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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dona legalidade e seus dois maridos



“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” Mat 28; 19 e 20.

Precisamos “navegar” retroativamente ao pegar um barco andando como esse; digo, “portanto” é conjunção conclusiva, de modo que associa-se a um texto anterior; qual? “...É-me dado todo o poder no céu e na terra.” V 18  

Eu Sou o Todo Poderoso! Portanto, ordeno: Vão, preguem, ensinem, batizem, atenham-se ao que Eu mandei; saibam que  garanto-vos minha presença contínua. 

A questão; da autoridade é crucial em qualquer caso que demande  hierarquia. Quem está mais alto a possui em maior grau. Para os religiosos da época, dados os escritos deixados, a suprema autoridade era Moisés.

Sempre que  ensinos do Mestre pareciam contradizer à concepção que eles tinham de Moisés, O acusavam de blasfêmia, sedição. Quando da purificação do Templo armaram um laço exigindo saber com quê autoridade fazia aquilo. 

Não era uma dúvida honesta, antes,  armadilha para O forçarem a “blasfemar”.  Sabendo disso, o Senhor jogou sua maldade no próprio colo; fê-los beber do próprio veneno. “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes? Se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. Respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto.” Mat 21; 24 a 27 

O fanatismo cega até ante o que está patente. Se, a Lei de Moisés, era Santa, vinda de Deus, para ser observada, etc. trazia uma “vacância,” de onde, novo Legislador viria, ao Seu tempo; leiamos: “Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu; porei as minhas palavras na sua boca; ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu  requererei dele.” Deut 18; 18 e 19 

Um como tu, ( Moisés ) um legislador. Jesus disse que não veio anular à Lei, mas, cumprir; o fez, e anunciou o Evangelho.  Justo na introdução aos Hebreus, a “discrepância” entre Jesus e Moisés se desfaz. “Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou.” Heb 3; 3 

O Sonho célebre de John Bunyan que deu origem ao “peregrino” apresenta o coração humano como um cenáculo cheio de poeira, a Lei como vassoura. Quanto mais se move esta, mais poeira levanta. Aí, o intérprete explica: A poeira é o pecado, a vassoura, a Lei. Assim, a Lei não tira pecado, antes, manifesta.

Então, água é borrifada no ambiente, a poeira assenta e pode ser varrida. A água, ensina, é o Evangelho. Era impossível à Lei, a graça fez. 

Todavia, mesmo depois de dois milênios do Evangelho, muitos ainda não o conseguem distinguir da Lei. O Todo Poderoso resumiu o que  importa em dois mandamentos: Amor a Deus e ao próximo. E no epílogo de Mateus registra-se isso: “Ensinando a guardar todas as coisas que eu tenho mandado.” O quê, automaticamente elimina Moisés, como meio de salvação. 

Adventistas preceituam a guarda do Sábado inspirados num sonho de Ellen White; o mesmo de Bunyan apresenta a legalidade como um monte que tem desviado a muitos da graça. Se tiver que optar entre dois sonhos pós canônicos, fico com esse, por ser bíblico.

Paulo Ilustra Moisés e Cristo como dois maridos; a humanidade como uma mulher; e ensina: “Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.  De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei, assim, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7; 2 a 4 

Quem quer associar a graça com a Lei é viúva Saudosa que diz amar o novo marido, mas, deseja a foto do finado sobre a mesa; Ele tem ciúmes. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.” Gál 5; 4

domingo, 14 de setembro de 2014

Jesus e a re-Lei-tura

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.” Mat 5; 17
 
A diferença entre o caráter e ensino de Jesus e os religiosos era tal, que havia o risco de ser acusado de subversão; de estar atuando contra a Lei de Moisés. Por isso, apressou-se a eliminar tal suspeita.

Se não veio anular, mas, cumprir, como disse, por que fez releitura de quase todos os mandamentos? Bem, o legalismo é apenas a vitrine da hipocrisia, não o reflexo exato da Lei. 

Paulo ensina: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual;…” Rom 7; 14 disse mais: “E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.” V 16  Ele considerou um “não querer” refém da força do pecado na carne como uma aprovação íntima da Lei de Deus.

Se a Lei é espiritual, tem um espírito; uma intenção subjacente à superfície da letra. O fato que os judeus, Fariseus, sobretudo, faziam uma leitura superficial e nela se justificavam foi que demandou a releitura do Senhor. 

Avisou seriamente aos ouvintes: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mat 5; 20 Esse exceder não significava extrapolar, antes, aprofundar-se; entender a intenção da Lei, e observá-la.

Do “não matarás”, foi além; à raiz do assassinato, o ódio. “…porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo;…” v 22; quanto ao adultério, idem: “Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” V 28 

Do sábado fez a mesma análise; seu fim era o bem estar humano, não um deleite Divino; “O sábado foi feito por causa do homem”. Ensinou. 

Por fim, facilitou a compreensão do espírito da Lei ensinando que, cada um tem na morada de seus anseios, a candeia dos seus deveres. “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7; 12

Claro que um desnudar  profundo da pretensão religiosa da época fatalmente o faria “persona nom grata” ante suas “vítimas”.

Espantoso é que, hoje, passados dois milênios de tão clara exposição ainda tenhamos os neo-Fariseus, intérpretes de superfície atuantes e convictos de suas idiossincrasias.

Dado que o sacerdócio levítico foi ineficaz, veio o Sumo Sacerdote de uma ordem superior e pôs ordem na casa. Porém, “…mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7; 12 

Observando de modo prático, em quê consiste tal mudança? Ouçamos Paulo: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8; 1 e 2
 
Essa Lei do Espírito de Vida deve atentar a quais mandamentos? “fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado;” Mat 28; 19 e 20 

Claro que as coisas que Ele mandou abrangem todas as faces de nosso viver; entretanto, o Mestre  condensou-as em dois mandamentos apenas: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat  22; 37 a 40

Em seus dias Paulo enviou dura diatribe aos Gálatas em face ao legalismo que se infiltrara; aos Colossenses não foi diferente. Também lá advertiu: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” Col 2; 16 e 17
 
Claro que os legalistas desse tempo sempre terão suas “bases bíblicas” para defender; embora, os Adventistas usem até os sonhos de Ellen White; contudo, a origem do problema não é bíblica, antes, reside no orgulho carnal das seitas que se pretendem depositárias  únicas da verdade. 

“…estando debalde inchados na sua carnal compreensão, e não ligados à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.” Col 2; 18 e 19
 
Mesmo a carne implorando por ser santificada, o Senhor insiste que  seja crucificada. E depois da cruz, a Lei é outra.