domingo, 19 de março de 2017

O segundo batismo

“Vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.” I Tess 1;6

O concurso de tribulação e gozo é natural, sendo a Palavra de Deus, o que é; Espada do Espírito, e, atuando num cenário adverso.

Necessariamente, a pregação idônea será desafiadora, ameaçadora, dependendo do ponto de vista. Aos pecadores perdidos, sua mensagem será um desafio à mudança, da morte para a vida, das trevas para a luz; no aspecto espiritual, ameaça de resgate, pelo Reino dos Céus, de bens usurpados, agora, presos em mãos indignas.

A reação das forças opostas, ensejará tribulação, pois, não entregarão fácil, suas presas; os ditosos que, ouvindo a Palavra se renderem, sendo libertos, conhecerão gozo espiritual único, um refrigério pelo perdão como recebeu o pródigo, uma paz que, só a conversão propicia.

A Parábola do Semeador registra o concurso das “aves dos céus” que comem a semente; (espíritos malignos que cegam a compreensão) das “pedras” que impedem o crescimento da planta; (ignorância quanto ao custo da salvação, a cruz ) dos espinhos; ( uma fé imperfeita que invés de se entregar totalmente ao Salvador, acrescenta cuidados humanos, temporais ) por fim, a boa terra, que produz com fartura; os que ouvem, creem e obedecem.

Infelizmente, graças a ministros mercenários, a Palavra da Vida tem sido equacionada a coisas, com quais, não têm relação; facilidades tecnológicas que trazem tudo instantâneo, nos acostumaram a uma velocidade que não se verifica na vereda da salvação; a ênfase no fato que Deus é bom, tem levado muitos a buscar essa bondade no tempo, não, no modo, que cuida dos que ama. Aí, prometem coisas, aprazam, sete sextas-feiras, doze cultos, disso ou daquilo, e, o “fiel”, cumprindo tais agendas, terá feito sua parte; desde então, a contrapartida se torna uma “dívida” de Deus.

Ora, o livramento é bem, imediato, o gozo da salvação, a libertação dos poderes espirituais da maldade que aprisionam; ouvindo alguém, e crendo na Palavra, a bênção se verifica na hora, mediante o gozo espiritual que propicia.

Entretanto, o Governo do Eterno não é como governos humanos, onde, leis são imperfeitas, muitas vezes, casuísticas, e podem ser mudadas a toque de caixa, como nas atuais manifestações contra a reforma da previdência, por exemplo. Cidadania Celeste, posição dos convertidos, insere num Reino, não, numa república; quem Governa é O Rei dos Reis, Senhor do Universo, pleno de bondade e sabedoria. Suas leis não precisam ser emendadas, tampouco, cede ao casuísmo do tempo, pois, mesmo esse, obedece ao Nosso Rei, que é Pai da Eternidade.

Após a bênção da salvação, temos um “segundo batismo” tão mal entendido, sobretudo, no meio pentecostal. Esses, não todos, é certo, equacionam o batismo com fogo, como se fosse o mesmo do Espírito Santo. Não. João Batista os apresentou como coisas distintas, quando disse que, O Messias batizaria com O Espírito Santo, e, com fogo.

O primeiro é um revestimento espiritual que nos capacita a agirmos, agora, como filhos de Deus. “A todos que O receberam, deu-lhes ( O Espírito Santo ) o poder de serem feitos filhos de Deus.” Jo 1;12 O segundo, com fogo, é o concurso das aflições, seja pela ação das “aves dos céus” que não desistem, seja, pelos maus hábitos da nossa natureza caída, que estava treinada na larga avenida dos pecados, e agora, precisa aprender a senda estreita da santificação.

O próprio Senhor usou essa figura: “Vim lançar fogo na terra; que mais quero, se está aceso? Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, antes, dissensão; porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, dois contra três. O pai estará dividido contra o filho, o filho contra o pai; a mãe contra a filha, a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, a nora contra a sogra.” Luc 12; 49, 51, 52 e 53

Conversão não é upgrade, é mudança radical, de um senhor a Outro, da maligno ao Santo. Necessariamente, pois, dado o contexto em que ocorre, enseja o concurso de tribulações e gozo. Esse gozo espiritual é tão superior ao natural, que das perseguições e oposições faz combustível para ser inda mais ousado no Senhor, como foi Paulo, após ter sido açoitado em Filipos. “...depois de termos antes padecido, sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate.” I Tess 2;2
Mesmo assim, vale muito à pena, como ensinou o mesmo Paulo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom 8;18

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