sábado, 2 de dezembro de 2017

A pequena grande estatura

“Até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina...” Ef 4;13 e 14

Quando Paulo alude à Estatura de Cristo como alvo, de certa forma soa-nos a missão impossível. E, essencialmente é. Nenhum de nós, o mais santo dos homens que já viveu, vive, ou, viverá atingirá tal esplendor.

Contudo, a “perfeição” desejada é antes, funcional que essencial; ou seja, mesmo que fiquemos a anos-luz do Ser, do Senhor, Ele É Criador, nós, criaturas podemos agir como Ele agiria em termos de maturidade, diante de eventuais embates; heresias, sobretudo. “... não sejamos mais meninos inconstantes levados em roda por todo vento de doutrina...”

A Epístola aos hebreus cobrou daqueles, exatamente, essa “perfeição”; maturidade espiritual, discernimento. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos ensine os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal.” Heb 5;12 a 14

Invés de, decidir sobre o bem e o mal, discernir a ambos; identificá-los mesmo quando se acham camuflados. Coisa que Paulo declarou impossível aos homens naturais, e, “natural” aos espirituais. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Se, pois, em antítese à perfeição colocou “meninos inconstantes”, óbvio que sua ideia é mesmo a maturidade espiritual. Quando escreveu seu célebre texto sobre o amor, equacionou a vaidade frívola dos dons em si e disputas parciais com meninice; por fim, evocou seu próprio crescimento como uma sutil exortação a que o imitassem; “Quando eu era menino falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Por que o homem natural não consegue ver espiritualmente? Duas razões concorrem; um lapso e uma barreira. Após a queda todos resultaram espiritualmente mortos, daí, “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 Além disso, “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho...” II Cor 4;4

Entretanto, mesmo os renascidos por sonolentos, omissos, podem ser enganados pelos ministros de Satanás transfigurados em ministros de justiça. Desgraçadamente essa geração “fast food” não tem paladar para a Palavra de Deus; é presa fácil dos enganadores, pois, a identificação do falso requer conhecimento do verdadeiro.

O “cristianismo” de muitos se limita a compartilhar e dar seus améns às “orações poderosas” que circulam; porém, conhecer À Palavra do Todo Poderoso, por ela, Sua Vontade, aí são poucos. Os ministros da moda desafiam os incautos a fazer grandes sacrifícios como prova de fé; quanto maiore$ o$ $acrifício$, mais fé. Ora a Palavra de Deus é categórica: Deus não quer isso; antes, deseja ser conhecido, amado. “Pois desejo misericórdia, não, sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos.” Os 6;6

Por isso, Pedro desafiou aos nascituros que tivessem apetite pelo seio materno; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Muitos devaneiam em vestir roupas novas sem tomar banho; querem o exercício dos dons espirituais, sem se deixar ser purificado pela ação do Espírito. A primeira mudança se requer em nós, nosso caráter, para sermos capacitados pela Sabedoria Divina a ajudar outros; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

Em outras palavras: Só receberemos autoridade espiritual após sermos devidamente exercitados na submissão; “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Enfim, a Estatura de Cristo de nós requerida nada tem com grandeza; antes, com maturidade, humildade. “haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou-se, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;5 a 8
Os maiores espiritualmente não se fazem notar; contribuem para que Deus seja notado.

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