domingo, 3 de abril de 2016

O Reconhecimento de Deus

“Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

À advertência de não colocarmos nosso próprio entendimento acima do Divino, somo desafiados a reconhecermos O Senhor em todos os nossos caminhos. Mas, o que devemos entender por, reconhecer?

Reconhecer= Latim, Recognoscere; “Tomar conhecimento, trazer à mente outra vez, certificar.” Simplificando, conhecer de novo, algo.

Porém, restaria a questão: Por que necessitamos conhecer duas vezes, no caso, O Senhor? Porque a primeira etapa é puramente conceitual, teórica; na segunda, o reconhecimento há de moldar nossas ações, ou, a falta dele, plasmar a hipocrisia. Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos. (Einstein)

Em linhas gerais os ensinos dos Fariseus eram bons. Se poderia dizer que conheciam a Deus; todavia, isso se dava meramente no prisma teórico. O Salvador disse: “Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as, fazei-as; mas, não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; pois, atam fardos pesados, difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;” Mat 23;2 a 4   Sintetizando, se pode dizer que eles conheciam a Deus, mas, não O reconheciam.

O mesmo texto Bíblico que, eventualmente, um pregador reparte com seus ouvintes desde um púlpito, voltará a ele em breve nos embates práticos da vida, onde será instado a reconhecer o que já conhece. Suponhamos que tenha pregado contra a mentira: “Ficarão de fora os mentirosos...” E, ao chegar em casa, uma situação constrangedora qualquer acene que é “melhor” omitir algum tropeço da esposa, inda que leve, para evitar barulho, o que fará? Lembrará do que falou sobre a mentira, e será desafiado pelo Espírito Santo a reconhecer Deus, como Senhor de Sua vida. Terá algum descontentamento eventual ao assumir seu erro, mas, a higidez espiritual e relacional será preservada.

Isso não é “privilégio” de pregadores, tomo esse exemplo, pois, muitas vezes ocorreu comigo de ser corrigido pelas mesmas coisas que ensinei; mas, se dá com qualquer um que conhece os preceitos Divinos.

Acontece que a Palavra de Deus meramente conceitual, pode ser doce; mas, se ousarmos colocá-la em prática, o amargor de subjugar nossa natureza rebelde aparecerá. João ilustrou: “fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. Ele disse-me: Toma-o, come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas, na tua boca será doce como mel.” Apoc 10;9

As redes sociais, por exemplo, são arena da sabedoria virtual, conceitual, meramente. Qualquer um, a despeito dos valores que adote em seu viver, bem pode “colar” frases de profundo saber, tanto filosófico, quanto, espiritual. Assim, o que disseminamos, compartilhamos, espalhamos “na nuvem” conta o que conhecemos; o nosso dia a dia com os de nosso convívio, o que, reconhecemos. “Na prática a teoria é outra”. (Joelmir Beting)

Um aspecto muito importante no reconhecimento da Soberania do Senhor é a oração. Confessando erros, buscando perdão, ou, luz, antes de decisões importantes. Kierkergaard dizia que a oração não tem como alvo influenciar a Deus, antes, aperfeiçoar o caráter de quem ora; e, concordo com ele. Deus sabe o que necessitamos antes de pedirmos, ensina a Bíblia, todavia, nos exorta a que oremos sem cessar. Assim, se a oração logra aperfeiçoar minha alma na humildade e dependência do Santo, sua eficácia é imediata, ainda que, eventual resposta demore.

Se, o reconhecimento de Deus aperfeiçoa minhas veredas, quando oro estou sendo aperfeiçoado.

O Salvador desafiou seus ouvintes a permanecerem em Suas Palavras, para conhecerem à Verdade. Isso não é outra coisa, senão, tomá-las como parâmetro na hora de agir. Ele mesmo na Parábola do Semeador ilustrou como sementes sobre pedras, sem possibilidade de aprofundar raízes e suportar ao sol, os que, alegremente conhecem Sua mensagem num primeiro momento, e a não reconhecem quando necessário, na hora da tentação.

Oséias exortara ao conhecimento de Deus secundado por mais, algo como, não desistir da escolha na hora prática, disse: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; sua saída, como a alva, é certa;” Os 6;3

Em suma, o conhecimento que não melhora meus caminhos, não aperfeiçoa meu caráter, resulta como nuvens que não trazem chuva; ainda que possam plasmar belas figuras no céu, serão inócuas no ponto de vista prático.


Ademais, aquele que não reconhece a Deus, acaba endeusando suas próprias opiniões, que, se “úteis” na calmaria, na hora do perigo serão vãs. “Então clamarão a mim, mas, não responderei; de madrugada me buscarão, porém, não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor. Prov 1;28 e 29

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