“O
Senhor disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum
deles te poderá resistir.” Js 10; 8
O medo faz parte da constituição humana,
dadas suas fraquezas, contudo, na direção de Deus, sob Sua proteção, suas
razões deixam de existir; o fraco pode atuar como forte, desde que, não usurpe
ao lugar do Todo Poderoso que o comissiona.
Davi, sabedor disso, cantou: “Dá-nos
auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem. Em Deus faremos proezas;
porque ele é que pisará os nossos inimigos.” Sal 60; 11 e 12 Vão é o socorro do
homem, disse.
Ocorre-me parte de um poema declamado por Nelson Ned: “Um carente
procura outro carente; um fraco se apóia em outro fraco, buscando encontrar um
no outro, a felicidade que ambos não têm. O resultado disso é a queda, pois,
estamos nos apoiando em algo frágil, sem sustentação em si mesmo.”
Por isso, o salmista
reitera: “É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.” Sal 118; 8
Acontece que “somos fortes” na dependência, obediência ao Santo. Só não nos
pode resistir aquele que Ele “dá, nas nossas mãos.” Tendemos a selecionar
partes bíblicas das quais gostamos e omitir as que soam diferente. Assim, a bíblia
deixa de ser a “Carta Magna” onde, nossos vícios e descaminhos são denunciados
com amor, visando correção, restauração, para se tornar um filão imenso de
promessas fáceis, que jamais serão cumpridas nas vidas dos que vivem um
cristianismo de plástico, superficial, inconsequente. É medicinal como servir
doçuras a diabéticos, espalhar promessas gráceis onde a carência é de correção exortação.
Quem é cristão, de fato, exercitado
na palavra da justiça, acostumou-se a melhores manjares que esses “algodões
doces” sem substância. A epístola aos Hebreus realça isso, aliás. “Mas o
mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os
sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5; 14
Então,
esse festival de “facilidades bíblicas” Facebookianas colide com o discernimento,
tal qual a mosca contra a vidraça. É salutar, claro! nos refugiamos de nossos
medos no “esconderijo do Altíssimo”; mas, muitos têm apenas maquiado lutas com o “ruge” da
fantasia.
O relacionamento com Deus é via de mão dupla. Vai e vem. As promessas
Bíblicas exigem comprometimento de pretensos destinatários. “Com o benigno, te
mostras benigno; com o homem íntegro te mostras perfeito. Com o puro te mostras
puro; mas com o perverso te mostras rígido.” II Sam 22; 26 e 27
Há um insano “gospelismo”
na praça que “canoniza” tudo desde que, “em Nome de Jesus”. Há até adúlteros “góspeis”
situações que conheço. Que gente sem noção!
Todos pretendem ser de Deus; é ótimo. Entretanto,
poucos se importam em investigar as implicações. Paulo foi bem didático
escrevendo a Timóteo; disse: “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo
este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de
Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2; 19
Afinal se nossos medos não fazem
mais sentido ante inimigos que Deus nos deu na mão, tais, não são mais exércitos,
como era no contexto de Josué. Quando o pecado jazia à porta de Caim e Deus
ordenou a ele que o dominasse, a coisa se revelou missão impossível.
Mas, em
Cristo, a missão foi cumprida cabalmente; aos que são Dele, delega poder para
resistir às tentações e até ao tentador. “Mas, a todos quantos o receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus.” Jo 1; 12 e 13
Quanto ao inimigo, diz: “Sujeitai-vos, pois, a
Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4; 7 Assim, “nossa” força que
põe o inimigo em fuga depende de nossa fraqueza, dependência; “Sujeitai-vos,
pois, a Deus...”
Não que seja um erro desejar coisas boas a outrem via
mensagens; antes, a Palavra mesmo ordena que abençoemos, mesmo aos inimigos. O
escopo desse texto é o “cristianismo” de papel, control c control v de gente
que copia sentenças sábias e espalha, enquanto em paralelo permite o concurso
das escolhas tolas.
Não estou nem aí para ser simpático, buscar “curtidas” ou
algo assim. O Espírito que me move instiga a ser verdadeiro, se possível,
medicinal. O que está em jogo não é a minha promoção; antes, estão muitas vidas
que imaginam possível um cristianismo virtual, desprovido de virtude.
Salvação
é de graça, mas, não é pueril, demanda compromisso. “o que
me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.” Prov 1;
33
Nenhum comentário:
Postar um comentário