domingo, 16 de abril de 2017

Jesus foi anarquista?

“Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nada se lhe deve tirar; isto faz Deus, para que haja temor diante dele.” Ecl 3;14

Acrescentar, ou, tirar qualquer coisa do que Deus entregou pronto, completo, além da insana ousadia contra a Autoridade do Criador, traz a implicação blasfema de que Ele faz algo falho, que podemos melhorar.

Agur que deixou alguns escritos nos Provérbios pensava diferente: “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

Frequentemente deparo com ditos de “anarquistas cristãos”, gente que diz que O Próprio Senhor foi anarquista, revolucionário; por isso, teria sido morto.

Bem, o que significa a palavra anarquia? O prefixo a, em grego, é de ausência, negação. Assim, sem cérebro= acéfalo; sem moral=amoral; sem letras=analfabeto etc. Dessa fonte jorra anarquia. O termo arquia, deriva de “Archon” chefia, cabeça, comando, governo. Daí vêm palavras como, Arcebispo, arcanjo, autarquia, e claro, anarquia, que significa, sem comando, sem governo, sem autoridade sobre si. Será que O Senhor foi isso mesmo?

Paulo pensava diferente, pois, disse que Cristo, “esvaziou si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, e, achado na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;7 e 8

A simples distinção entre anjos, serafins, querubins, arcanjos, principados, potestades, mostra hierarquia no reino espiritual. E, hierarquia nenhuma firma-se, senão, sobre o princípio da autoridade, devidamente obedecida, claro.

Cristo se fez homem, para nos redimir da queda, essa se deu, justo, por terem falhado, nossos pais, em observar a Autoridade do Criador; se, o “Segundo Adão” veio repor as coisas no devido lugar, necessariamente tinha que ser obediente às autoridades que Ele mesmo constituíra. Quando Pilatos gabou-se que tinha poder, tanto para libertar, quanto, crucificar Jesus, Ele não negou, apenas referiu a origem desse poder: “Nenhum poder terias contra mim, se, do alto não te fosse dado.”

Jesus foi “Revolucionário” no sentido de Ousado, veraz e perspicaz em denunciar a hipocrisia, corrupção das autoridades religiosas de então. Seus pleitos não eram com Pilatos ou Herodes, antes, o Sinédrio. “O que me entregou a ti, - disse, após reconhecer a autoridade de Pilatos – maior pecado tem.” Veio para tirar o pecado do mundo, não o reino de César da Palestina, como acusaram alguns. Aliás, disse: “Dai a César o que é de César...”

Pois, mesmo ante o sumo sacerdote, autoridade contra a qual, combatia seus desvios, quando desafiado sob juramento, O Senhor obedeceu. “Jesus, porém, guardava silêncio. Insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, vindo sobre as nuvens do céu.” Mat 26;63 e 64

Portanto, um “anarquista cristão” é tão lógico, quanto, um evolucionista cristão. Uma doutrina que nega a Deus, “casada” com outra que O afirma.

Paulo foi explícito quanto a necessária obediência às autoridades. “Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; as que há foram ordenadas por Ele. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas, para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme; pois, não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar o que faz o mal.” Rom 13;1 a 4

Quando diz que a autoridade é ministro de Deus, não significa que Deus aprova seus passos em particular, antes, que no exercício probo de sua função, faz algo que é Vontade do Eterno.

Quantos “fariseus” de hoje, crucificariam, se pudessem, ao Juiz Sérgio Moro, por exemplo? Acaso é um anarquista, um fora da Lei? Antes, é, justo, seu zelo pela lei e a ordem que o faz indesejável a tantos, cujos feitos os colocam em rota de colisão com ele. Desse modo, Cristo foi Revolucionário entre os religiosos de Seus dias.

Não nos enganemos; a ojeriza às figuras de autoridade, por bonitinha, charmosa que pareça, é a mais bela filha de satanás. Foi com ela que seduziu ao primeiro casal, e disseminou milhões de mortes ao longo da história. Quem deseja harmonia com O Senhor Jesus Cristo, rompa todos e quaisquer laços com assassinos. Sério assim.

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