabará acusando, aos que escolheram a estultice como modo de vida.

Então, saímos dos festejos de fim de ano e seremos bombardeados pelo Carnaval, Páscoa, dia das mães, pais, crianças, etc. Sempre termos um “convite para festa” um tiroteio de marketing a desviar nossas atenções do que, interessa, deveras. Sem falar das contínuas e sujas novelas, os pornográficos BBBs da vida.

Assim, desprezam, muitos ao ouro real, hipnotizados pelos diamantes imaginários do “comendador” da novela. 

Platão dizia com acerto que, as necessidades determinam os valores; porém, a cegueira disseminada atrofia uma geração, e a faz imaginar que precisa de coisas vulgares, como disse Estobeu: “Os asnos preferem palha ao ouro.”