“Pela fé
entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que
aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb 11;3
Não obstante
alguns dizerem que a fé é cega, temos ela aqui em consórcio com o entendimento,
que é produto da razão.
O entendimento sempre é uma reação racional em face a
determinada informação, uma vez que, não podemos entender o que ignoramos. Se,
eventualmente algum “insight” nos vem sobre coisas que desconhecemos, isso deve
ser tributado à intuição espiritual, não, ao entendimento, que poderá advir
depois, quando os fatos corroborarem a intuição.
E, o Evangelho é o conjunto de informações básico que deve
ouvir todo o que almeja ingressar no Reino de Deus. O Velho testamento, com
suas profecias, tipos proféticos, história, livros sapienciais, enfim, é um
segundo escalão na gama de informações que deve ter todo aquele que, além de
ser salvo anseia conhecer Deus, Sua relação com o homem. Não estou aquilatando
valores sobre partes da Bíblia, apenas, traçando uma rota lógica dada nossa situação
no tempo, se, desejamos salvação, e anexo, conhecimento do Senhor.
O Evangelho é, antes de tudo, um desafio à fé; depois,
via discipulado, edificação, vão se encaixando peças no imenso “Lego” Divino, e
construindo uma ponte entre o espiritual e o racional. Primeiro a fé atrai à
cruz, que enseja uma separação do jeito de ser do mundo, para imitar Cristo;
essa separação induz o entendimento a tornar-se alinhado com Deus, mediante o
conhecimento de Sua Vontade. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que
apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que
é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos
pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2
Entretanto,
todos parecem entender de futebol, medicina, e Deus. Nesses assuntos todos dão
pitacos, nem sempre, com o necessário entendimento. Se, no futebol, arbitram as
paixões, na medicina caseira, um chá que não faz bem, geralmente, não faz mal,
nas coisas de Deus não é tão simples assim.
Há mais de
setecentas mil palavras na Bíblia, onde, além de falar de nós, Deus fala de si.
Desse modo, temos amplo material para exercitarmos nossa fé e entendimento.
Todo dia
deparo com textos religiosos onde alguém “entrega” seu dia, sua semana, seu
emprego, seus familiares, a direção de um culto, nas mãos de Deus, para que Ele
cuide. Não é certo fazer isso? Bem, suponhamos que você leitor, trabalhe com
entrega de remédios. Seu meio de transporte está cheio dos tais. Como reagiria
se, outrem pedisse que lhe entregasse laticínios, carnes ou, outra coisa
qualquer, fora de seu ramo? Por certo dirias que não podes entregar o que não
possuis.
Que somos
arbitrários é pacífico; somos senhores de nossas vontades; isso foi feito por
Deus. Posso desejar que O Eterno abençoe, proteja aqueles que me são caros,
mas, eles não estão em meu domínio para que, eu abdique disso, comissionando ao
Senhor em meu lugar, o que O faria meu servo, invés de, ser eu, servo Dele,
como convém.
O meu
caminho, minhas escolhas pessoais estão em meu poder, para que eu aja conforme
as inclinações do meu coração. São esses, caminho, ( escolhas ) e coração, (
sentimentos ) que devo entregar, se, deveras, pretendo ser servo de Deus. O
mais, não passa de arrogância blasfema, ainda que, religiosa. “Entrega teu
caminho ao Senhor; confia nele, o mais, ele fará.” Sal 37;5 “Dá-me, filho meu,
o teu coração, os teus olhos observem os meus caminhos.” Prov 23; 26 Notemos
que, entregar meu caminho ao Senhor é um pouco mais que renunciá-lo; é escolher
para mim os caminhos Dele.
Alguns
compartilhas suas “Orações poderosas.” Desculpem a franqueza, mas, não existem
orações poderosas. Apenas, orações que o Todo Poderoso aceita, e responde
favoravelmente.
Os “sábios”
conselheiros de Jó estavam “fora da casinha”, Deus os censurou e mandou que
pedissem oração ao leproso Jó, pois, esse era aceitável ante Ele. “...oferecei
holocaustos por vós, o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele
aceitarei...” Jó 42;8 Tiago também aludiu ao tema, oração, e derivou sua
eficácia de um caráter justo de quem ora, pois, um assim é aceitável ante O
Altíssimo. “Confessai as vossas culpas uns aos outros, orai uns pelos outros,
para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg
5;16 Notemos que o “justo” em questão tem culpas a confessar. Pois, Deus não
chama aos perfeitos, antes aos arrependidos que se deixam aperfeiçoar. Aos
tais, O Senhor Justiça Nossa, justifica.
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