sexta-feira, 20 de maio de 2016

Hábitos noturnos

Eles estão entre os que se opõem à luz; não conhecem seus caminhos, não permanecem nas suas veredas.” Jó 24;13

Listando ímpios do seu tempo Jó qualificou-os como opositores da luz. Não que se levantassem ousados contra ela, antes, usavam o escuro para prática das suas obras. “De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, de noite é como o ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; oculta o rosto, nas trevas minam casas que de dia se marcaram; não conhecem a luz. Porque a manhã para todos eles, é como sombra de morte; sendo conhecidos, sentem os pavores da sombra da morte.” Vs 14 a 17

De dia, vagueiam “inocentes” e marcam objetivos noturnos; sua oposição à luz se verifica por agirem sempre no domínio das trevas. O simples carecer ocultarem os feitos é a admissão que são maus; entretanto, mesmo sabedores disso, não deixam de os praticarem. A luz, usam como seus disfarces de pessoas honestas, sob ela desfilam a mais absoluta “normalidade”; mas, cedeu essa, espaço à noite, rapaces noturnos saem de seus covis predando bens alheios conforme seu hábito.

Desse modo, mesmo os que não ouviram expressamente ensinos sobre a Lei de Deus, mostram em suas consciências que os reprovam, o testemunho que escolheram agir mal, traindo a própria centelha interior, onde Deus tentou imprimir Sua Vontade. “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas, os que praticam hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo lei, para si mesmos são lei; os quais, mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência, seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.” Rom 2;13 a 16

Assim, ante à reprovação da consciência, invés de deixarem as obras más, seguem praticando-as, porém, em segredo. Não por menos, Paulo lembrou que Deus julgará os “segredos dos homens”. Pois, as coisas boas, todos praticam à luz sem pejo nenhum, afinal, o “risco” é aprovação de quem vê, diverso das más. O Fruto do Espírito, a prática das obras contra as quais, “não há lei”, não carece julgamento, exceto, para fins de galardão, uma vez que tais obras passaram pelo crivo da luz, sem censura.

Tanto quanto, pouco vale uma placa sinalizando que determinada via é contramão, para quem não obedece às leis de trânsito, valem as advertências da luz, para quem escolheu como habitat, o império das trevas. A Luz Espiritual é muito mais que possibilidade de ver; antes, um desafio a andar. Fazendo isso, e somente fazendo isso, a eficácia do Feito de Jesus Cristo incide sobre nós. “Esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;5 a 7

O reflexo horizontal é a comunhão fraterna; o vertical, regeneração segundo Deus. Porém, assim como os “animais noturnos” de Jó transitavam inocentes durante o dia, os da noite espiritual bem podem parecer cristãos em sua profissão, fazer menção de belos textos como filhos da luz. Mas, nossos feitos ocultos serão claros por ocasião do juízo, aí, o “cenário” sairá de cena, e se verá o “Making off” de nossas vidas.

Intuição espiritual me desaconselha às más obras, antes de as praticar; consciência censura, depois que as pratico; hipocrisia pode disfarçá-las em consórcio com as trevas, ou, o arrependimento conduzir-me a Deus, mediante confissão, trazendo-as à Luz. Dessa atitude depende minha vida, minha prosperidade espiritual. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas, o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Enfim, andar na Luz não equivale a ser perfeito, antes, assumir, lutar contra imperfeições. Evadir-se a isso por muito tempo cauteriza a consciência, perde-se a noção. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19


O que precisa ser escondido, espiritualmente falando, já está julgado. “Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, antes, condenai-as. Porque o que eles fazem oculto até dizê-lo é torpe. Mas, todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.” Ef 5;11 a 13 Não sem razão, a primeira fala de Deus na Bíblia é: “Haja Luz”!

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