“E vi aquele que me dizia: sai apressadamente de Jerusalém; porque não
receberão teu testemunho acerca de mim. Eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu
lançava na prisão e açoitava nas sinagogas os que criam em ti. E quando o
sangue de Estevão, tua testemunha, se derramava, também eu estava presente;
consentia na sua morte, guardava as capas dos que o matavam. E disse-me: Vai...”
Atos 22; 18 a 21
Temos nesse recorte o vacilante Paulo vivendo seus remorsos,
os motivos de sua rejeição, entre duas ordens do Senhor. “Sai depressa...
Vai...”
Essa nuance é comum a toda a espécie humana. O Eterno ordena a ação, o
homem propõe discussão. Ocorre-me um
fragmento de Platão onde ele identifica o ser, do filósofo. Um meio termo entre
o sábio e o tolo, disse. Pois, - concluiu - o tolo não pretende filosofar,
sente seguro com o que “sabe”; o sábio não precisa. Assim, a discussão, a busca
de setas que indiquem razões, caminhos é comum, em seres imperfeitos, jamais,
em Deus. Daí, que precisa ser obedecido, não contestado.
Vários profetas
discutiram com o Altíssimo, digo, opuseram motivos para se evadirem ao chamado.
Lembro Moisés, Jeremias, Isaías... A um faltava eloquência; a outro,
experiência; ao último, santidade. Com todos o Senhor foi categórico: Vai.
Quando Deus chama alguém, Onisciente que É conhece já as circunstâncias e as
limitações do tal. Mas, se, mesmo assim o faz, as consequências são
responsabilidade Dele.
Ademais, se quisesse fazer Sua obra com seres perfeitos teria feito outra escolha. “Porque, na verdade, ele
não tomou anjos, mas, tomou a
descendência de Abraão.” Heb 2; 16
Claro que se requer dos mensageiros do
Senhor que sejam pessoas idôneas, de bom testemunho. Entretanto, não esperem a
perfeição de frágeis, pecadores. Acontece
que, através desses fracos, Deus fala de Sua vontade, pois, ainda que pecadores, se esforçam por conhecer à Palavra de Deus, obedecer e ensinar retamente.
Aquele ( a ) que sai catando um motivo aqui, outro ali para rejeitar a um dos
tais, no fundo, apenas tergiversa, disfarça sua rejeição a uma ordem de Deus. Falo
dos ministros fiéis, não dos falsificadores da Palavra, óbvio. “Quem vos
recebe, a mim recebe; quem recebe a mim, recebe aquele que me
enviou. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de
profeta; quem recebe um justo na
qualidade de justo, receberá galardão de justo.” Mat 10; 40 e 41
Assim, muitos
que se propõem a discutir, acusar, caluniar eventuais mensageiros do Eterno, no
fundo, não passam de mascarados fugindo apavorados da cruz, e tentando
transferir a culpa de sua omissão.
Nos dias dos Juízes, Deus deu grande
livramento sob a liderança de Débora. Em seu canto exaltou a valentia de certas
tribos, denunciou a omissão de outras; sobre a tribo de Rúben disse algo interessante: “...nas divisões de Rúben foram grandes as resoluções do coração. Por
que ficaste tu entre os currais para ouvires os balidos dos rebanhos? Nas
divisões de Rúben tiveram grandes esquadrinhações do coração.” Jz 5; 15 e 16
Noutras palavras, a guerra comendo, vidas sendo arriscadas
para salvar a nação; os anciãos de Rúben divididos, discutindo se deveriam
mandar soldados ou não. A vitória veio sem sua ajuda, para vergonha dos tais.
Não é diferente agora. O inimigo com toda
sua artilharia bombardeia às casamatas da verdade, da decência, dos valores eternos;
de muitos, o máximo que se consegue é discussão, jamais, obediência, entrega,
submissão.
O nome, Débora significa abelha; de carona nessa figura podemos dizer que os servos fiéis laboram
quais abelhas, enquanto outros “servos”, os da discussão sem submissão não
passam de zangões inúteis para o labor.
Pior, quando se engajam em
desqualificar pregadores de Deus,
gostando ou não, alistam-se no exército do inimigo, pois, obrar tal feito é seu
prazer. Contudo, diga alguém tal verdade! Logo se ofenderão muito, pois, apesar
da sua oposição aberta, afirmam ser “servos de Deus”.
Contrarie o “Vai” Divino
aos seus anseios naturais perversos, porém, e logo mostram as garras ocultas
como fazem os gatos.
Em suma: A Obra de Deus não é pesquisa filosófica; um chamamento à
discussão. Antes, a “aspersão do Sangue de Cristo”, o anúncio de Sua Palavra é
o último apelo de amor Divino, enquanto retarda o Juízo. Um ultimato como a Ló em Sodoma; “Escapa por
tua vida”!
Você me viu pecar? Pode ter visto. Mas, já viu me arrepender? Ser
perdoado e retomar o caminho? Pois é, cada um costuma ver, enfatizar o aspecto
com o qual mais se identifica.
Você não quer a Jesus por que eu não sou
perfeito? Irônico, Ele me quer, mesmo assim, portanto, você, caro zangão, deve
ser melhor que Ele.
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