“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos
laços da morte.” Prov 13; 14
Muito se
falou sobre o quê, seria o sentido da vida, seu propósito. Nuances, facetas,
peripécias, todos identificam, mas, o sentido é peixe de águas profundas.
O texto
supra, do mais sábio dos homens, apresenta-a como alvo de caça pela morte, o
quê, choca-se com a concepção vulgar que a morte é inevitável e o negócio é “curtir
a vida”. Na verdade essa “curtição” cantada em prosa e verso é só uma veste que
tenta disfarçar o medo da morte.
Falando do
Feito de Cristo a Bíblia diz que foi para que, “livrasse todos os que, com medo
da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2; 15 Não apesenta
ninguém “curtindo” estritamente, antes, mediante servidão ao pecado, o que
lograram foi a tentativa inglória de fugir da morte, ou, disfarçar o medo dela.
Dadas as
paixões carnais, tendemos a imediatizar tudo, como se a vida se restringisse ao
tempo do corpo. Imaginemos uma prova onde concorrem toda sorte de perigos, ameaças;
provandos são soltos numa selva de predadores mortais, dos quais, apenas um
guia extremamente sábio e corajoso conhece os hábitos e possíveis livramentos;
quem sair vivo do outro lado receberá como recompensa, eternidade, plenitude da
vida. Nesse caso, enquanto no campo de prova, o mais importante é a preservação
da vida, que o desfrute do prazer; o alvo mais urgente.
Que propósito
teria encontrar o sentido depois de ter perdido a vida nas garras das feras
assassinas? Certa vez, eu morava junto com minha irmã, meu sobrinho e eu tínhamos
uma chave apenas, de modo que, deixávamos em determinado lugar previamente
combinado, quando saíamos, para que, quem voltasse primeiro, pudesse entrar.
Voltando, um dia, fui ao esconderijo, peguei a chave e entrei; deparei com um
bilhete que ele escrevera e colocara pra dentro por debaixo da porta; dizia: “Tio,
a chave está debaixo do tanque, no lugar de sempre.” Comecei a rir sozinho feito
bobo.
Primeiro, não
precisava escrever nada, tínhamos combinado; contudo, se eu precisasse tal
informação, que adiantaria tê-la do lado de dentro, após ter aberto a porta,
quando não servia mais?
Isso
tipifica, infelizmente, muitos que, agora, na perdição, sabem que Deus é Real,
a Bíblia, verdadeira, a vida é um patrimônio eterno a ser guardado com zelo,
porém, para esses, o tempo passou; descuidados perderam as muitas chances; a “chave”
não lhes serve mais. Saber isso em nada ajuda, antes, aumenta o tormento.
A Palavra de
Deus apresenta O Salvador como Único Guia confiável, capaz de conduzir os Seus
em meio a um cenário ameaçador; tirá-los do outro lado do seu tempo, ainda, com
vida. Diz que Ele “fez um curso” reduzido às nossas limitações, para vencer por
Nós, e agora, se dispõe a vencer “em nós”. “E, visto como os filhos participam
da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela
morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;” Heb 2; 14
Identificou-se
com nossas fraquezas, em Si, para melhor socorrer-nos quando do assédio delas,
em nós. “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer
aos que são tentados.” Heb 2; 18
Aos Seus
ensinos, pois, alude profeticamente Salomão, colocando-os como antídoto eficaz
à morte. “A doutrina do sábio é uma
fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13; 14 Contudo, nada vale
a existência de uma fonte pura, caso o sedento recuse a beber, ou, anseie por fontes
alternativas, pouco importando-se com as consequências e vírus mortais que nelas
exista.
Invés de uma
espécie “evoluída” como advogam certos “cientistas”, a Bíblia nos adjetiva como
caídos, de origem Divina, cujo tempo terreno é a “prova” onde somos instados a
reencontrarmos a casa Paterna.
Em suma,
nossa vida natural está inserida numa redoma de tempo e espaço, cujo alvo é
buscar a Deus, Fonte e Sentido, da Vida. Aos filósofos que se ocupavam disso
desde priscas eras, Paulo foi didático: “E de um só sangue fez toda a geração
dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já
dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor,
se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um
de nós;” Atos 17; 26 e 27
O fato que
Deus determinou tempos e limites, não significa que cada um morre no “tempo de
Deus”; arbitrários que somos, nossas escolhas podem abreviar o tempo; por isso,
a Salvação sempre é posta como urgente. “...Hoje, se ouvirdes sua voz, não
endureçais vossos corações...” Heb 3; 15
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