“Tornou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa
destas palavras.” Jo 10;19
Embora para muitos o sonho de Deus seja a união dos povos,
sobretudo, os ditos cristãos, em momento algum a Palavra de Deus menciona tal
alvo. Antes, na Oração Sacerdotal, nosso Sumo Sacerdote orou pela unidade dos
salvos. Isso equivale à coesão dos que creem e obedecem ao Senhor, não uma
mescla de diversos, no estilo de um mosaico.
No texto acima vemos que as Palavras de Jesus causavam
divisão. Por quê? Porque seus ouvintes formavam uma dualidade, crentes e
incrédulos, invés de uma unidade. Os primeiros O reconheciam, os demais, atribuíam
seus poderes a outra fonte. “Muitos deles diziam: Tem demônio, está fora de si;
por que o ouvis? Diziam outros: Estas palavras não são de endemoninhado. Pode,
porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?” Vs 20 e 21
O Salvador advertiu que Sua entrada à humanidade ensejaria
mesmo, conflitos, invés de união; ouçamos: “Não cuideis que vim trazer a paz à
terra; não vim trazer paz, mas, espada; porque eu vim pôr em dissensão o homem
contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; assim, os
inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama pai ou a mãe mais do que a
mim, não é digno de mim; quem ama filho ou filha mais do que a mim, não é digno
de mim. Quem não toma a sua cruz, e segue após mim, não é digno de mim.” Mat
10;34 a 38
Usou uma forma ampliada de reiterar o mandamento de amar a
Deus sobre todas as coisas, inclusive, sobre nossos familiares.
Assim, gostando nós, ou não, não existe neutralidade espiritual;
estamos com Deus, ou, contra ele. A melhor maneira de aquilatarmos de que lado
estamos, é nossa reação à Sua Palavra. Ela sempre nos desnuda, sejamos
convertidos ou, não.
O crente, corrigido se arrepende, muda de postura,
recomeça; os demais, revoltam-se, descreem, acusam os mensageiros pela
seriedade da mensagem, quiçá, como aqueles acima, atribuem ao inimigo eventuais
atos de Deus mediante Seus Servos.
A própria Palavra
apregoa Sua eficácia: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais
penetrante do que espada alguma de dois gumes, penetra até à divisão da alma e
do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir pensamentos, intenções do
coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas
estão nuas, patentes, aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;12 e
13
Na verdade, nesse vasto “campo de nudismo” moral que
estamos inseridos, as pessoas não se importam de estarem nuas, desde que, todos
estejam “trajados a rigor”.
Entretanto, se ousar entrar no meio um que esteja
revestido de Cristo, presto causará divisões; sua postura “não alinhada” destoará
do lugar comum. É bem idoso o conflito entre agradar a Deus, ou, aos homens.
Paulo, o apóstolo causou uma revolução quando atuou na
cidade de Corinto. Porém, missionário que era, foi adiante. Em dado momento
ficou sabendo que os crentes de lá estavam capitulando às pressões de
familiares incrédulos, de modo que sua fé, tão vistosa no início, estava sendo
mantida a “boca pequena”, como se fosse motivo de constrangimento, invés de
alegria.
Ao saber disso apressou-se a dizer-se inocente do “estreitamento”
então, vigente; “Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, nosso coração
está dilatado. Não estais estreitados em nós; mas, estais estreitados nos
vossos próprios afetos.” II Cor 6;11 e 12 Noutras palavras: Eu falo de vossa fé
com alegria, coração dilatado; se estais estreitos nisso, é por dardes ouvidos
a ímpios, o que não deveis.
Aliás, o preceito foi uma divisão cabal, com todas as
letras e detalhes necessários. “Não vos prendais a um jugo desigual com os
infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão
tem a luz com as trevas?
Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o
fiel com o infiel?
Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque
vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles
andarei; serei o seu Deus e eles serão meu povo. Por isso saí do meio deles,
apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, eu vos receberei; serei
para vós Pai, vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.”
Vs 14 a 18
Que os indigentes espirituais que nos acusam de fanatismo
religioso prestem atenção: Nosso tribunal de apelação argumentativo é A Palavra
de Deus, não uma religião, que pode ser mera invenção humana. Aliás, tais
acusações são já, parte da divisão necessária, reflexo das escolhas de cada um.
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