sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Soltando os bichos

Pergunta que circula na rede: “Como seria a Terra se a humanidade desaparecesse?” As respostas vão do escárnio ao espirituoso, do pretenso lógico, ao deboche. Mesmo eu, comemorei o fim do carnaval, BBB, PT, Faustão, João Kleber, Funk, “Esquenta”, enfim, tantas coisas seriam melhores...

Mas, falando sério, ocorre uma questão, de Voltaire, acho: “Devemos conhecer os homens por suas respostas, ou, por suas perguntas”? Outrem desenvolveu que, mais importante que repostas certas, seria fazer as perguntas certas.

Assim, como, malgrado os sete bilhões de intentos a humanidade insiste em não estrear, me ocorre pensar, como seria se, finalmente, decidisse aparecer?

O que vemos, infelizmente, são meras chispas contrapondo-se ao escuro, animalesco, como pirilampos à noite.

Uma raça autofágica, auto predadora, que, mesmo constituída com possibilidades nobres, amolda-se às ações mesquinhas.
Que outra espécie jogaria filhotes recém nascidos em lixeiras como o “homo animalescus?” Mataria ainda no ventre suas crias por considerá-las um atrapalho aos seus projetos?

Nas grandes tragédias, como furacões, enchentes, terremotos, tsunamis, o aspecto humanitário assoma; a dor do próximo ainda logra evidenciar o fio que imbrica a espécie. A sorte alheia nos comove e conseguimos mediante certa empatia abrir mão de algo, em prol de quem foi atingido.

Entretanto, mesmo aí, surgem animais, lobos, chacais, e no curso entre doador e destinatário, muitas digitais humanas são apagadas pelos predadores.

99% de nosso tempo usamos pra competir; lançarmos nossa lenha na fogueira das vaidades. Siliconamos, peitos, bundas, discursos; “bombamos” músculos, alugamos cérebros para parecermos o que não somos; ganharmos uns pontinhos nessa “competição”.

Cada um brande suas paixões como estandartes; nem nos importamos em receber flores de plástico, se, parecem vistosas.

Os canhões da imprensa são municiados pelas línguas corruptas, que matam nos hospitais, trânsito, assaltos; as mesmas armas ainda são oferecidas, para que, assassinos de carne e sangue, forjem “álibis” também, de plástico.

Mesmo o excelso Nome de Deus, é usado por assassinos de esperança, manipuladores de carências a adubar a credulidade ingênua.

O projeto de Deus para nós era sublime; digo, era, pois, foi deturpado. “Que é o homem mortal para que te lembres dele? O filho do homem, para que o visites? Pouco menor o fizeste do que os anjos, de glória e honra  coroaste. Fazes com que tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.” Sal 8;4 a 6

Então, onde “entrou areia na máquina” e, o que fora criado um pouco menor que os anjos, paulatinamente se tornou muito menor que os animais? “O seu pensamento interior é que suas casas serão perpétuas, suas habitações de geração em geração; dão às suas terras seus próprios nomes. Todavia o homem que está em honra não permanece; antes é como os animais, que perecem. Este caminho deles é sua loucura...” Sal 49; 11 a 13

Salomão diz mais: “Disse no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que pudessem ver que são em si mesmos como animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, também sucede aos animais, a mesma coisa; como morre um, assim, morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.” Ecl 3;18 e 19

Sócrates, o filósofo, ilustrou ao homem como sendo um invólucro de pele, contendo uma besta policéfala, ( de muitas cabeças ) e, no alto, um homenzinho pequeno, impotente. Segundo explicou, a besta são os maus instintos que determinam o comportamento do bicho; o homenzinho impotente é a razão, que, mesmo sabendo quais as melhores escolhas, fraqueja ao império das piores, das, animalescas.

Pois bem, de carona na figura posta, podemos dizer que o “Novo nascimento” em Cristo, consegue equilíbrio de forças entre o novo homem e os maus instintos; pelo Espírito Santo que o anima desde a conversão, pode voltar a agir como quando era “um pouco menor que os anjos”.

Pois, embora se diga por aí, “também sou filho de Deus” isso, demanda agir de um modo que o homem animal não consegue; carece poder especial, então, Cristo, “A todos que o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus.” Jo 1;12

Entenda-se, porém, não estou defendendo o humanismo em si, antes, o homem regenerado, “Imagem e semelhança” de Deus. Pois, o homem em si mesmo, por polido que possa parecer, ainda será mero animal, posto, que, domesticado.

A Humanidade segundo O “Manual” adota em seu agir, valores do Criador. Assim, se a Humanidade aparecesse deveras, seria um imenso espelho onde veríamos a bela face de Deus.

Entretanto, desde Adão, tivemos medo e nos escondemos... nossos bichos são mais corajosos que nós. “Adão, onde estás”?

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