domingo, 7 de dezembro de 2014

No fim do arco íris



Por que temerei eu nos dias maus, quando me cercar a iniquidade dos que me armam ciladas?” Sal 49; 5 

Os dias maus aludidos por Davi têm a ver com a falência de valores. Apresenta a iniquidade como  cerca, e o reto, como vítima de violência, ciladas. Por que a iniquidade cercaria alguém? Óbvio. Porque tal não é iníquo, senão, não estaria cercado, seria cerca. 

Mesmo que tenha sido assim nos dias de Davi, ainda é um retrato atual. O diferente em valores, alvos, motivos, é cercado, caçado, caluniado. A relativização imola valores no altar do interesse. 

Isaías retratou de modo  mais dramático; “Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; o Senhor viu,  pareceu mal aos seus olhos que não houvesse justiça.” Is 59; 14 e 15 

Em todas as épocas a coisa tem sido assim, desde a queda; pois, Isaías e Davi falavam de seus coevos; Ruy Barbosa denunciou ao seu tempo, o “Triunfo das nulidades, o agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus.” E ante nossos olhos, o cenário não melhora. 

Nosso Parlamento maior parece que, invés de eleito para legislar e fiscalizar ao executivo, o é, simplesmente para investigar aos próprios pares, ou, formar quadrilhas para obstrução de investigações, conforme o interesse. Desse modo, se deixasse de existir, pouca ou, nenhuma falta faria. Há muitos lapsos legislativos, no aspecto do mundo virtual, sobretudo, mas, a galera está em plena atividade “policial” dada a volúpia da corrupção. 

A mentira tem logrado seus triunfos, invés da verdade. A omissão cúmplice da imprensa também violenta do seu jeito. Ontem tivemos alguns milhares protestando em São Paulo contra isso, precisamente. Os maiores sites de notícia ignoraram estrondosamente. Isso é uma forma de violência contra a verdade, os fatos. 

As cercas da iniquidade prendendo aos retos. Iníquo quer dizer, desigual. É dessa forma que “La prensa” trata as coisas conforme os interesses. Fossem meia dúzia de feministas com as tetas de fora pedindo o aborto, ou, cinquenta drogados exigindo a liberação das drogas seria manchete de capa. A eloquente figura de Isaías; a verdade como um ébrio tropeçando pelas ruas. 

A concepção que só vê o momento contagia vermes finitos que presumem-se  eternos. “O seu pensamento interior é que as suas casas serão perpétuas; as suas habitações de geração em geração; dão às suas terras os seus próprios nomes.” Sal 49; 11 Fazem sessões especiais para darem seus nomes a ruas, logradouros, praças... Quando não estão “ocupados” em CPIs, claro! 

Mesmo sendo transmitida atavicamente, essa “sabedoria” os nivela aos animais instintivos, simplesmente. “Todavia o homem que está em honra não permanece; antes é como os animais, que perecem. Este caminho deles é a sua loucura; contudo, sua posteridade aprova as suas palavras.” VS 12 e 13

 Suspirarem e pelejarem por justiça é prerrogativa de pessoas de bem; não podem evadir-se  disso. Contudo, tal qual, a felicidade não parece ser dessa vida, ainda que, nela possamos fruir alguns momentos felizes, igualmente a justiça; dessa vemos minúsculas nuances; no mais, apõe seu selo à verossimilhança, em total descaso para com a verdade e com seu objeto, a equidade.  

Talvez, faça parte dos Divinos planos a permissão que homens de bem sejam governados pelos maus; pois, quando o forem, enfim, pelo Justo, apreciarão à justiça como se deve. Há, uma  promessa a esses, cujo cumprimento se conjuga no futuro; Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mat  5; 6 

A constante tensão de ansiar por justiça num cenário que promove seu oposto nos faz sentir deslocados; a vida fica mais pesada. De onde vem esse desejo de andar contra a corrente, essa estranha piracema no rio da vida? Se, o mar de lama, o lugar comum da safadeza, dos desvalores, nos é desconfortável, estamos cercados, alienados do devido repouso, por ora. 

Diz a fábula que há um pote de ouro no fim do arco íris. Talvez haja mesmo. Foi criado como sinal da Aliança Divina com a humanidade. Deriva da luz do sol, ( símbolo de Cristo ) em contato com a água, ( Sua Palavra ). Na Sua Luz vemos; de Sua palavra bebemos. 

Cada um de Seus Sete Espíritos figuram uma cor; na plenitude de Seu domínio, após a tempestade dos maus, encontraremos, enfim, o sonhado pote de ouro da justiça perfeita. Não haverá mais cercas ímpias; a verdade receberá a coroa que merece. Os que tiveram prazer na maldade, a mesma justiça cuidará em mantê-los no seu cenário favorito.

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