Muito mal tem feito ao país essa efervescência política derivada
das paixões, de gente alienada que foi pensado por outros, e empresta sua
violência a serviço dos seus “pensadores”.
Ora, consumado o impeachment de Dilma Roussef, a ordem natural
das coisas transfere o Governo para Temer, que era seu vice. Todo o vice é um “plano
B”, caso o A encontre impedimentos. Entretanto, são, precisamente os que
votaram em Dilma e Temer que saem quebrando tudo e gritando: “Fora Temer!”
Nós, outros, que, não votamos nele, sabendo que é o que temos
para os próximos dois anos, torcemos que faça o melhor, pois, a crise econômica
está fazendo estragos. Não significa que ele nos representa cabalmente.
Acontece que há um pacto coletivo chamado Constituição, que
faz o eleito, governante de todos, mesmo, dos que perderam. Essa balela que o
Temer não foi eleito tem tanta lógica, quanto tem, chamar um processo legítimo,
constitucional, de golpe.
Mas esperar lógica racional no império das paixões é querer
que mamífero bote ovo. Nasceram para tetas, não para asas.
Na sua
idiossincrasia, foi um “golpe de direita” contra os “avanços progressistas” que
o PT vinha implementando. Ora, a “direita” representada por Temer, Sarney,
Renan, etc. viveu vasto concubinato com o PT. Se, são coisas tão excludentes
assim, por que se aliavam sempre? Porque, senhores, como bem disse Diogo
Mainardi, no Brasil não temos partidos de esquerda nem, de direita, mas,
quadrilhas de safados que se unem para roubar junto.
Conhecemos o dito que, se o elefante soubesse da própria
força seria dono do circo. O trabalho da maioria desses bravos tribunos tem
sido fatiar a sociedade, como fizeram com a constituição no julgamento último,
para que, heteros lutem contra gays, negros contra brancos, mulheres contra
homens, religiosos contra laicos, nordestinos contra sulinos, etc. Cada um
deles escolhe seu “corte” preferido do “elefante” e assume veemente e zeloso
seu espaço na Ágora; depois, por trás das cortinas toma seu cafezinho junto e
faz piadas chulas para divertir quem fora alvo recente, de sua dura diatribe.
E o povo como a víbora encantada segue dançando conforme a
música. Para essa geração de mentecaptos, as palavras significam muito pouco,
quase nada. Quem se opõe ao seu sonho de poder eterno é “contra a democracia”;
ora, é justo a alternância de poder que oxigena as raízes democráticas de um
povo.
O que fariam com as sonhadas novas eleições, se, 90% da
população bradou pela sua saída? Provavelmente, dado o desgaste do PT e a
recente, super exposição, ganharia Aécio Neves. Que diferença isso faria para
eles, ensinados a odiarem tudo o que não seja PT?
Seus feitos maus são tantos
que, muitos candidatos deles tentam a camuflagem abdicando da cor vermelha e da
tradicional estrela em suas campanhas. Não vai funcionar.
Debatendo com um deles, vereador, que se sentiu ofendido por
que eu criticava lideranças nacionais, visivelmente envolvidas em roubo,
corrupção, o tal, asseverou que era honesto, exigia respeito. Ora, eu nada
tinha dito contra ele. Mas, para ele, criticar seus líderes equivalia a
ofendê-lo, tal a idolatria cega. Disse-lhe que não duvidava que fosse honesto,
e aconselhei-o que, sendo honesto, como dizia, deveria mudar de partido para
não ser associado aos que tantas coisas erradas fizeram. Ficou furioso comigo,
me mandou longe.
Tratei-o com respeito dando crédito ao que, ele dizia de si
mesmo; e aconselhei a agir como eu agiria, em seu lugar; me tem como desafeto,
ameaçou excluir-me do seu Face. Desde então, não falei mais com ele, seria
necessário um intérprete.
Não vejo nada de producente nesse romantismo tolo de se
encantar por que alguém semianalfabeto foi muito longe. Eu quero que os tais
vão pra escola. Presidente da república, senadores, cometendo erros crassos de
ortografia? Um mínimo de preparo para a coisa, cáspita!!
Trabalho como mestre-de-obras, não ponho um servente fazer
trabalho de eletricista, ou, hidráulico, por exemplo. Cada um faz o que sabe,
ou, pelo menos, não faz o que não sabe. Mas, os políticos sabem tudo. O mesmo, pode ser ministro da saúde, da justiça, da educação, espantosa polivalência!
Para um eleitorado “me engana que eu gosto” como o nosso,
quanto pior o candidato, maiores suas chances, infelizmente. Nas eleições
municipais que vêm aí, o estrago tende a ser menor, pois, dada a proximidade de
candidatos e eleitores, votam com certo conhecimento; mas, nas de maior
envergadura, cuja abrangência de poder também é maior, o blá blá blá tende a
frutificar bem mais.
Urge que o eleitorado pare de se comportar como torcedores de
futebol, “nós contra eles”. Somos empregadores contratando gestores para nossos
bens. Quem contratar ladrões, incompetentes, não reclame depois, quando
descobrir que está sendo furtado.
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