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domingo, 24 de abril de 2016

"Vício de Origem"

“Disseram-lhe: És tu também da Galileia? Examina, verás que da Galileia nenhum profeta surgiu.” Jo 7;52

A confusão se estabelecera em torno de Cristo; a causa era dupla: Sua Doutrina, e Sua Origem. Não constava que tivesse frequentado grandes centros culturais, como Roma, Alexandria, por exemplo; entretanto, Sua Doutrina era desafiadora, sábia, coerente, profunda. Em “desabono” a isso havia certo “vício de origem”; digo, Seu surgimento associado a uma terra vil, sem importância alguma, Galileia.

Uns desejavam um Messias que surgisse do nada, como Elias, sem ascendência muito conhecida, diziam: Todavia bem sabemos de onde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde é.” Jo 7;27

Outros eram “ortodoxos” ciosos das profecias, nelas esperavam: “diziam: Este é o Cristo; mas, diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galileia? Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, de Belém, aldeia de onde era Davi?” Vs 41 e 42

Muitos dos problemas que nos assolam derivam de usarmos mais as cordas vocais que os tímpanos, as emoções, que o cérebro. Diversa da pecha dos opositores, a fé não é cega. Alguém tentar entender, antes de crer, certa dúvida inicial é salutar. Se vou confiar, necessito saber em quê.

Esperar o Messias oriundo de Belém era coerente com as Profecias. Miqueias dissera: “Tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Cap 5;2

Contudo, o profeta falara em Nome de Deus, Ele dissera que O Messias sairia “para Ele”, de Belém. Para o povo, Sua estreia ministerial se daria, justo, na vil Galileia, na terra de má fama; quem dissera isso fora Isaías.

Mas, a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, a terra de Naftali; mas, nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galileia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9;1 e 2

Esse vício de ouvirmos apenas o que gostamos, queremos, ou, “pacificar” incompreensões com mera rejeição grosseira vige ainda, infelizmente. Grosso modo as pessoas ouvem o que desejam ouvir, o demais se perde, malgrado, seja sábio, relevante.

Por exemplo, na votação da admissão do processo de impeachment da Presidente Dilma, votantes de ambos os lados falaram um monte asneiras; uns, até cometeram improbidade passível de cassação. Alguns usam isso, o método, para desfazer o mérito do voto. Gente que ouve o que quer apenas.

Assim, muitos rejeitam mensageiros de Deus pelas limitações culturais, outro “vício de origem”, afinal, pretenderem entender de coisas pertinentes à eternidade, pessoas incultas, é demais.

Entretanto, essa foi a escolha de Deus. Paulo ensina que o método da Sabedoria, o “Plano A” que seria simples obediência se perdeu, Deus está no “Plano B”. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu  pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

E, para um método louco, qualquer doidivanas inculto serve, desde que, tenha sido salvo, por sua vez. “Porque, vede, irmãos, vossa vocação, não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Cor 1;26 a 29

Incautos dos dias de Cristo O queriam vinculado a origem nobre, de Davi, não da Galileia. Os de hoje, O rejeitam por alienado da eloquência, da retórica; não percebem, como aqueles, que apenas sua visão está baça, o que necessitam urgentemente está diante deles.

Quem carece salvação não pode escolher meios, deve aceitar o que surgir. Imaginemos um janota qualquer no fundo de um poço de lama gritando por socorro. De repente aparece um caipira e fala: “Carma moço, já vô pinchá uma soga procê saí.” O sujeito recusa ajuda, afinal, o certo seria: “Não se desespere, vou jogar-lhe uma corda”? Deixa de ser imbecil! Escapa por tua vida!


Pegando carona nos folclóricos votos, bem poderias dizer: “Por que em nenhum outro há salvação; por que sou miserável pecador carente de ti; por que És O Digno Rei dos Reis, por que importa mais a beleza do sentimento que a inspira, que a forma da mensagem, agradecido e comovido, aceito-te, sim, Senhor Jesus”.