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domingo, 31 de maio de 2020

Honra, a Quem Honra


“Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Se deu com dois grandes profetas, Elias e Eliseu; o primeiro em momentos de perseguição por mandado de Jezabel, se escondeu em cavernas alimentado por corvos, depois foi enviado ao convívio de uma viúva estrangeira em Sidon.

Eliseu curou a Naamã um general siro que foi a ele, enquanto os leprosos de Israel não iam. Mencionando a um “pobre homem” que livrara a uma cidade, (Eliseu livrara Dotã) Salomão disse: “... ninguém se lembrava daquele pobre homem.” Ecl 9;15

Assim, no quesito honra humana, os dois profetas não passaram de “pobres homens.”

Acontece que nossas noções de honra passam longe, quando não, se opõem às celestes. “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Infelizmente o pecado mais comum em nós é a ambiguidade; querer a honra Divina, sem abrir mão da humana. Assim agiu Nicodemos, convencido pelas coisas que ouvia sobre Jesus; porém, não tão convencido a ponto de assumir abertamente ao custo de perder a aprovação dos colegas do Sinédrio.

Desse modo, “foi ter de noite com Jesus”. Justamente a ele, foi ensinada a oposição entre luz e trevas. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Ante Deus, é quando aceitamos a desonra por amor a Ele que somos honrados. A cruz requer que abramos mão daquilo que queremos ter, vida, honra... eis o negue a si mesmo! Para que, ao seu tempo tenhamos de novo, segundo os padrões celestes.

Não foi a extrema desonra do esvaziamento de Cristo, feito semelhante aos homens, obediente até à morte, e morte de cruz, que, deu a Ele um Nome que é Sobre Todo o Nome?

O duplo ânimo vem de larga data. Nos dias de Elias, que era reconhecido por profeta de Deus se, diverso de se esconder em cavernas ou, com uma viúva estrangeira ousasse na casa de um judeu qualquer, possivelmente sabedor que o rei Acabe o buscava, quiçá recompensasse por alguma informação, havia grande risco de o tal cair na tentação das honras terrenas expondo a vida do Profeta.

Por isso, quando do célebre desafio do Carmelo, antes de expor a superioridade do Senhor sobre Baal, exortou os duplos a uma escolha ímpar. “Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se Baal, segui-o...” I Rs 18;21

O tema que permeia a epístola de Tiago é sempre esse, duplicidade. Entre fé e dúvida; “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.” Cap 1;6 e 7

Entre teóricos e práticos; “Sede cumpridores da Palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” Cap 1;22 Desenvolveu isso, adiante, sob o prisma de fé e obras.

Duplicidade de sabedorias, a “do Alto”, e a “terrena animal e diabólica”;

duplicidade de tratamento a pobres e ricos, acepção de pessoas;

duplas fontes; água doce e água salgada...

enfim, toda sorte de impurezas que são derivados do duplo ânimo por isso, exortou: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, Ele vos exaltará.” Cap 4;8 a 10

Assim volvemos ao caminho já percorrido; que, abdicando da honra por amor a Deus, seremos por Ele honrados, no Seu tempo.

Ele mesmo assegura: “... aos que Me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

O primeiro passo é atribuir a Deus Integridade crendo no que Ele fala; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6 “A Obra de Deus é essa: Que creiais Naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

Descrer, invés de mera opção intelectual implica blasfêmia, atribui mentira a Deus. “... quem a Deus não crê mentiroso o fez...” I Jo 5;10

Salvação trata de vida, mas, também de honra; “Glória a Deus nas alturas...” Luc 2;14

segunda-feira, 11 de abril de 2016

O filósofo e o político; água com vinagre

“A missão do chamado «intelectual» é, de certo modo, oposta à do político. A obra intelectual aspira, frequentemente em vão, a aclarar um pouco as coisas, enquanto a do político, pelo contrário, consistir em confundi-las mais do que já estavam. Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral.”  (Ortega Y Gasset)

Uma síntese que explica muito, das dores sentidas, quando, tentamos debater com alguém usando o método filosófico da busca pela verdade, independente das consequências. Deparamos sempre com a obtusa desonestidade intelectual que caracteriza o político. O que ele definiu magistralmente como hemiplegia moral dos imbecis, isso de nos encastelarmos numa ideologia, direita, esquerda, e, à partir dela construirmos nossas “verdades” alvejando a todos que, se nos opõem.

Suponhamos que um fato qualquer desabone uma liderança política, seja do partido que for. Presto seus defensores tentarão ocultar, defender, justificar, diluir, quaisquer que sejam as consequências sociais do ato improbo.

Ora, se alguém malversa o Erário, seja Lula, FHC, Dilma, Aécio, Marina, Renan, etc. tal está me prejudicando, uma vez que, em parte sou dono também, daquilo que foi malversado.
Se, eu o defender por ser simpatizante de sua ideologia, não passo de um imbecil, como disse o filósofo. Minha ética, moral, paralisa ao frêmito da paixão ideológica, dado que, logo assomará de novo, se, o culpado for dos adversários. “Hemiplegia moral”; nada poderia ser mais expressivo!

A mente filosófica não se satisfaz com o escuro, tampouco, com meias verdades; a do político, por sua vez, descansa sobre as maiores injustiças, desde que, compactue com a ideologia dos seus agentes.

Raul seixas cantava algo dizendo-se idiota ridículo que usava apenas 5% da sua cabeça animal, pretendendo tipificar todo o gênero humano. Não sei se esse número arbitrário tem alguma procedência; mas, que podemos mais, com certeza, podemos.

Como seria nossa nação, se, invés da crassa paralisia intelecto-ético-moral que grassa, houvesse cidadãos conscientes que ultrapassassem a barreira “intransponível” das paixões partidárias, e invés de escudar ladrões, os expusessem, exigindo punição severa pelos males feitos, e excelência funcional dos eleitos que ainda não fizeram males?

O poder, deveras, emanaria do povo, o Estado temeria ao cidadão, e prestar-lhe-ia os melhores serviços possíveis, uma vez que, monitorado por “patrões” aptos, perspicazes. Mas, as paixões, como nos separarmos delas?

Ocorreu por um instante a figura de dois profetas bíblicos, Elias e Eliseu; esse apegou-se àquele e jurou por Deus que não o deixaria; iria onde ele fosse. Mas, como era propósito Divino arrebatar Elias, cuja missão fora cumprida, Deus enviou um carro de fogo e separou a ambos, para elevar Elias num redemoinho.

Qual a relação do incidente com nossa reflexão? Estava pensando no apego das paixões. Elas têm o potencial de cegar, grudar nos ídolos, enfurecer, tornar violentos os seus pacientes, jamais obram visando a lucidez. Paixão é um fogo castrado da luz, mas, veemente para gerar calor. Assim, se não houver uma interferência Divina que separa a alma apaixonada de seu amo, argumentação alguma logrará.

Talvez, depois de ter sofrido algo assim, um poeta disse: “Não te aprofundes nas questões; elas não têm fundo” (Zeferino Rossa)

Por diáfanos e sábios que sejam os argumentos, a cegueira voluntária do apaixonado se encarregará de fazê-los baços, imprecisos, quando não, “errados”.

Ora, que importa a mim quem está no poder, de qual partido é, (sobretudo, onde há mais de trinta partidos ) que importa, digo, desde que, seu trabalho público propicie melhorias sociais verazes, aumento da produção e da distribuição de renda? Empregos, um upgrade na educação, e “de lambuja” os políticos tenham uma conduta ética, cidadã, visão de estadistas, em busca do bem comum? De qualquer viés ideológico, quem lograr algo assim terá meu aplauso, estará fazendo grande bem ao país e fertilizando meu orgulho de ser brasileiro.

Mas, não raro ouvimos algemados cantando loas à liberdade. Digo, os cegos pelas paixões jactando-se de livres, de fazerem escolhas isentos das opiniões alheias. Uma ova! Não passam de gado marcado, tangido por longínquo berrante, propriedade particular de manipuladores.

O homem realmente livre, é também livre das certezas, dada a imperfeição da espécie humana, sujeito a mudanças de convicções, quando os fatos desfizerem as boas expectativas que depositava em alguém.

A dúvida, aliás, é prerrogativa dos sábios; só os imbecis esposam “seguras” certezas.
Temo que dores ainda estejam reservadas para muitos brasileiros no atual cenário, onde, a fogueira das paixões é alimentada todos os dias, e manipuladores escudam-se atrás dos muros da ignorância. Já houve duas mortes, e receio que outras haverá. A indigência mental e moral, costuma cobrar seu preço em sangue.