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domingo, 30 de julho de 2017

Profeta; O Coração de Deus

“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam; dize aos que só profetizam do seu coração: Ouvi a palavra do Senhor;” Ez 13;2

Profeta é alguém que fala em nome de outrem, no caso dos verdadeiros, do Senhor; comissionados por Ele. Assim, não decide quando vai falar, tampouco, o quê; antes, depende do Espírito de Deus que move seus passos e até, suas esperas.
Ezequiel estava denunciando os imitadores, os falsos.

Interessante que, não sendo de Deus, necessariamente faziam a obra da oposição; contudo, não diz que eram inspirados pelo inimigo, antes, pelo próprio coração. Coração deve ser entendido como a essência da personalidade, conjunto dos desejos, sentimentos e mentalidade de alguém.

Assim, embora pareça meritório quando alguém afirma fazer algo de todo coração, não sendo um coração regenerado, ainda é um doente terminal. Mediante Jeremias O Senhor disse: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração, provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;9 e 10

Notemos que antes de galardoar às obras O Senhor pesa os motivos; sonda o coração. A coisa certa com intenção errada também é má.

O Salvador avançou mais; “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” Mat 15;19 Reitero, querer ou fazer, algo de todo coração não é nenhum “Selo do Inmetro” nenhuma garantia; depende do coração em questão.

Esse foi o imenso estrago da queda; o casal incauto que creu na promessa majestosa, “sereis como Deus” caiu e arrastou sua descendência a um estado tal, que não carece esforço para alinhar-se ao inimigo. Basta voarmos nas asas do nosso próprio coração caído, e, seremos como o diabo.

O Senhor em Sua Onisciência e Misericórdia prometeu tratar disso mediante o mesmo Ezequiel: “Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;25 a 27

Notemos que antes da “cirurgia” temos a assepsia da ferida; “água pura sobre vós...” depois o transplante do novo coração, que passaria a funcionar com outros ares em comunicação com o “Pulmão” do Espírito Santo. Água pura, sabemos, figura da Doutrina de Cristo, que lava, regenera; Malaquias falando Dele disse: “Porque ele será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavadeiros.” Mal 3;2

Só pela ação do Espírito Santo em nós, somos capacitados a ir paulatinamente trocando nosso modo de pensar e sentir pelo Divino, o Coração de Deus. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

E, para não termos coração duplo como disse Tiago, precisamos sacrificar o velho, para que o novo tenha todo o espaço; Paulo definiu essa escolha como a razão espiritual, disse: “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

O “sacrifício vivo” equivale à negação de nossa vontade natural, aquela que assemelha ao inimigo, para sermos paulatinamente impregnados da Vontade Divina. Os que ousam dar esse passo podem ser chamados, como Davi, homens segundo o Coração de Deus. Ou, como disse Paulo, têm “a Mente de Cristo”.

Tais, caso desejem falar das coisas espirituais certamente o farão como veros profetas; será o Coração de Deus, não o seu, a fonte de Suas Palavras. “...todas minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7

Enfim, para ser falso profeta a serviço do capiroto basta “dar boca pro gateado” como dizem os gaúchos, para ser profeta do Senhor carecemos conversão, mudança de sentir e pensar, novo coração segundo Deus, e, sobretudo, o consórcio do Bendito Espírito Santo em nossos ministérios.

Distinguindo falsos dos verdadeiros o Senhor usou duas figuras interessantes; palha e trigo. Enquanto uns serviriam apenas ao fogo, outros seriam fontes de alimento espiritual. Quem tem intimidade com o “Pão Vivo que desceu dos Céus” tem paladar assaz apurado, de longe discerne as coisas geradas em corações de palha.

domingo, 28 de junho de 2015

A cordilheira e a planície

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Pro 4; 23 

Dado ser o coração, centro da vida orgânica é usado como figura central da alma, mente, desejos, personalidade humana. Tudo isso faz parte do “coração” de uma pessoa. Quando queremos enfatizar a certeza, profundidade de uma resolução qualquer, dizemos que é de todo o coração, ou, do fundo do mesmo. 

Embora falte ao termo uma circunscrição mais precisa, o mais sábio dentre os homens, Salomão, o definiu como manancial das fontes da vida. 

Acontece que, após a queda caiu também a qualidade desse manancial, digo, a pureza. Desse modo, algo ser feito, desejado, de todo coração já não é certificado de puro, profundo, veraz... Jeremias advertiu, aliás, contra os produtos dessa fonte, ora, corrupta: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, provo os rins; isto para dar a cada um segundo os seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17; 9 e 10 

Vemos que, as obras por si não bastam; Deus busca o coração, no caso, a intenção com as quais são feitas. O Salvador foi preciso em desvendar o “maravilhoso potencial humano” como dizem certos psicólogos; “O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração; o homem mau do mau tesouro tira coisas más.” Mat 12; 35 Não que o homem faça o coração ser bom; antes, o coração faz o homem, como a nascente faz o rio. 

Um coração insensível era a “doença” de seus ouvintes, acusou; “Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam; os ouvidos pra que não ouçam; compreendam com o coração, se convertam e eu os cure.” Mat 13; 15 Um coração endurecido, pois, enseja má vontade, tolhe a compreensão, veda a conversão e consequente cura das almas.

O Mestre disse mais: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem...” Cap 15; 19 e 20

Reitero, não basta que alguém busque determinadas coisas de todo o coração; antes, é preciso saber que tipo de coração anima tal pessoa. 

Nos cânticos hebraicos há bênção sobre o coração cuja nascente provém de Deus; “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84; 5 

Parece que a ideia de retidão, justiça, se figura por caminho plano; com o quê, concorda o texto de Isaías, pois, ao anunciar o ministério de João Batista usa a mesma figura. “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.” Is 40; 3 

Então, quando se diz que a fé remove montanhas, grosso modo se pensa em bênçãos emocionais, materiais, não, em aperfeiçoamento do coração, regeneração do caráter segundo Deus. 

Antes de mais nada precisamos crer quando a Palavra de Deus denuncia que temos esses montes interiores; depois, aceitar Seus termos para a devida “terraplanagem”. Senão, seguirão no mesmo lugar; faltou fé e obediência para os remover. 

Quem crê em Deus e abraça Sua Palavra necessariamente separa-se do mundo. Então, nada mais natural que aqueles, cujos corações ainda são montanhosos estranhem a vastidão das planícies; noutras palavras: Acusam-nos de radicais, fundamentalistas, preconceituosos, etc. 

Ora, se do ponto de vista natural é possível a convivência, no espiritual é totalmente impraticável. Paulo ensina: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e eu vos receberei;” II Cr 6; 14 a 17 

Aos cristãos, mesmo devendo amar todos, não restam causas ímpias a defender; devem ser cumpridores, mensageiros da Vontade de Deus, o Único coração puro. 

Moradores de Jericó pediram ajuda a Eliseu, pois, as águas de sua terra eram ruins; ele lançou sal na fonte e purificou em nome do Senhor. Aquelas fontes tipificam todos os corações após a queda; o intento Divino é purificar via Seus servos, dos quais disse: “Vós sois o sal da Terra...” Se a carne viva acusa a ardência do sal, a que foi crucificada não se incomoda com ele.