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sábado, 9 de janeiro de 2016

O amor próprio, de Deus

“As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.” Cant 8; 7

A excelência do amor foi cantada em prosa e verso, por poetas, filósofos, pregadores, não carecemos muitos argumentos para patentear seu valor. Por contraditório que pareça, esse bem, que bem nenhum conseguiria comprar, é de graça. Um motor magnífico que faz a alma mover-se sôfrega e voluntariamente em direção ao seu objeto.

Costumamos filosofar ante perdas dizendo: “Vão-se os anéis, ficam os dedos”; firmando, com isso, que bens menores se pode perder, uma vez que, o essencial seja preservado. Acontece que, tudo o que vemos, a majestosa Criação, é só um reflexo do amor, não o amor em si. Meros “anéis” do Dedo de Deus. As ações, aparentemente nobres, se, despidas desse motor, o amor, se revelam vãs, ordinárias, de parco valor.

Paulo expôs tal juízo: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como sino que tine. Ainda que tivesse o dom de profecia, conhecesse todos os mistérios, toda a ciência, tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse amor, nada seria. Ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada me aproveitaria.” I Cor 13; 1 a 3 Assim, o amor, além de ser um valor inefável, empresta razão, valor às ações, que, privadas dele, perdem sentido.

Muitos entendem mal o Evangelho, pregoeiro do amor de Deus. Tratam-no como se fosse mero escape do inferno, não um sublime chamado do Santo, visando conquistar a quem ama.

Pessoas coisificadas discutem a validade de dízimos e ofertas, por exemplo; A Bíblia ensina: “Quem ama, dá com alegria”; pessoas coisificadas, acham que O Eterno as quer tolher de “curtirem a vida”; quem ama entende e se alegra nos benditos motivos de Deus. Pessoas coisificadas são legalistas, acham que o melhor que se pode ofertar ao Pai é nosso cumprimento dos mandamentos; Quem ama entende que, “o cumprimento da Lei é o amor”. Pessoas coisificadas barateiam a Graça, como se, o Amor de Deus equivalesse à licença pra pecar; quem ama entende a seriedade da correspondência, sabe que O Amado ama também à justiça; não quer ferir ao Seu Amor.

Os mandamentos, tão defendidos e dogmatizados por tantos, não passam de uma espécie de “andador” que carecemos inicialmente, até podermos dar os primeiros passos na maturidade espiritual.

Paulo explica o viés funcional dos dons ministeriais como meios de nosso aperfeiçoamento até à “Estatura de Cristo”. De certo modo, inatingível, pois, “ninguém tem maior amor que esse; dar sua vida pelos seus amigos” Jo 15; 13

Contudo, em parte, possível, dado que, O Salvador resumiu os Mandamentos a dois alvos, e uma meta: Amar. “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu pensamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22; 37, 39 e 40

Assim, invertemos as coisas quando fazemos parecer que, o amor depende do cumprimento da Lei; antes, como vimos, a Lei depende do amor. Paulo usa uma figura matrimonial para ilustrar isso: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” Gál 3; 24 e 25 Aqui, a fé, que demanda obediência pode ser equacionada com a correspondência ao amor Divino. Não é a obediência que prova o amor, antes, o amor que nos possibilita e convence a obedecer.

O contexto do verso inicial atina ao amor entre homem e mulher, e, o coloca como acima de todos os bens; como avaliar o amor recíproco entre Criador e criatura? Difícil para nossas mentes limitadas, mas, “Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho Unigênito, para que, todo aquele que Nele crer, não pereça, mas, tenha vida eterna.” Jo 3; 16

Enfim, malgrado a maldade humana ter transbordado as medidas há tempo, o amor do Senhor ainda protela o juízo esperando salvar uns mais. Então, os impérios efêmeros dos “Senhores dos Anéis”, ruirão ao toque justo do Dedo de Deus. 

No fundo, quem ama as coisas, ama apenas a si mesmo; com isso contará, quando a possibilidade de corresponder ao amor de Deus, cessar. Deus nos ama maravilhosamente, mas, também tem amor próprio.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Pode o diabo curar um cego?

“... Pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?” Jo 10; 21 Uns, acusavam ao Senhor de possesso, outros, defendiam; alguém colocou a questão: Pode um demônio abrir os olhos de um cego? Uma boa pergunta.

O próprio cego que fora curado, fizera defesa de Jesus sobre o vácuo de testemunhos de cura atribuídas ao inimigo, disse: “Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer.” Cap 9; 32 e 33

A Bíblia registra “milagres” satânicos, como a mediunidade da pitonisa ante Saul; tempestade, e “fogo do céu” destruindo bens de Jó; adivinhação em Filipos... O Mago Simão, nem demandava poder diabólico direto, mas, mero engano, ilusionismo. Os magos de faraó imitaram os três primeiros sinais de Moisés, contudo, assumiram, implicitamente, que foi obra de engano, pois, quando Moisés transformou pó em piolhos, eles disseram, “não brincamos mais”, noutras palavras: Não é magia, é Dedo de Deus.

Se, até os dias de Jesus faltava, tal cura, atribuída a satanás, depois, a ausência continua. Mas, diria alguém, omissão não é suficiente como prova. Assim sendo, olhemos para as ações do inimigo em busca de traços; de que calibre eram?

No caso dos egípcios e Simão, magia, engano; no de Jó, poder para destruição; na pitonisa de Filipos que adivinhava, engano também. Um espírito maligno, por sua natureza, sabe coisas que escapam aos humanos, mas, quando as revela atribuindo o conhecimento à pessoa, mente; diferente de um profeta que revela o oculto, e tributa a revelação a quem de direito, O Senhor.

Certo que a Palavra adverte sobre sinais e prodígios de mentira. Contudo, esses, carecem da permissão Divina. O “poder” associado ao mau caráter, mentira, é aferidor de nossa fé. “Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor com todo o vosso coração, com toda a vossa alma.” Deut 13; 3

Essa advertência é contra um que operou um sinal genuíno, mas, a doutrina afrontava Deus. Assim, canalhas mercenários usando testemunhos de milagre pra ganhar dinheiro, invés de almas, deveriam angariar asco, repulsa, diatribe violenta, invés de seguidores, como tanto ocorre.

Os sinais falsos são juízo Divino aos que recusam a verdade; “segundo a eficácia de Satanás... poder, sinais e prodígios de mentira, ... engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.” II Tess 2; 9 e 10

A condição de criatura força satã a depender da permissão Divina pra seus “milagres” como foi no caso de Jó, onde derrubou sua casa com um vendaval, ou, queimou ovelhas com “fogo do céu”.

Aliás, quando do desafio do Carmelo, cujo sinal buscado era esse, não poderia ele, ter feito descer fogo aos sacerdotes de Baal que o representavam na arte de enganar? Poderia, mas, lá, não tinha permissão.

A cura via medicina, os transplantes de córneas, por exemplo, também devemos a Deus que nos dá inteligência. A “Árvore da Ciência” que foi vetada significava independência humana em relação ao Criador; a possibilidade de decidirmos por nós mesmos a questão moral do bem, e do mal.

A vera ciência aproxima de Deus, a falsa afasta. “...guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos, profanos, e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé.” I Tim 6; 20 e 21

Se, o maligno não pode curar a cegueira física, a espiritual, muito menos. Nesse prisma, até o canhoto carece luz, é cego. Não fosse, deixaria a obstinação de lutar uma batalha perdida d’antemão.

Não podendo nos curar, porém, pode fazer o contrário, e faz. “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4 Vemos que a falta de luz espiritual se equaciona à falta de entendimento... essa é cegueira que mata a tantos.

E uma coisa vital que devemos entender é que Deus não lega dons com finalidades carnais, para promover, ou, enriquecer ímpios na Terra. “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12; 7


 Se diz que o pior cego é o que não quer ver; a cegueira espiritual é dessa estripe; tem mais a ver com vontade rebelde, que, com restrição. A capa de ignorância espiritual faculta seguir pedindo esmolas pra carne. Os que são curados têm responsabilidades no Reino; isso assusta alguns, menos que a morte; acabam escolhendo o “mal menor”, infelizmente.