“A
mim, o mínimo de todos os santos, foi dada esta graça, anunciar ... as riquezas
incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do
mistério, que desde os séculos esteve oculto... para que agora, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos
céus.” Ef 3; 8 a 10
Quando Paulo diz que foi escolhido para demonstrar um
mistério, esse, deixa de existir. Digo, o que está revelado não pode mais ser
mistério.
O texto expõe que o obstáculo era a compreensão limitada; o objeto; “as
riquezas... de Cristo;” o alvo; “principados e potestades nos Céus”.
Se restringirmos o labor da igreja a salvar almas,
veremos apenas um lado da questão; sua marcha vitoriosa tem objetivos celestes
também. Em suma: Mesmo os anjos dos Céus não conheciam devidamente as riquezas
de Cristo; podem fazer isso agora, contemplando a marcha da igreja e Seu
cuidado para com ela.
Não há melhor professor que o exemplo; mais facilmente
aprendemos imitando, contemplando, que refletindo.
Como houve rebelião de
anjos, a terça parte foi seduzida, certamente, muitas coisas indevidas foram
atribuídas a Deus. Por ocasião da queda temos uma amostra do pano de como age o
traidor mor; enganou o primeiro casal atribuindo ao Santo, mentira, e egoísmo.
Não é verdade que morrereis, se, pecardes; Deus não quer que sejais como Ele.
Coisas semelhantes devem ter sido espalhadas entre as miríades celestes. Um
terço sucumbiu ao desejo de aventura e seguiu ao novo líder. Dois terços permaneceram
fiéis; mas, as coisas que ouviram sobre o Eterno certamente ficaram palpitando
em seus pensamentos.
Há duas formas de obedecer; uma, por medo das consequências,
simplesmente, de eventual castigo; com esses predicados, até os maus, os sem
caráter governam; outra, por amor, por reconhecer a dignidade, a majestade de
quem detém o poder.
Assim, entre os que seguiram obedientes, poderia haver
resquícios de dúvidas sobre o amor e dignidade do Santo; estarem obedecendo por
medo, apenas. Então, o calvário foi o teatro, a cruz, o “grand finale,” a
consumação de um Enredo Eterno, cujo fito era demonstrar cabalmente, a justiça
e amor, Divinos.
Mesmo de servos humanos, Deus não deseja obediência por medo,
antes, amor. “Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por
amor de mim, achá-la-á.” Mat 10; 39
Quando adverte do inferno Seu motor ainda é amor; quer nos livrar de lá.
Tal qual a seleção de um esporte qualquer vai
representar seu país noutro, distante, e seu desempenho transmitido via
satélite conta com a torcida de todo país, nossa atuação aqui é contemplada dos
céus; quando alguém está jogando um “bolão” dando um “chocolate” seu torcedor
não deixa de tocar uma “flauta” por lá. “E disse o Senhor a Satanás: Observaste
tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e
reto, temente a Deus, que se desvia do mal.” Jó 1; 8
Sei que sirvo-me de um
exemplo pobre, dado, o que está em jogo; um Reino Eterno, milhões de vidas. Minha
ilustração visa ser didática não, engraçada.
Aliás, a célebre galeria dos
Heróis da fé de Hebreus, capítulo 11, depois de evocar seus exemplos como
estímulo a nós pinta um quadro, como se,
estivéssemos num estádio defendendo as “cores” do Céu, eles na torcida atentos
ao nosso desempenho. Leiamos: “Portanto nós também,
pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo
o embaraço, o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a
carreira que nos está proposta...” Heb 12; 1
E o que está proposto é a renúncia
de prazeres pecaminosos, em busca dos
eternos. “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo
gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e
assentou-se à destra do trono de Deus.” V 2 Para uma conquista assim, todo
sacrifício é válido.
Paulo ilustrou seu “Preparo físico”; “Todo aquele que luta
de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós,
porém, uma incorruptível. Assim corro, não como a coisa incerta; combato, não
como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, o reduzo à servidão, para que,
pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I
Cor 9; 25 a 27
O mesmo que fazia receitou ao discípulo Timóteo. “...exercita-te em piedade; porque o exercício corporal para
pouco aproveita, mas, piedade para tudo
é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4; 7
e 8
Se, nossa luta aqui tem reflexos celestes, natural que os vencedores
comemorem lá, com sua torcida.
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