“Por que temerei eu nos dias
maus, quando me cercar a iniquidade dos que me armam ciladas?” Sal 49; 5
Os
dias maus aludidos por Davi têm a ver com a falência de valores. Apresenta a iniquidade
como cerca, e o reto, como vítima de
violência, ciladas. Por que a iniquidade cercaria alguém? Óbvio. Porque tal não
é iníquo, senão, não estaria cercado, seria cerca.
Mesmo que tenha sido assim
nos dias de Davi, ainda é um retrato atual. O diferente em valores, alvos,
motivos, é cercado, caçado, caluniado. A relativização imola valores no altar
do interesse.
Isaías retratou de modo mais dramático; “Por isso o direito se tornou
atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas
ruas, a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, quem se desvia do
mal arrisca-se a ser despojado; o Senhor viu, pareceu mal aos seus olhos que não houvesse
justiça.” Is 59; 14 e 15
Em todas as épocas a coisa tem sido assim, desde a
queda; pois, Isaías e Davi falavam de seus coevos; Ruy Barbosa denunciou ao seu
tempo, o “Triunfo das nulidades, o agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus.”
E ante nossos olhos, o cenário não melhora.
Nosso Parlamento maior parece que,
invés de eleito para legislar e fiscalizar ao executivo, o é, simplesmente para
investigar aos próprios pares, ou, formar quadrilhas para obstrução de
investigações, conforme o interesse. Desse modo, se deixasse de existir, pouca
ou, nenhuma falta faria. Há muitos lapsos legislativos, no aspecto do mundo
virtual, sobretudo, mas, a galera está em plena atividade “policial” dada a
volúpia da corrupção.
A mentira tem logrado seus triunfos, invés da verdade. A
omissão cúmplice da imprensa também violenta do seu jeito. Ontem tivemos alguns
milhares protestando em São Paulo contra isso, precisamente. Os maiores sites
de notícia ignoraram estrondosamente. Isso é uma forma de violência contra a
verdade, os fatos.
As cercas da iniquidade prendendo aos retos. Iníquo quer
dizer, desigual. É dessa forma que “La prensa” trata as coisas conforme os
interesses. Fossem meia dúzia de feministas com as tetas de fora pedindo o
aborto, ou, cinquenta drogados exigindo a liberação das drogas seria manchete
de capa. A eloquente figura de Isaías; a verdade como um ébrio tropeçando pelas
ruas.
A concepção que só vê o momento contagia vermes finitos que presumem-se eternos. “O seu pensamento interior é que as
suas casas serão perpétuas; as suas habitações de geração em geração; dão às
suas terras os seus próprios nomes.” Sal 49; 11 Fazem sessões especiais para
darem seus nomes a ruas, logradouros, praças... Quando não estão “ocupados” em
CPIs, claro!
Mesmo sendo transmitida atavicamente, essa “sabedoria” os nivela
aos animais instintivos, simplesmente. “Todavia o homem que está em honra não
permanece; antes é como os animais, que perecem. Este caminho deles é a sua
loucura; contudo, sua posteridade aprova as suas palavras.” VS 12 e 13
Suspirarem e pelejarem por justiça é prerrogativa de pessoas de bem; não podem
evadir-se disso. Contudo, tal qual, a
felicidade não parece ser dessa vida, ainda que, nela possamos fruir alguns
momentos felizes, igualmente a justiça; dessa vemos minúsculas nuances; no
mais, apõe seu selo à verossimilhança, em total descaso para com a verdade e
com seu objeto, a equidade.
Talvez, faça
parte dos Divinos planos a permissão que homens de bem sejam governados pelos
maus; pois, quando o forem, enfim, pelo Justo, apreciarão à justiça como se
deve. Há, uma promessa a esses, cujo
cumprimento se conjuga no futuro; “Bem aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mat 5; 6
A constante tensão de ansiar por justiça
num cenário que promove seu oposto nos faz sentir deslocados; a vida fica mais
pesada. De onde vem esse desejo de andar contra a corrente, essa estranha
piracema no rio da vida? Se, o mar de lama, o lugar comum da safadeza, dos desvalores,
nos é desconfortável, estamos cercados, alienados do devido repouso, por ora.
Diz
a fábula que há um pote de ouro no fim do arco íris. Talvez haja mesmo. Foi
criado como sinal da Aliança Divina com a humanidade. Deriva da luz do sol, (
símbolo de Cristo ) em contato com a água, ( Sua Palavra ). Na Sua Luz vemos;
de Sua palavra bebemos.
Cada um de Seus Sete Espíritos figuram uma cor; na
plenitude de Seu domínio, após a tempestade dos maus, encontraremos, enfim, o
sonhado pote de ouro da justiça perfeita. Não haverá mais cercas ímpias; a
verdade receberá a coroa que merece. Os que tiveram prazer na maldade, a mesma
justiça cuidará em mantê-los no seu cenário favorito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário