sábado, 28 de janeiro de 2017

Maravilhas ignoradas

“Duas coisas me deixam maravilhado, o céu estrelado acima de mim, e a lei moral, dentro de mim”. ( Kant )

Quem padece necessidade de melhores olhos, vê apenas o imediato, não raro, vê problemas, como o jovem que andava com Eliseu, para o qual, o profeta rogou que se lhe abrissem os olhos. Feito isso pode ver maravilhas Divinas.

O céu estrelado acima de mim...” foi versado por Davi no salmo 19, e, invés de ensejar uma teoria, tipo, Big Bang, deu azo a belos louvores, reconhecendo o autor, de tais obras. “Os céus declaram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala, mas, ouve-se sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, o qual é como um noivo que sai do seu tálamo, se alegra como um herói, a correr seu caminho.” Vs 1 a 5

Spurgeon comentando tal texto disse: “Aquele que, após contemplar a vastidão dos céus, astros, estrelas em sua perfeita harmonia, ainda se declara ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” Pois, os céus proclamam a Glória de Deus.

Mas, voltando a Kant, havia uma segunda coisa que o maravilhava; “... a lei moral dentro de mim.” Disse. O mesmo livro dos salmos traz a Onipresença Divina, em miúdos: “Para onde me irei do teu espírito, ou, para onde fugirei da tua face? Se, subir ao céu, lá estás; se, fizer no inferno minha cama, eis que ali estás também. Se, tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali, tua mão me guiará, a tua destra me susterá. Se, disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; a noite resplandece como o dia; trevas e luz são para ti a mesma coisa;” Sal 139;7 a 12

Ora, lícito nos seja concluir que o autor não foi a esses lugares todos, nem poderia. Como sabia, então, que neles, Deus estava? A “lei moral dentro de mim” também chamada, consciência, faculdade do Espírito, o fazia saber que, onde quer que fosse Deus estaria, uma vez que, estava nele. 


Mesmo quem ignora, em parte, as Divinas demandas, ainda possui esse aferidor moral mencionado por Paulo: “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente, sua consciência, e seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.” Rom 2;14 e 15

Quantas pessoas que, sequer conhecem à Palavra, contudo, têm boas noções sobre direitos, deveres, equidade, isonomia, coisas que se alinham aos preceitos bíblicos. Se agirem à luz disso cumprem a lei moral que identificam.

Porém, a miopia espiritual que, atualmente grassa, não permite ver mais essas maravilhas. Nem as internas que me desconfortam sempre que fico aquém dos reclames do Espírito, nem as externas, que gritam alhures sobre a Majestade do Criador.

O Eterno tem sido usurpado em Sua Glória, por uma geração de pregadores com a “visão” do jovem auxiliar de Eliseu, que, não consegue transcender o imediato; suas mensagens não vão além da matéria, suprimento do ventre e outras vaidades acessórias.

Alguém disse com acerto: “Quando você aponta uma estrela para um imbecil, ele olha pra ponta do seu dedo.” Claro que os imbecis em questão, são tais pregadores, pois, fazem uso da Palavra, cujo Centro, Alvo, Meta, é a Estrela de Davi, Jesus Cristo; eles, não conseguem prestar o culto racional, onde, a Razão a serviço do Espírito, patentearia ante eles, a Vontade de Deus.

A Palavra e Suas justas demandas se tornou como um Moisés no monte, demorado em seu retorno, e o povo tinha pressa. Como aqueles fizeram o bezerro de ouro dando vazão às suas comichões, esses, veem naqueles, “sombra dos bens futuros” tipo de sua “teologia” cuja única maravilha que põe em relevo é a Longanimidade de Deus.

As maravilhas da criação, bem como, o fato de estarmos “condenados” a sermos justos, deveriam tremelicar nossas antenas, como fizeram com Immanuel Kant, mas, a galera está sonolenta demais para isso.

Como são justos todos os reclames Divinos, ou respondemos favoravelmente a eles, ou, não teremos verdadeira paz interior. “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 17 Isso, ou, a opção ímpia e suas consequências: “Os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

Nenhum comentário:

Postar um comentário