“Que proveito
tem o trabalhador naquilo em que trabalha? Tenho visto o trabalho que Deus deu
aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.” Ecl 3; 9 e 10
Primeiro, o
sábio questiona o fim do trabalho; depois, predica-o como um exercício humano
aos olhos Divinos. Coisas que cabe considerar. Que proveito derivamos do
trabalho?
Infelizmente, a vasta maioria humana sente vero pavor a ele. Basta
ver as filas ante casas lotéricas para constatar quantos dentre nós devaneiam
coma vida fácil conquistada num golpe de sorte. É mui fácil “filosofar” sobre
seus frutos, bem como, a dignidade que ele envolve; contudo, viver essa visão,
plenamente é fruto de outro baraço.
Amiúde, ouço mais queixas de pessoas abastadas,
que das paupérrimas, sobre o “status quo”. Digo, os que têm muito temem perder;
os que labutam por mera sobrevivência satisfazem-se com bem pouco.
Olhando os salários
de certos artistas, atletas, pilotos, etc. a impressão que dá é que o trabalho
dos tais tem como alvo construir impérios na terra. Terão os tais, achado,
enfim, o proveito do trabalho?
O sábio pensava diverso; “Assim que tenho visto
que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é
a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?” v 22
Parece que as coisas que pode usufruir são sua porção; escapa-lhe ao olhar o
que será depois de sua vida.
Antes, dissera de modo bem explícito: “Já tenho
entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na
sua vida; também que todo o homem coma e beba, goze do bem de todo o seu
trabalho; isto é um dom de Deus.” S 12 e 13 As possibilidade de praticar o bem,
restrita à sua vida, bem como, o usufruto do trabalho.
Entretanto, embora se
ponha a amontoar riquezas que não poderá levar a lugar algum, isso não
justifica que outros decidam apropriar-se de seus bens à força; nossa
possibilidade de estupidez ou sabedoria são inegociáveis ante Deus. Ademais,
estamos tratando o tempo todo do substantivo, trabalho. Estritamente, das
abelhas, não dos zangões sociais que nada fazem e usufruem do labor alheio.
Visto
o fim do labor restaria apreciarmos o prisma do exercício Divino no qual somos
avaliados.
A parábola dos talentos realça a diligência, usarmos da melhor
maneira os nossos dons como alvo celeste. Contudo, a excelência nos resultados
não é algo a ser obtido sem a mesma qualidade ética, moral; vejamos sobre
empregadores desonestos: “Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as
vossas terras e por vós foi diminuído, clama; os clamores dos que ceifaram
entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos. Deliciosamente vivestes sobre a
terra, vos deleitastes; cevastes vossos corações, como num dia de matança. Condenastes
e matastes o justo; ele não vos resistiu.” Tg 5; 4 – 6
Agora, os trabalhadores:
“Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor,
na sinceridade de vosso coração, como a Cristo; não servindo à vista, como para
agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de
Deus; servindo de boa vontade como ao Senhor, não como aos homens.” Ef 6; 5 a 7
Assim, o trabalho se faz um campo de prova para nossos caracteres ante Deus.
Quantos atropelam valores, vilipendiam vidas amealhando riquezas que, absolutamente
não necessitam, tendo já o bastante para bem viver. Talvez visem deixar “bem”
aos filhos que sucederão na empresa.
Ocorre um provérbio chinês que diz: “Se
teus filhos forem bons, não carecem de sua herança; se, maus, não a merecem.”
Sendo isso vero, acredito que sim, a formação do bom caráter nos filhos é a
mais desejável das heranças, um trabalho a que todo pai deveria lançar mão,
sobretudo, com a infalível ferramenta do exemplo.
Na verdade é imprecisa a
afirmação que nada se leva dessa vida; nada, no prisma material. Entretanto, os
valores que nortearam nossos atos irão conosco sim; quer, como advogados de
defesa, quer, como promotores de justiça, acusando-nos. “E ouvi uma voz do céu,
que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no
Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, as suas
obras os seguem.” Apoc 14; 13
Se, é vero que não seremos julgados pelas
obras para fins de salvação, também o é que, as tais referendam nossa profissão
de fé, ou, não.
Ainda que seja na última hora do dia, pois, ouçamos o apelo do
Senhor da vinha; Ele é gracioso, abençoador; nos dará mais que merecemos, se,
nos alistamos na Obra Eterna do Mestre Jesus Cristo. Ele trabalha ainda, você é
o alvo.
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