“Jacó fugiu para o campo da Síria, Israel serviu por uma
mulher, por uma mulher guardou o gado. Mas, o Senhor por meio de um profeta fez
subir a Israel do Egito, e por um profeta foi ele guardado.” Os 12;12 e 13
O que dois versos tão “antagônicos” fazem lado a lado no
livro de Oseias? Ou, o que tem a ver o pacto de Jacó com Labão, onde se dispôs
a guardar o gato sete anos, como dote por sua amada, com o Êxodo de Israel mediante
a liderança do Profeta Moisés? Bem, o contexto sugere que há similitude,
semelhança, invés de antagonismo entre os dois fatos, vejamos: “Falei aos
profetas, multipliquei a visão; pelo ministério dos profetas propus símiles.”
Vs 10
Acontece que, tanto o sentimento que motivou Jacó ao trabalho,
quanto, Deus, a libertar Seu povo, foi o amor. Mediante o mesmo Oseias, O
Eterno considerara a nação como Sua esposa, posto que, infiel. “Contendei com
vossa mãe, contendei, porque ela não é minha mulher, eu não sou seu marido;
desvie ela as suas prostituições da sua vista e os seus adultérios de entre os
seus seios.” Cap 2;2 Estava repudiando-a, como marido traído a uma esposa
adúltera. “Por causa da dureza de vossos corações Moisés permitiu dar carta de
divórcio, mas, no princípio não foi assim”, Diria O Salvador mais tarde,
justificando o repúdio em face à infidelidade.
Tanto quanto, o amor fizera Jacó guardar os rebanhos de
seu sogro, o mesmo sentimento fizera O Senhor conduzir seu povo pelo deserto, Seu
rebanho escolhido. Contudo, Jacó teve mais sorte, pois, ao que consta não foi
traído por sua amada, Raquel; ainda que sua concubina tenha deitado com Ruben, e,
seu sogro o tenha enganado dando a noiva errada, forçando-o a mais sete anos de
serviço pela que amava.
O Santo chegou a falar saudoso da “lua de mel” onde teve
certo regozijo com Sua amada. “Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, do
amor do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se
semeava. Então Israel era santidade para o Senhor, as primícias da sua
novidade; todos que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles,
diz o Senhor. Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de Jacó, todas as famílias da
casa de Israel; assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim,
para se afastarem, indo após a vaidade, tornando-se levianos?” Jr 2;2 a 5
Parece que, consideraria razoável o abandono de Sua
esposa, caso ela tivesse encontrado injustiça Nele; de modo que, desafiou-a a
demonstrar isso.
Jacó, o enganador, que mentira a seu pai cego, se fizera
passar pelo irmão Esaú, para herdar a bênção da primogenitura, esse, merecia
ser enganado, como foi, recebendo Lia em lugar de Raquel, que amava. Ele não
poderia desafiar ninguém a apontar suas injustiças, pois, sua própria
trajetória o fazia. Mas, Deus?
O Patriarca esperando uma noiva recebera outra; O Eterno,
desejando certa postura de Sua amada, deparou-se com algo indesejável. Mediante
Isaías, ilustrou a nação como uma vinha, invés de esposa; a decepção, o adultério,
como frutos degenerados. "Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não
tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?
Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel; os homens de Judá são
a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão;
justiça, eis aqui clamor.” Is 5;4 e 7
Assim, se um marido romântico usa flores, bombons ou
outros mimos similares quando quer realçar seu amor, para Deus, os melhore “mimos”
que podemos oferecer é a prática da justiça.
A Igreja, os filhos do Novo Pacto são chamados, Noiva de
Cristo; de uma noiva se espera pureza, não infidelidade; “Porque estou zeloso
de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como
uma virgem pura a um marido, a saber, Cristo.” II Cor 11;2
Não que seja possível nos mantermos “virgens” no sentido
de não pecarmos, mas, de nos “lavarmos” mediante arrependimento e confissão,
sempre que isso acontecer.
Então, embora alguns tenham uma imagem distorcida do
Eterno, como se fosse um Tirano, Castigador irado, é Seu amor que O move, tanto
que trabalha ainda, para resgatar o que for possível.
Do Seu amor, Cristo disse: “Ninguém tem maior amor que
esse: Dar sua vida pelos seus amigos.” Jo 15; 13, e do Amor do Pai, dissera: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas, tenha vida eterna.” Jo 3; 16
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