“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado
a morte, assim, também a morte passou a todos os homens por isso que todos
pecaram.” Rom 55; 12
Pelo pecado entrou a morte; pela entrada desta, o pecado
se estabeleceu. Noutras palavras: Adão morreu porque pecou; sua descendência
seguiu pecando porque estava morta. Morte espiritual entenda-se; não,
inexistência; alienação da Face Bendita do Criador.
O Salvador aludiu a mortos
que ouvem, logo, existem. “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os
vivifica, assim, o Filho vivifica aqueles que quer. Em verdade, em verdade vos
digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os
que a ouvirem viverão. Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu
também ao Filho... ;” Jo 5; 21, 25 e 26
O mesmo texto deixa claro que não se refere
a mortos físicos tal ressurreição; antes, disse: “... vem a hora, agora é...” assim,
há uma ressurreição espiritual que não é como a de Lázaro, do túmulo ao ar
livre, antes, da morte para a vida; da alienação para a aceitação. “Na verdade,
na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou,
tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a
vida.” V 24
Por isso, acerta o alvo, mas, erra o método, quem presume
justificação mediante obras. Em momento
algum, nos exemplos citados isso é tratado. A questão central é a vida. Para
perda ou, aquisição, duas obras contam, apenas. A queda de Adão passando a
morte a todos; a Vitória de Cristo, legando a ressurreição a tantos quantos o receberem
e seguirem. “Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se
pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, o dom pela
graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. Não foi o dom
como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na
verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para
justificação.” Rom 5; 15 e 16
Alguns zangam-se ante a negação da salvação via
obras, como se, ao afirmarmos isso estivéssemos insinuando que as boas são más.
A Bíblia não entra nesse mérito antes de resolver a questão da vida; antes,
mesmo as boas, não passam de obras mortas. “...não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas...”
Heb 6; 1 “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito
eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das
obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9; 14
Boas ou más, não importa,
uma vez que praticadas ainda sob o império da morte. Por isso, a porta de
entrada à vida é pela fé na Única obra que conta, deveras, a de Cristo.
Quanto
às boas obras passam a contar, após a ressurreição. “Estando nós ainda mortos
em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois
salvos), nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares
celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes
riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não
vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em
Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos
nelas.” Ef 2; 5 a 10
Por contraditório que pareça, esse morto precisa morrer na
cruz, para dar lugar ao novo, recriado em Cristo. “Ou
não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na
sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim
andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6; 3 e 4
Eventual ressentido
porque suas boas obras não foram levadas em conta deve considerar quê, em
Cristo e Seus méritos excelsos, muitas más, dignas de morte não serão
consideradas também. Deus trata em
graça, invés de justiça, bastando a Ele, a justiça de Cristo.
Não significa
licença para pecar; dos salvos se requer novidade de vida. No caso da
ressurreição de Lázaro havia uma pedra; no nosso, a incredulidade no coração.
Deus faz essa cirurgia em muitos. “E dar-vos-ei um coração novo; porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, vos
darei coração de carne.” Ez 36; 26
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