quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Deus é para todas as horas

“... consideraste a minha aflição; conheceste minha alma nas angústias.” Sal 31;7

Há “amigos” chegados nas horas alegres, festivas; porém, distantes, nas angustiosas. Da sua relação com Deus Davi versou: “Conheceste minha alma nas angústias”. Na verdade, o próprio Senhor, invés de um culto hipócrita pleno de sacrifícios e vazio de sentido sugeriu: “invoca-me no dia da angústia; te livrarei e me glorificarás.” Sal 50;15

É fácil estarmos receptivos em momentos de angústia; todo ministro que já passou por isso sabe que não há momento em que suas palavras soem mais aceitáveis, desejáveis, que durante um culto fúnebre, por exemplo, onde a presença sombria da morte ensejou angústias várias entre os parentes de quem se foi.

Deus amoroso não se importa com esse oportunismo de nossa parte, desde que, feridos por Sua Palavra nos deixemos transformar. Porém, na maioria dos casos nossos moveres de alma são eventuais, apenas um refúgio contra os ventos da angústia; quando o tempo melhora pioramos.

O Eterno queixou-se de algo assim feito pela nação de Israel; “Te conheci no deserto, na terra muito seca.” Os 13;5 No deserto, lugar de angústias se deixaram encontrar. Passado aquele contexto e inseridos na fartura desprezaram ao Senhor. “Depois, se fartaram em proporção do seu pasto, estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração; por isso esqueceram de mim.” V 6

Contra Judá e Efraim queixou-se de uma volubilidade semelhante ao orvalho da manhã que some tão logo o sol chega. “Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como orvalho da madrugada, que cedo passa.” Os 6;4

Foi precisamente naquele contexto, de desaprovação Divina à indiferença de um povo ingrato que falou: “Meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; como te esqueceste da lei do teu Deus, também me esquecerei de teus filhos.” Cap 4;6 e,“Porque eu quero misericórdia, não, sacrifício; e conhecimento de Deus, mais que holocaustos.” 6;6

Associou a ignorância espiritual ao desprezo pela Palavra; “... esquecestes da Lei do Teu Deus...” Igualzinho em gênero, número e grau ao que acontece atualmente.

Uma geração de obreiros mercenários, pilantras que usa as angústias humanas para seu proselitismo barato; Deus seria dos desempregados, pobres, miseráveis, frustrados emocionalmente; com essa canção atraem suas presas; porém, invés de fomentarem o conhecimento do Santo mediante ensino saudável mantêm as pessoas cativas na ignorância, ensinando a mercância blasfema de trocar $acrifício$ por socorro.

Um dos mais perniciosos enganos do maligno disseminado pelos seus, transfigurados, é subentender que alguém possa ser “esperto” perante Deus a ponto de manipulá-lO. Isto é, lograr Seus favores em horas avessas, e desprezá-lO sem consequência, depois.

Ouçamos o Próprio Senhor: “porque clamei e recusastes; estendi minha mão e não houve quem desse atenção; antes, rejeitastes o meu conselho e não quisestes minha repreensão; também de minha parte rirei na vossa perdição, zombarei, vindo o vosso temor.” Prov 1;24 a 26

Aí sim, chegar a uma hora de angústia tendo Deus indiferente ao nosso clamor fará a angústia infinitamente maior.

Deus É Amor. Portanto, mesmo que vamos a Ele depois de desperdiçarmos tudo e termos acabado entre os porcos como o pródigo, nos recebe em festa, se, O buscarmos arrependidos. Porém, Ele também É Justiça; se O profanarmos deliberadamente invés de um Pai amoroso encontraremos um Juiz Terrível. “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” Heb 10;31

Nossos estados emocionais não têm necessariamente ligação com o status espiritual; posso estar em paz com Deus e sofrer imensamente, como Jó; ou, viver alheio e gozar fartura, como os citados no Salmo 73.

Emoções, sentimentos não são aferidores da medida do nosso relacionamento com Deus; antes, nossa vida transformada pelo conhecimento Dele na Face de Cristo, Sua Palavra.

Como disse John Kennedy, “O telhado se conserta em dias de tempo bom.” Devemos consertar nosso relacionamento agora; não, esperarmos ser acossados pelo aguilhão da dor. Se, já somos paciência; vamos a Ele como estamos Ele sonda corações; vê os motivos.

Em suma, se a Integridade e o Amor Divinos fazem com que Ele nos conheça mesmo em momentos de angústia, tenhamos um mínimo de correspondência, amando-O, reconhecendo-O e sendo-lhE grato, até nas horas de bonança.

O Amor do Pai, posto que disponível a todos os arrependidos não é tão inclusivo assim, antes, seletivo; “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor, e na sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1;1 e 2

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