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domingo, 8 de julho de 2018

Adoração; causa ou, consequência?

“Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois, aos retos convém o louvor. Louvai ao Senhor com harpa, cantai a Ele...” Sal 33;1 e 2

“... aos retos convém o louvor...” Desde o primeiro “culto” prestado na Terra, temos a “jurisprudência” do que é aceitável a Deus, e, o que não. Embora as igrejas da moda digam que quanto maior o “$acrifício” mais fé, portanto, maior aceitação, O Eterno interessa-se mais pela retidão do ofertante, que, pelo montante, ou, tipo da oferta.

Malgrado, já tenha lido muitos comentaristas Bíblicos dizendo que, Abel foi aceito por ter trazido um sacrifício de sangue; Caim, rejeitado, por ter trazido frutos da Terra, a Palavra de Deus não diz que esse foi o motivo da aceitação de um, e rejeição de outro, antes, diz: “... atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas, para Caim e para a sua oferta não atentou...” Gên 4;4 e 5

Antes de olhar para a oferenda o Senhor olha o coração do ofertante para identificar seus motivos. Os motivos de Caim, por certo, não eram os melhores dada a repreensão que ouviu: “Se, bem fizeres, não é certo que serás aceito?” v 7 Nada autoriza a inferir que, “fazer o bem” equivalesse a mudar o tipo de oferta.

Mediante Malaquias O Santo denunciou o culto hipócrita de gente indiferente, cujas ofertas, eram reflexos dessa indiferença e falta de temor; por rejeitar tais pessoas, disse O Senhor, que aborrecia seu culto também; “Quem há também entre vós que feche as portas por nada; não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.” Mal 1;10

Com o coração adorador, despido de emulações, egoísmos, interesses vis, até as duas moedas da viúva pobre se fazem uma grande oferta; porém, quem abrigar inimizades, partidarismos, mágoas, ou, coisas afins, não importa o que traga para oferecer, não será aceito. “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e, te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta; vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; depois, vem e apresenta-a.” Mat 5;23 e 24

O culto aceitável sempre será consequência do relacionamento com Deus, não, a causa.

Entretanto, temos uma geração de “adoradores” cuja dita, se dá diante de grandes plateias, cantando letras ufanistas, a maioria das quais, não resiste a um escrutínio bíblico, como se, o canto comercial e egocêntrico fosse adoração que O Eterno deseja. A esses diria como nos dias de Amós: “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como águas, e, justiça como o ribeiro impetuoso.” Am 5;23 e 24

Com pretexto de “contextualizar” alcançar todos os públicos, têm emporcalhado as músicas produzindo verdadeiros lixos que até o bom gosto humano rejeitaria, mas, é “oferecido ao Senhor”. Se, a pessoa importa mais que a oferta, e é assim, também é certo que, um fiel que adora ao Senhor deveras, invés de plagiar porcarias, esforçar-se-á para produzir o melhor e agradar a Deus, como disse Davi certa vez: “...Não darei ao Senhor aquilo que pertence a você, nem oferecerei holocausto que não me custe nada". I Crôn 21;24

De qualquer forma, a qualidade da oferta pode ser sublime, mas, se a vida do ofertante for desprezível, tudo estará perdido. “Por isso, quando estendeis vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; ainda que multipliqueis vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.” Is 1;15 e 16

Por isso, antes de sermos adoradores carecemos edificação pelo Espírito, pois, a única adoração aceitável ao Santo é “em espírito e verdade”, daí, “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Perd 2;5

Lembro de muitos pregadores que, por vício, acossavam suas plateias a fazer barulho, enquanto diziam que Deus falava por eles; cáspita! “... chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois, não sabem que fazem mal.” Ecl 5;1

Se, estamos em falta, sempre estamos, o silêncio submisso que atenta para a Voz de Deus é a “adoração” que nos cabe. “Assente-se solitário, fique em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele. Ponha sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.” Lam 3;28 e 29

Porém, se alguém se dispõe a cantar louvores, certifique-se que tem andado em retidão; assim, seu louvor não terá motivos colaterais, será aceito; pois, sua vida já O Louva.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Culto X Caráter

“De que me serve a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, da gordura de animais cevados; não me agrado de sangue de bezerros, cordeiros, nem de bodes.” Is 1;11

Isaías introduz seu livro com dura diatribe ao culto hipócrita de então que estava enfadando ao Senhor. Se, o prisma fosse movimento e frequência ao templo, bem se poderia concluir que Israel vivia dias de “avivamento”; contudo, a encenação religiosa era só o pretendido disfarce da omissão em agir de modo aprazível ao Santo.

Um erro que muitos cometem é presumir que podem chegar a Deus passando de largo pelo semelhante necessitado, como o sacerdote e o levita da parábola do Bom Samaritano. “Atenta para os céus, vê; contempla as mais altas nuvens, que são mais altas que tu. Se, pecares, que efetuarás contra ele? Se, tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás? Se, fores justo, que lhe darás, ou que receberá ele da tua mão? Tua impiedade faria mal a outro como tu; e tua justiça aproveitaria ao filho do homem.” Jó 35;5 a 8

Não existe esse salto, pois. Nossas ações que agradam a Deus, ou não, incidem antes, sobre os semelhantes, como podemos ver no preceito dado: “Aprendei fazer o bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” V 17

Mas, obras não salvam! Certo. Porém, o contexto não era a salvação, mas, a conduta esperada pelo Senhor, dos que eram reputados, seu povo; então, estritamente Israel e agregados; hoje, qualquer pessoa dentre todas as nações que presuma ser serva do Altíssimo.

Não se entenda, contudo, que boas obras sejam uma espécie de licença para pecar; que O Eterno goste tanto delas, que, depois de as termos praticado tenhamos carta branca. Antes de preceituar solicitude com necessidades alheias, as nossas no que tange ao caráter foram postas como prioritárias; “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.” V 16 E, o mal não era de pequena relevância: “Por isso, quando estendeis vossas mãos, escondo de vós, meus olhos; ainda que multipliqueis vossas orações, não ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue.” V 15

Assim, “limpos de coração” é a estatura requerida dos convertidos que um dia verão a Deus; boas obras são apenas um modo de caminhar seguindo Aquele que É O Caminho, Cristo. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Um ótimo modelo encontramos no centurião Cornélio; o relato diz que era “Piedoso, temente a Deus, com toda sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo; de contínuo orava a Deus.” Atos 10;2

Era espiritual a ponto de depender da Soberania de Deus a quem sempre orava; contudo, não tencionava chegar a Ele ignorando o povo sofrido que o rodeava; antes, “fazia muitas esmolas ao povo...” Seu modo de ser e agir era de um salvo perfeito; embora, faltasse o Selo da Justiça Divina, que só “carimba” para salvação no Bendito e Imaculado Sangue de Jesus. Desse modo, O Espírito Santo chamou a Pedro e lhe ordenou que fosse apresentar a Graça Divina àquele de quem O Senhor se agradava.

Então, salta aos olhos o contraste no qual devemos beber algumas gotículas de instrução. O hipócrita religioso, mesmo que more no templo, tudo o que consegue é enfadar ao Eterno com seu mau caráter; a pretensão profana de trocar palavras vazias, pela aprovação Divina; Por outro lado, aquele que, à luz do conhecimento que possui, inda que parcial, se esforça com amor ao semelhante e temor, agrada a Ele de tal forma que toma iniciativa em buscar para si, formalmente, quem, de certo modo, já é Seu.

Assim, pregadores da moda, esses que instigam a dar grandes ofertas em troca de bênçãos falham em duas frentes. Primeira: Não podem pregar sobre caráter transformado, santidade, pois, não sabem o que é isso; segunda: não conseguem parar de demandar grandes ofertas como sendo anseio Divino, uma vez que adotaram ao dinheiro por deus; nada os faria infiéis.

Se chover nas hortas dos incautos que lhes ouvem, por certo, será oriundo de nuvens espúrias; ímpios estão separados do Senhor até que se arrependam, mudem. 

O que valeu para aqueles vale igualmente pra esses: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

domingo, 9 de agosto de 2015

O prazer de Deus

“Quem há entre vós que feche as portas por nada, não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.” Ml 1; 10 

Mesmo a sabedoria popular admite a necessidade do lugar adequado para as coisas; deplora o hábito de “colocar o carro diante dos bois”. No texto supra, mediante Malaquias Deus rejeita aos que colocam o ritual antes do caráter. Parece que eram assíduos no hábito de cultuar, entretanto, estavam “acendendo debalde o fogo do altar”; oferecendo um culto hipócrita que O Santo desejou que fechassem as portas do templo. A Razão? “Eu não tenho prazer em vós...” disse.

Ora, mesmo no âmbito natural sabemos que o prazer mútuo é a chave da longevidade e higidez de um relacionamento. Com O Eterno não é diferente. Se Ele tiver prazer em nós, teremos força e amparo, como disse Neemias: “A alegria do Senhor é a vossa força.”

Infelizmente, acossados pelas cobiças de obreiros mercenários, muitos são levados a crer que a oferta faz o relacionamento, homem-Deus, quando, na verdade, o relacionamento sadio leva ao culto por gratidão e amor, não um rasteiro troca-troca, como se a igreja fosse local de comerciar favores espirituais.

O Salvador exemplificou tal prazer, de modo a colocá-lo num patamar superior às necessidades fisiológicas, até. Trouxeram-lhe comida da cidade; não desprezou, mas, priorizou a colheita espiritual que iniciava em Samaria. “Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, realizar a sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.” Jo 4; 34 e 35 

Assim como, a união via matrimônio funde dois numa só carne, a ideia é que o retorno a Deus nos unifique em Um Espírito. “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim para que todos sejam um, como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” Jo 17; 20 e 21 

Essa unidade em espírito, necessariamente há de agradar às duas partes; o salmista escreveu: “Deleita-te também no Senhor, ele te concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, ele tudo fará.” Sal 37; 4 e 5 

A Palavra ensina que em Deus não há mudança nem sombra de variação. Mais: “Andarão dois juntos se não estiverem de acordo?” Am 3; 3 Pergunta. Óbvio que não. Assim, para o homem pecador andar com Deus precisa mudar de tal forma que o acordo se restabeleça; aí entra a conversão. 

Isaías ensina: “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos; se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8 

Entretanto, aos que preferem ignorar ditando debaixo para cima o seu culto, mediante o mesmo profeta, o Eterno se ocupa em patentear seu desprazer. “Quem mata um boi é como o que tira a vida de homem; quem sacrifica um cordeiro é como o que degola um cão; quem oferece uma oblação é como o que oferece sangue de porco; quem queima incenso em memorial é como o que bendiz um ídolo; também estes escolhem os seus próprios caminhos, a sua alma se deleita nas suas abominações. Também eu escolherei as suas calamidades, farei vir sobre eles os seus temores; porquanto clamei e ninguém respondeu, falei e não escutaram; mas, fizeram o que era mau aos meus olhos; escolheram aquilo em que eu não tinha prazer.” Is 66; 3 e 4 

Afinal, embora muitos apregoem a fé como uma força que faz as coisas acontecerem é antes, motriz de um relacionamento que visa agradar Àquele que tem poder para fazer acontecer. “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” Heb 11; 6 

Em suma, a “oferta” que apraz ao Santo, excede às coisas, se faz de vidas consagradas. “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12; 1 Mero ritual é morto se nossas vidas O desagradam; se ele se apraz em nós, o novo modo de vida é já o culto que apraz ao Altíssimo.