quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O Menino Jesus no meio dos seguidores

“... passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, interrogando-os. Todos que o ouviam admiravam sua inteligência e respostas... Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” Luc 2; 46, 47 e 49

O que faria um menino de doze anos, desgarrado dos pais? Podemos imaginar várias coisas, sobretudo, hoje, quando a autoridade paterna parece contar tão pouco. A consciência da dupla natureza só eclode em nós após a conversão, tenhamos a idade que tivermos. Isso era claro para Jesus desde então; de modo que as inquietações do Pai Espiritual já chamavam sua atenção.

O senhor ensinou o “novo Nascimento”; na Epístola aos Hebreus temos nuances das implicações; “Se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos. Pois, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigir, e os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais, ao Pai dos espíritos, para vivermos? Aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; Este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.” Heb 12;8 a 10

Se, todo menino soubesse a que veio nessa vida, certamente poderia direcionar esforços, preparar-se desde cedo pra a missão. Entretanto, temos uma sociedade apodrecida em valores, conceitos, de modo que, um “menino” com 18 anos menos um dia, é quase inimputável, cometa os crimes que cometer.

O Sinédrio, uma espécie de tribunal Civil e Religioso em Israel, fundia-se ao próprio templo, de modo que, falar com os Doutores da Lei, equivalia a falar com o Poder Judiciário Nacional. Embora, com maioria de Fariseus, tinha Saduceus, Escribas.

As perguntas e respostas do Menino não estão registradas, apenas, que Sua inteligência causava admiração aos Doutores da Lei. Outro “texto” que nos escapa é o quê, O Salvador escreveu no chão, por ocasião do “julgamento” da mulher adúltera.

Todavia, se de algo se podia acusar O Mestre, era sua monótona coerência; sempre dizia as mesmas coisas. Sua interpretação espiritual da Lei excedia muito ao trato dos Escribas e Fariseus.

Quando foi questionado acerca de seus ensinos defendeu-se dizendo que sua doutrina era de domínio público; sempre ensinara abertamente, nada havia oculto.

Então, é lícito inferir que alguém com tal coerência, mesmo aos doze anos, já contestara entre os Rabis, a superficialidade da interpretação literal, sonegando o Espírito da Lei. O ponto de minha análise é, que, contestando os Doutores com doze anos causou admiração; com trinta, fazendo as mesmas coisas, causava inveja, ódio. Por quê?

Porque, amiúde, não temos problemas com a verdade quando nos parece lúdica, inocente, inofensiva; assusta quando vira uma ameaça. Por exemplo, nosso “mais honesto dos homens,” Lula, há vídeos dele, mais de um, confessando e rindo que é mentiroso, sua verdade; agora, tudo faz para evitar depor, onde será instado a falar a verdade sob juramento.

Assim, ninguém tem problemas com o “Menino Jesus”, basta ver as comilanças, bebedeiras, luzes, foguetórios do “Natal”. Contudo, O Senhor, Sua Palavra, Cruz, que é memorizado na “Semana Santa”, Esse assusta, responsabiliza, não é tão festejado assim.

Meu foco, porém, não é a inocência do Menino Jesus em Si; antes, a manutenção Dele, Menino, em nós. Nossa meninice espiritual, nossa síndrome de Peter Pan, nosso medo de crescer. Será que a causa é a mesma, fugir à responsabilidade?

Pedro fala aos meninos: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Pedr 2; 2

Denunciando a futilidade dos dons sem amor, Paulo atribui tal “percepção” aos meninos; “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13; 11

Noutra parte ensina que nosso Alvo é maior que meros meninos, diz: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo...” Ef 4; 13

Afinal, se dos “pequeninos é o Reino do Céus,” isso refere-se à humildade, não, ignorância, estupidez. “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento.” I Cor 14; 20

Em suma, se nosso “cristianismo” aufere só admiração dos ímpios, somos meninos; crescidos, nosso testemunho há de os desafiar de modo tal, que nos vejam como ameaça. Isso sendo a salvação, o escopo; se, for o ministério, maior a seriedade.


Os hebreus que foram encontrados infantes após muitos anos de fé foram repreendidos por isso; não seja nosso caso, cresçamos! “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus...” Heb 5;12

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