“Jesus,
conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão, e disse:
Quem tocou minhas vestes?” Mc 5;30
“Não permitiu
que alguém o seguisse, a não ser, Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago... Entrando,
disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas,
dorme. Riam-se dele...” Mc 5;37, 39 e 40
Temos partes
de dois eventos “contraditórios” de Jesus. O primeiro, a cura em oculto da
mulher que padecia fluxo de sangue, e O tocou furtivamente, sarando
imediatamente. O Senhor poderia ter deixado assim, poupado a mulher de
constrangimentos, mas, fez com que se revelasse. “Quem me tocou?” Depois que ela
assumiu o feito e a causa, despediu-a, em paz.
Entretanto,
no evento seguinte, a ressurreição da filha de Jairo, não se importou de
parecer ridículo, para que, Seu milagre ficasse oculto. Primeiro, selecionou
três testemunhas além dos pais: Pedro, Tiago e João; aos demais, disse que
ficassem distante. Depois, disse à turba que pranteava que seu pranto não fazia
sentido, afinal, a menina estava apenas dormindo. A galera vendo que Ele “não
sabia de nada”, escarneceu, rindo do Senhor.
Depois de
operar maravilhosamente, foi categórico na ordem para que se mantivesse sigilo:
“Mandou-lhes expressamente que ninguém soubesse; e disse que lhe dessem de
comer.” V 43
Como não
revelou a causa dessa diferença de atitudes, nos resta especularmos; quem sabe,
algum texto paralelo nos ajude a entender Seus motivos. Quem se importa de
sofrer eventual constrangimento, se, em troca for liberto de uma prisão de mais
de uma década? A mulher curada saiu de ante O Salvador, feliz, agradecida,
invés de, envergonhada.
Quantos milhares de sermões sua bênção revelada
propiciou? Quiçá, serviu de alento a muitos enfermos também. Se a coisa tivesse
se mantido oculta, tudo isso se perderia. O Senhor, parcimonioso, que ordenou
que se recolhesse sobras para que nada se perdesse quando multiplicou pães e
peixes, não seria perdulário com algo de maior monta.
Entretanto,
por esse mesmo raciocínio, um milagre mais expressivo que a cura, a
ressurreição, seria ainda muito mais impactante; quais os motivos do Senhor
para esconder isso?
Os marqueteiros da vez, que dão microfones para testemunhos
de “curas” de dores nas costas com a “Oração Poderosa” do Missionário tal, não
perderiam uma chance dessas, para mostrar que “a mão de Deus está aqui”, como
diria aqueloutro. O Mestre, porém, “rasgou dinheiro”, ordenou sigilo.
Uma coisa que
as Escrituras mostram claramente é que O Senhor é mui cioso do tempo. Avisa d’antemão,
apraza eventos e cumpre, rigorosamente, como no extraordinário “calendário” das
setenta semanas, dado a Daniel. Paulo disse: “Vindo a plenitude dos tempos,
Deus enviou seu Filho...” Gál 4;4 Mais de uma vez O Salvador disse: “Ainda não
é chegada a hora”, ciente que Seus atos tinham uma “agenda” profética que se
importava em cumprir.
Contudo, o
que tem a publicidade de um grande milagre do Senhor, com o tempo? Boa
pergunta. Acontece que, Ele tinha forte oposição do “establishment” religioso,
que, milagres de menor relevância tolerava; eventual exorcismo atribuíam a
Belzebu, mas, a ressurreição, aí, seria demais.
Quando chegou
o Seu tempo, o Senhor não se importou mais com sigilo, antes, “escancarou.” Não
foi ao leito “despertar” uma menina, antes, esperou quatro dias quando chamado
a socorrer Lázaro.
Orando ante o
túmulo do falecido agradeceu a Deus por tê-lo ouvido; classificou a morte do
amigo como resposta às suas orações, pois, queria que todos vissem quem Era. “Bem
sei que sempre me ouves, mas, eu disse isto por causa da multidão que está em
redor, para que creiam que tu me enviaste... - ressuscitado o morto - Muitos,
pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria, que tinham visto o que Jesus
fizera, creram nele.” Jo 11; 42 e 45
Aí, a consequência
que Ele sabia “necessária” presto, surgiu: “Caifás, um deles, que era sumo
sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis... convém que um homem morra
pelo povo, que não pereça toda a nação. Desde aquele dia, pois, consultavam-se
para o matarem.” Vs 49, 50 e 53
Assim, quando
O Senhor nos diz para que não façamos algo, par mais lógico e producente que
pareça, ouçamos. “Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos
caminhos, os meus, diz o Senhor.” Is 55;8 Mesmo um homem “reto, temente a Deus
que se desvia do mal,” como foi Jó, se ousar questionar as ações Divinas, no
fim, será apenas um que, “encobre o conselho com palavras sem entendimento.”
Esse
raciocínio sadio acaba com qualquer “liberalidade teológica” que ousa contra A
Palavra de Deus. Veta acréscimos e omissões, e já agendou o dia que
recompensará quem ousar fazer isso.