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domingo, 1 de dezembro de 2019

Conflito de Amores


"... Também eu vos perguntarei uma coisa, e então vos direi com que autoridade faço estas coisas: O batismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me." Mc 11;29 e 30
 
O Senhor fora questionado sobre a origem da Sua Autoridade. Antes de responder propôs a questão em realce; de onde era o batismo de João?

Se, ele fora delegado pelo Eterno a fazer o que fazia, então, óbvio, a autoridade que representava era O Próprio Deus.

Agora, se fizesse as coisas de moto próprio, daí tudo se resumiria em sua pessoa apenas. Todos tinham a João como profeta do Altíssimo; então, quando ele apresentou a Jesus como "O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", em nome do Pai, o fez.

O outro joão escreveu depois que o Batista viera precisamente para apresentar a Luz ao mundo; "Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse dela." Jo 1;6 a 8

A questão da autoridade sempre foi um problema para o homem e algo de extrema importância para Deus; pois, foi justo ao desconsiderá-la em busca de um "Plano B" que o casal edênico pecou e deu início a todos os desdobramentos nefastos da queda.

O propósito original para nossa criação é de servos, ainda que, com uma intimidade mais estreita, como de filhos e Pai, no caso de nossa opção ser por Deus.

Nosso livre arbítrio resume-se a uma escolha dual, tipo eleição em segundo turno; tal escolha determinará a quem servimos, não será mero falar assim ou assado; mas, são nossas ações que testificam do Senhor que escolhemos; "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?" Rom 6;16

Então, diferente do que alguns pensam, batizar-se não equivale a adesão religiosa, "passá pá crente" como dizem; antes, é um testemunho público de reconhecimento de duas coisas essenciais; nossos pecados, que demandam o auxílio do Redentor, e a Autoridade sobre nós desde então; batismo não é uma aquisição é uma entrega. "Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?" Rom 6;3

Se, no Macro foi João Batista que testificou do Senhor para quem lhe ouvia, cada um em particular, que se batiza em Cristo testifica também, uma vez que o confessa publicamente como Senhor; "Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos céus." Mat 10;32

Muitas vezes aquilo que nos é pacífico ao entendimento e consciência, nem sempre o é perante as conveções; noutras palavras: Percebemos as coisas como são, mas não temos ousadia de assumir publicamente essa percepção, pelo medo dos apreços horizontais dos que zombarão de nós; o clássico temer mais aos homens que a Deus.

Pois, no âmbito da atuação do Senhor havia coisas tão fantásticas que por si só externavam Sua Autoridade sobrenatural. "Pode um demônio abrir os olhos a um cego"? Perguntaram. Nesses casos a resitência não passa de hipocrisia; as palavras da boca atuam contra o saber apenas para abafar no grito, às da consciência.

O Prícipe Nicodemos foi um que viveu esse conflito; para ele o testemunho dos feitos de Cristo bastava como prova da Sua Autoridade; "Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que És Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não for com ele." Jo 3;2

Se, estava convencido da Autoridade Divina do Salvador, nem assim ousou escancarar isso; antes, foi buscá-lo de noite, escondido dos colegas do Sinédrio.

O Senhor É A Luz; os conflitos que enseja não são de sapiência; são de amores. Desafia-nos a mudar de afetos coisa dura para a natureza carnal; "A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más." Jo 3;19

Por isso, ensinou, sem o "Novo nascimento da Água e do Espírito" nada feito. Seguiremos amando às trevas e fugindo da Luz.

Em suma, não é identificar a origem da autoridade o nosso problema; identificamos e entendemos que O Senhor requer o direito Seu de dirigir nossas vidas, mas ainda gostamos mais da sugestão da oposição de nós mesmos decidir sobre bem e mal.

Jesus não é rejeitado por obscuro, confuso; antes É claro demais; assusta.

"A verdadeira tragédia não é as crianças temerem ao escuro; antes, é os adultos temerem à luz". Platão.

sábado, 4 de maio de 2019

De volta ao "Plano A"

“O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono... meu povo não entende.” Is 1;3

Na distinção entre homens e animais a balança sempre pende para nosso lado no quesito inteligência; eles são instintivos, nós racionais. Isso nos permite manipular abstrações, inferir, cogitar, criar, “viajar” no tempo palpando passado ou futuro, etc.

Bichos vivem monótonos; satisfeitas as necessidades de subsistência e procriação nada lhes falta; devidamente treinados muitos conseguem ainda, algumas proezas inteligentes.

Entretanto, Deus queixou-se do Seu povo dizendo que entendia menos que bois ou jumentos.

Salomão deixara empate; “Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.” Ecl 3;18

O nivelamento nosso com os bichos se dá quando o homem está em si mesmo, isto é: Alienado de Deus.

O orgulho humano resiste em admitir que não há uma neutralidade possível, dada a dualidade após a queda; necessariamente seremos consortes espirituais da força que nossa inclinação escolher. Deus, ou o inimigo.

Quando o tentador sugeriu a ruptura dizendo que as humanas decisões poderiam ser tomadas em si mesmos, ao aceitar isso nosso pai primeiro deixou a comunhão com Deus pela associação com o maligno.

O homem natural não é estritamente um “ser em si” como diriam os filósofos; antes, refém de uma vontade enferma que luta contra o entendimento. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;6 e 7

Antes da conclusão Paulo expusera o conflito; “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; o que quero isso não faço, mas o que aborreço faço. Se, faço o que não quero consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;14 a 21

Notemos que há uma distinção entre o “Eu” verdadeiro e seu raptor; “... não sou eu que faço, mas o pecado que habita em mim...” Logo, o homem sem Deus não é apenas pecador como devaneiam os românticos; é pecado.

Quando João Batista apresentou O Cordeiro de Deus predicou como Aquele “que tira o pecado do mundo”. Não disse “Os pecados” uma vez que são tantos que cometemos, mas, “O pecado”. Aquele da ruptura inicial que fez o homem divorciar-se do Criador e casar com a oposição.

A rigor a crise humana não é de entendimento das coisas espirituais, mas, afeto por elas, uma vez que, por habituado desde sempre ao consórcio com o pecado, a liberdade oferecida em Cristo soa-lhe mais como uma ameaça, que, regeneração. Preferem perseverar nos prazeres da condenação. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Os que vivem soltando os bichos não passam de fugitivos do amor do Criador que os busca tencionando regenerar. Se isso não for possível Ele, detentor dos “direitos autorais,” contra Sua Santa Vontade terá que julgar.

A arma do inimigo são os conselhos da cegueira que deixa seus reféns irracionais; “... as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Se, a regeneração implica em obediência a Cristo, necessária a conclusão que a desobediência é “plano B”.

O Pródigo alienado do pai esbaldando-se em si mesmo acabou faminto entre porcos, assim somos todos; todavia, quem volta ao Pai arrependido encontra perdão, vestes novas; uma casa em festa. Não teremos mais a cegueira de estar em nós mesmos; pela Palavra, será nossa “A Mente de Cristo”. Aí o “Bicho” é outro; O Leão da Tribo de Judá.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

O Pão; os chocolates

“Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça... Tomando o pão, havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” Luc 22;15 e 19

Sabemos que o “cardápio” da Páscoa era basicamente um cordeiro assado, e, ervas amargas. As demais coisas eram assessórios. Não há um texto sequer que permita inferir que aquela, a última Páscoa, tenha sido celebrada diferente.

O ritual tinha duplo sentido: um memorial ao livramento Divino do povo hebreu, então, escravo dos egípcios, e, um tipo profético apontando para O Cordeiro de Deus, cuja vinda obraria livramento maior.

Tanto que, apesar da presença dos elementos aqueles, o simbólico cordeiro, e, as eloquentes ervas amargas, foi para dois elementos novos que O Salvador apontou. Pão e vinho.

Sendo o cordeiro imolado uma figura do Salvador, não deveria ter Ele, tomado o mesmo, fracionado e dito: “Isto é o meu corpo que é partido por vós”? Sim, se pretendesse com ele um elo maior que, mero tipo; contudo, não era o caso. Aquele, como vimos, serviu como ritual para libertação terrena do povo escolhido; O Ministério do Messias tem uma abrangência infinitamente maior. “Disse-lhes Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas, meu Pai vos dá o verdadeiro Pão do Céu. Porque o Pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” Jo 6;32 e 33

Se, o cordeiro pascal fora símbolo de libertação temporal e estrita, dos judeus, agora, O Pão dos Céus desce para dar vida ao mundo. Deixa de ser mero cuidado nacional com o povo eleito; passa a um chamado universal pra todos os povos.

Assim, a páscoa, malgrado seu simbolismo vital para os hebreus, nenhum sentido tem para nós, sequer, existe deveras. Somos filhos de uma Aliança Nova, figurada por elementos novos, pão e vinho, tipos do Corpo e do Sangue dados em nosso lugar. Não é de estranhar, pois, que a “páscoa” celebrada por aí seja um vazio, encher-se chocolate; e seus símbolos sejam ovo e coelho.

O símbolo escolhido para os Seus pelo próprio Salvador foi a ovelha, dado que, Ele é O Bom Pastor. “Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas, as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á; entrará, sairá e achará pastagens.” Jo 10;7 a 9

Sem essa que o ovo é símbolo da vida, muitos goram, ou, acabam fritos; nem que o coelho é o primeiro animal a sair da toca pós inverno. Tudo espúrio, extra-bíblico, pagão.

O ritual esperado pelo Senhor como memorial ao Seu Feito foi por Ele mesmo prescrito, não pelos contos da carochinha de alhures. “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; tendo dado graças partiu e disse: Tomai, comei; isto é meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.” I Cor 11;23 a 25

Isso, do ponto-de-vista dos símbolos, pois, dos convertidos se espera muito mais que meros rituais. Paulo desafia aos batizados em Cristo ao novo proceder; “...fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4 Escrevendo aos Coríntios disse que a novidade esperada se verificaria em todos os aspectos de nossas vidas, pois, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Entretanto, o elo com o mundo de muitos ditos cristãos é tão robusto que acham careta um escrito como esse, malgrado, bíblico; “legal” a “Páscoa”, mesmo que ímpia, espúria, pagã.

Se, as ervas amargas da Antiga Aliança tipificavam agruras do cativeiro dos hebreus, a doçura embriagante dos chocolates tipifica o quê? Cristo advertiu aos Seus: “No mundo tereis aflições” amarguras. O que é doce como chocolate é pecar, porém, é mortal. Portanto, no prisma espiritual a dita guloseima não vale nada.

A imbecilização massificante leva tudo de roldão; porém, os cristãos são membros do Corpo de Cristo, não porções fermentadas da massa do mundo. Quem, por comodismo, conveniência se recusa a andar na contramão, mesmo se dizendo no caminho estreito, a única coisa estreita que domina é a própria visão.

domingo, 10 de abril de 2016

O Lugar das Coisas, de Deus

“Indo eles, acharam como lhes havia sido dito; prepararam a páscoa... Tomando o cálice, havendo dado graças, disse: Tomai-o, reparti-o entre vós; tomando o pão, havendo dado graças, partiu-o, deu-o, dizendo: Isto é meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” Luc 22;13, 17 e 19

Sabemos que a Páscoa dos judeus tinha dois itens essenciais; um cordeiro, e ervas amargas. Entretanto, elementos que seriam periféricos ao ritual, pão e vinho, aparecem, aqueles, são omitidos na descrição.

Não há nenhuma razão plausível para concluirmos que estivessem ausentes, pois, se fosse mera divisão de pão e vinho, não demandaria uma preparação antecipada, como foi o caso.

Acontece que, a ocasião era precisamente de transição de um tipo futuro, para outro, pretérito. As amarguras da servidão estavam prestes a ser removidas, tipificadas pelas ervas amargas, o próprio Cordeiro de Deus, que o cordeiro pascal tipificava estava presente, prestes a dar-se, para tirar o pecado do mundo.

Então, O Salvador desviou a ênfase dos tipos que apontavam Sua vinda, para outros que, desde então, passariam a apontar Seu feito; “Fazei isso em memória de mim.”

Assim, embora a fé deva ser um eterno presente, de modo a pautar nossas escolhas na vida, “o justo viverá da fé”, mesmo assim, digo, lida bem com o passado e com o futuro. Tanto confia nas Sagradas narrativas, quanto, descansa nas suas promessas.

Para a humanidade pré-Calvário o Messias era uma promessa porvir; para os que o sucederam, uma realidade cumprida. O Câmbio de um sacerdócio imperfeito, também típico, por seu antítipo, o Sacerdócio Eterno, de Cristo.

"De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;11 e 12
“Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas, segundo a virtude da vida incorruptível. Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade” Heb 7; 16 a 18

Desse modo, mesmo a Lei de Moisés foi “deixada de lado” isto é, cumpriu seu papel, como os elementos da antiga páscoa, que foi “repaginada” na Santa Ceia. A Lei, disse Paulo, serviu de aio para nos conduzir a Cristo; após Ele, O Evangelho, baseado em dois mandamentos: Amor a Deus, e ao próximo. Aliás, o mesmo Salvador dissera: A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus; todo o homem emprega força para entrar nele.” Luc 16;16

Assim, os que pretendem fundir Graça de Cristo com alguns mandamentos do Antigo Pacto, de certo modo, mesclam a Santa Ceia com a Páscoa hebraica, num misto de pão e vinho, com ervas amargas e carne assada.

Mas, o mesmo Paulo não disse que a Lei é Santa, justa e boa? Disse. Socorro-me de Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” A Lei, ensinou Paulo, tinha como fito manifestar o pecado e a consequente necessidade que temos do Salvador; por isso, “aio para nos conduzir a Cristo”.

A morte de fato que a Lei requeria dos pecadores, foi transmudada numa morte simbólica, o batismo, desde que, após ele, perseveremos na submissão ao Salvador. Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Tão sério é isso, que o apóstolo equacionou a adultério, pretenderem os mortos para a Lei, voltarem a ela. “Porque a mulher está sujeita ao marido, enquanto ele viver, ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de darmos fruto para Deus.” Rom 7;2 a 4


Como na transição Páscoa-Ceia, os elementos de ambas estavam presentes, mas, a ênfase foi nos da última, na conversão, os princípios morais da Lei de Deus também estão, porém, a ênfase é no amor, pois, esse, vivido devidamente, patrocina apenas o concurso das coisas contra as quais, não há lei.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A morte da morte



Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o Senhor o disse.” Is 25; 8 

Nesse verso temos a morte num estágio intermediário entre causa e consequência. Digo, sendo ela derivada do pecado é geradora de lágrimas, opróbrio. Assim, quando o Eterno prometeu remover a morte e suas mazelas, certamente, tinha em mira a sua causa. Essa, sabemos, foi o pecado; “No dia em que pecares certamente morrerás.” Dissera o Criador ao primeiro homem. 

Tal qual a remoção de eventual sombra que nos atrapalhe demanda a remoção do corpo entre a luz e a superfície que a sustenta, a aniquilação da morte faz necessário destronar o pecado. 

E, Aquele que veio vencer a morte foi apresentado como, “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.”  Pois, o pecado,  entregara um reino à morte. “...a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.” Rom 5; 14 

Na verdade, o argumento de Paulo parece inverter causa e consequência em dado momento; “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” V 12 Quando diz que a morte passou a todos e por isso todos pecaram fala  do pecado tendo passado a todos, trazendo seu salário junto, a morte.

Embora, para nós o erro assuma a pluralidade, o que incomoda ao Santo é singular. “Tira ‘o pecado’ do mundo.”  Sim,  a causa é impar, ainda que a produção seja múltipla. Na origem de tudo temos a pretensa autonomia do homem em relação ao Criador. Em Cristo voltamos à submissão e dependência do Santo; esse é o cerne da questão. 

Resolvido isso, mediante arrependimento e confissão, os pecados nossos de cada dia são consertados pelos mesmos meios, desde que, sejam eventuais, não voluntários, e roguemos o socorro do Salvador. “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados; não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” I Jo 2; 1 e 2  

Não significa que Ele salvou todo o mundo; antes, que a eficácia de Seu sacrifício basta para todos, entretanto, só salvará quantos o receberem e obedecerem. A morte passou a todos; a vida regenerada será recebida por muitos. “Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” Rom 5; 15 

Poucos veem com a necessária clareza o que está em jogo no convite de Cristo. Muitos pensam que se trata de adotar nova filosofia, quiçá, associar-se a determinado clube de lazer religioso.  É bem mais intenso, dramático, que essas coisas pueris. Não se trata de qualidade, ou, concepção de vida; antes, regeneração em face à morte. Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5; 24

Assim, a morte em questão não é o repouso do corpo em jazigo de pedra; antes, a prisão subserviente da alma num corpo de carne.

Alguns, plenos de justiça própria cogitam que sequer pecados têm. Em parte, estão certos. A Bíblia não apresenta o pecado como mero desvio que temos; antes, como um feitor que nos tem. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.” Rom 7; 17 e 18 

Ainda que, no fundo, haja um anseio virtuoso, no domínio do corpo está o pecado escravizando a alma.  Dessa morte “viva” o novo nascimento em Cristo liberta. 

Nele, via auxílio do Espírito Santo, podemos querer e realizar o bem, que, em última análise é a Vontade de Deus. A faceta espiritual da morte é removida na conversão; a influência cabal, na ressurreição. “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.” I Cor 15; 26

Os jazigos dos mortos em ampla maioria ostentam uma cruz; quem carregá-la em vida viverá para ver, a morte da morte.