“Então falou o
copeiro-mor a Faraó: Das minhas ofensas me lembro hoje... Estava conosco um
jovem hebreu, servo do capitão da guarda; contamos-lhe nossos sonhos e ele
interpretou... como ele nos interpretou, aconteceu; a mim me foi restituído o
cargo; ele foi enforcado.” Gên 41; 9, 12 e 13
O contexto era a necessidade de um homem hábil para
interpretar sonhos, na corte de Faraó. Verificada a ausência, o copeiro
lembrou, enfim, de José.
Não me aterei à sua saga, por ora, antes, a uma faceta
especial que dela assoma: Que, quando Deus quer exaltar algo, ou, alguém, o
torna necessário. Era Seu plano fazer assim com José. Igualmente, com Mardoqueu,
no Reino de Assuero; Deus o fez necessário para descobrir uma conspiração
contra o Rei, para exaltá-lo oportunamente. Ver, livro de Ester.
Durante o ministério de Elias, Israel estava tomada pelo
baalismo; culto a Baal, do qual diziam vir a fertilidade, as chuvas. Então, o
profeta do Senhor disse em Seu Nome, que chuva não mais haveria, senão, segundo
Sua Palavra. A seca durou três anos e meio.
Deus não estava tentando demonstrar o valor da água, coisa
que todos sabem, mas, que Baal não passava de um fantoche humano, e Ele,
apenas, é Deus, que preside sobre tudo o que criou. A carência era de luz,
quanto a isso; o santo os entregou às trevas, para que soubessem valorizá-la.
Se, O Eterno domina a essência das coisas, seu valor em
si, o mesmo não se dá conosco. Nossa insipiência nos faz tributários de certo
utilitarismo, para, enfim, detectarmos o ser. “A necessidade determina o valor”,
como dizia Platão. Sendo assim, o Pai carece desse doída didática, para abrir
nossos olhos.
Proferindo Suas bênçãos no Sermão do Monte, O Salvador,
entre outras coisas, disse: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça;
porque eles serão fartos.” Ora, fome e sede, outra coisa não são, senão, duras
necessidades.
Se, meu raciocínio procede, Deus permite grandes
injustiças, para potencializar o valor excelso da justiça. Aliás, não é essa
afirmação uma foto vívida do Calvário? Da maior de todas as injustiças, o
testemunho da Majestosa Justiça Divina? “A verdade brotará da terra, e a
justiça olhará desde os céus.” Sal 85;
11
Embora alguns papagaios repitam alhures que religião e
política não se discute, Deus promete abençoar toda uma nação, onde Seu povo se
portar com fidelidade. Ainda que minoritário esse plantel, transmitiria suas
bênçãos aos infiéis, como diz em Jó. “livrará até ao que não é inocente; porque
será libertado pela pureza das tuas mãos.” Jó 22 ; 30
Entretanto, onde a verdade não é abraçada com amor, invés
do mesquinho interesse, Deus permite que essa falte, para que, quem sabe, alguns
aprendam seu valor.
Paulo ensina que o desprezo à verdade conduzirá, enfim, a
humanidade ao domínio do expoente mor da injustiça: “A esse cuja vinda é
segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira,
com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor
da verdade para se salvarem. Por isso, Deus lhes enviará a operação do erro,
para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na
verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2; 9 a 12
Onde quero chegar, enfim? À vergonhosa conclusão que a
humilhante situação que se encontra nosso país é por nossa culpa, da igreja,
digo.
Invés de uma geração de santos, cujas virtudes cobririam
até certas faltas alheias, via intercessão, temos um amontoado de mercenários,
cujo “Sal” tem sido tempero fácil de
escarnecedores e humoristas.
É uma horda de “artistas góspeis” que fazem “shows” com
onerosos cachês, invés de humildes adoradores. Um fogueira de vaidades para ver
quem tem o templo mais pomposo, como se fosse esse o alvo, não os Templos do
Espírito, as almas.
Então, se podemos, no âmbito da igreja, cultuarmos a
safadeza, a mesquinhez, os interesses vis invés da santidade, verdade, do amor,
por quê, não pode, O Soberano, fazer com que sejamos, na política, governados
pelos mesmo “valores” que esposamos em nosso “cristianismo”?
A maioria dos que se dizem cristãos, sequer, autoridade
moral têm, para criticar aos grandes corruptos da vez; pois, o são também.
Autoridade moral, espiritual, é um perfume fino que não se deposita em
recipientes sujos.
Temo que, a faceta mais dolorosa do Juízo Divino, ainda
não incidiu sobre nós, a coisa vai piorar. Não que os corruptos sejam
inocentes; são o deserto de justiça que temos feito por merecer.
Como a carne
sem sal apodrece, uma nação sem os valores de Deus. E faz tempo que a “igreja”
escolheu outros valore$...
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