sábado, 19 de dezembro de 2015

A chave; o sentido da vida

“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13; 14

Muito se falou sobre o quê, seria o sentido da vida, seu propósito. Nuances, facetas, peripécias, todos identificam, mas, o sentido é peixe de águas profundas.

O texto supra, do mais sábio dos homens, apresenta-a como alvo de caça pela morte, o quê, choca-se com a concepção vulgar que a morte é inevitável e o negócio é “curtir a vida”. Na verdade essa “curtição” cantada em prosa e verso é só uma veste que tenta disfarçar o medo da morte.

Falando do Feito de Cristo a Bíblia diz que foi para que, “livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2; 15 Não apesenta ninguém “curtindo” estritamente, antes, mediante servidão ao pecado, o que lograram foi a tentativa inglória de fugir da morte, ou, disfarçar o medo dela.

Dadas as paixões carnais, tendemos a imediatizar tudo, como se a vida se restringisse ao tempo do corpo. Imaginemos uma prova onde concorrem toda sorte de perigos, ameaças; provandos são soltos numa selva de predadores mortais, dos quais, apenas um guia extremamente sábio e corajoso conhece os hábitos e possíveis livramentos; quem sair vivo do outro lado receberá como recompensa, eternidade, plenitude da vida. Nesse caso, enquanto no campo de prova, o mais importante é a preservação da vida, que o desfrute do prazer; o alvo mais urgente.

Que propósito teria encontrar o sentido depois de ter perdido a vida nas garras das feras assassinas? Certa vez, eu morava junto com minha irmã, meu sobrinho e eu tínhamos uma chave apenas, de modo que, deixávamos em determinado lugar previamente combinado, quando saíamos, para que, quem voltasse primeiro, pudesse entrar. Voltando, um dia, fui ao esconderijo, peguei a chave e entrei; deparei com um bilhete que ele escrevera e colocara pra dentro por debaixo da porta; dizia: “Tio, a chave está debaixo do tanque, no lugar de sempre.” Comecei a rir sozinho feito bobo.

Primeiro, não precisava escrever nada, tínhamos combinado; contudo, se eu precisasse tal informação, que adiantaria tê-la do lado de dentro, após ter aberto a porta, quando não servia mais?

Isso tipifica, infelizmente, muitos que, agora, na perdição, sabem que Deus é Real, a Bíblia, verdadeira, a vida é um patrimônio eterno a ser guardado com zelo, porém, para esses, o tempo passou; descuidados perderam as muitas chances; a “chave” não lhes serve mais. Saber isso em nada ajuda, antes, aumenta o tormento.

A Palavra de Deus apresenta O Salvador como Único Guia confiável, capaz de conduzir os Seus em meio a um cenário ameaçador; tirá-los do outro lado do seu tempo, ainda, com vida. Diz que Ele “fez um curso” reduzido às nossas limitações, para vencer por Nós, e agora, se dispõe a vencer “em nós”. “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;” Heb 2; 14

Identificou-se com nossas fraquezas, em Si, para melhor socorrer-nos quando do assédio delas, em nós. “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” Heb 2; 18

Aos Seus ensinos, pois, alude profeticamente Salomão, colocando-os como antídoto eficaz à morte. “A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13; 14 Contudo, nada vale a existência de uma fonte pura, caso o sedento recuse a beber, ou, anseie por fontes alternativas, pouco importando-se com as consequências e vírus mortais que nelas exista.

Invés de uma espécie “evoluída” como advogam certos “cientistas”, a Bíblia nos adjetiva como caídos, de origem Divina, cujo tempo terreno é a “prova” onde somos instados a reencontrarmos a casa Paterna.

Em suma, nossa vida natural está inserida numa redoma de tempo e espaço, cujo alvo é buscar a Deus, Fonte e Sentido, da Vida. Aos filósofos que se ocupavam disso desde priscas eras, Paulo foi didático: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 26 e 27


O fato que Deus determinou tempos e limites, não significa que cada um morre no “tempo de Deus”; arbitrários que somos, nossas escolhas podem abreviar o tempo; por isso, a Salvação sempre é posta como urgente. “...Hoje, se ouvirdes sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3; 15

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