sábado, 8 de julho de 2017

Os fugitivos

“O Senhor disse a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei. Te farei uma grande nação, abençoarei, engrandecerei teu nome; tu serás uma bênção.” Gên 12;1 e 2

Muito se pode aprender sobre a chamada de Abrão por parte do Senhor. Os projetos Divinos expostos estavam todos mercê da resposta positiva, pois, a primeira palavra dita demandava uma ação do patriarca; “sai”.

A presciência do Eterno antevê as respostas de cada um; jamais erra quando escolhe; seja, Abrão para formar uma grande nação; ou, quando apostou Suas fichas no caráter de Jó; ainda, quando chamou Maria para Seu propósito excelso, etc.

Quando a resposta será negativa, também o sabe, pois, ao comissionar Ezequiel como pregoeiro de Sua Vontade advertiu da falta de frutos, ao próprio profeta; disse: “Mas, a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a mim; pois, toda a casa de Israel é de fronte obstinada, dura de coração.” Cap 3;7

Qual o propósito de enviar o mensageiro então, se, os juízos anunciados seriam inevitáveis dada a obstinação dos ouvintes? Restariam remanescentes após o juízo, além disso, o ensino atingiria gerações futuras, como nós, que podemos aprender prudência observando a imprudência deles.

Não que o profeta fosse rejeitado estritamente; antes, era “desejado” como um artista; somente a mensagem era hipocritamente ignorada; o que faria o juízo porvir, inevitável. “Tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave que bem tange; porque ouvem tuas palavras, mas, não as põem por obra. Mas, quando vier isto, então, saberão que houve no meio deles um profeta.” Cap 33;32 e 33

Embora a Obra de Deus em si, nada dependa de nós, Ele se arranja sem nossa ajuda; a mesma, em nós, depende inteiramente da resposta que dermos À Sua Palavra.

Até quando alguém faz “a coisa certa” pelo motivo errado, usa A Palavra como esconderijo, ou, dela lança mão para motivos espúrios, a mesma Palavra, mais dia menos dia, desnuda-o. Nosso olhar vê os fenômenos, O Divino, intenções, pensamentos. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;12 e 13

O Todo Poderoso antevê respostas positivas, negativas, e, hipócritas que se misturam ao rebanho. Alguém disse, “se o malandro soubesse das vantagens de ser honesto, o seria, só por malandragem”; Pois, nas coisas Divinas, as bênçãos reais só derramam-se sobre os honestos, até quando devem assumir eventuais, desonestidades.

Infelizmente, a maioria trata A Palavra da Vida como batata quente, apressa-se a passar adiante, pois, traz desconforto para si. Nas redes sociais, quanta “Fé” quantas mensagens bonitas de uma geração que vive mui abaixo da média do aceitável, no prisma da decência, honestidade, altruísmo, amor, etc.

Têm prazer de se fazer inquilinas da sabedoria para parecer que “moram bem”, quando, em postagens subsequentes expões as reais palafitas onde vivem. A Poderosa Palavra de Deus obra no vácuo em suas vidas, pois, se recusam à correspondência, que como no caso de Abrão, começa com um “Sai” dessa; recusam sair.

Como crianças ingênuas fogem da injeção, almas imprudentes também, conhecendo a receita que cura prescrevem pra outros o remédio que recusam a inocular em si. O Salvador atrelou a bênção de saber, ao praticar; “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

Como O Espírito Santo Obra para convencer, não, impor Sua Vontade pode ser resistido, entristecido. Imaginemos no trânsito um guarda que apite e dê sinal para que paremos; num segundo momento requer habilitação, documentos do veículo; ora, a segunda demanda só foi possível porque obedecemos à primeira, senão, seríamos fugitivos.

Assim as coisas de Deus: “Vinde a mim todos...” Os que vão recebem novas instruções, além do perdão que reconcilia; os demais, são apenas fugitivos, malgrado fujam em veículos adornados com versos bíblicos. O saber que não molda o agir é o clássico diamante na funda; a preciosidade que nivelamos às pedras. A Palavra fala ainda de jóias valiosas em focinho de porca, ou, desencoraja as pérolas lançadas ao mesmos bichos...

Claro que todos podem compartilhar, ensinar; mas, a bênção reside em quem, como Esdras, aprende e pratica primeiro. “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor, para cumpri-la e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” Ed 7;10

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