“Todo
aquele que matar alguma pessoa, conforme depoimento de testemunhas será morto;
mas uma só testemunha não testemunhará contra alguém, para que morra.” Núm 35;
30
Se ao homicida eventual era facultado
o recurso da cidade de refúgio, ao homicida doloso se aplicava a pena de morte;
desde que, seu crime fosse atestado por duas testemunhas. Acusação feita por só não tinha valor. Isso
tolhia que o ódio de alguém usasse a justiça como pretexto para matar.
Nada
impedia que dois biltres, porém, se associassem e tornassem lícito seu
testemunho falso, como fizeram, aliás, os que acusaram a Nabote. Em casos
assim, essa cumplicidade deveria prevalecer indefinidamente, para que a trama
prevalecesse. Poderiam, desse modo,
ludibriar à justiça dos homens.
Como seria se, invés de aceitar a sugestão do
inimigo e comer da Árvore proibida, Eva solicitasse antes o parecer de Adão? Salomão
disse algo interessante: “Melhor é serem dois que um, porque têm melhor paga do
seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do
que estiver só; caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois
dormirem juntos, se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém
prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se quebra tão
depressa.” Ecl 4; 9 a 12
É de se supor,
baseado nessas premissas que, uma vez que a decisão seria de Adão que recebera
a Lei diretamente do Criador, provavelmente
teria recusado, ou, ao menos desafiado a esposa a pensar melhor nas consequências.
Mas, invés de quebrar o cordão de “três
dobras”, o inimigo rompeu uma a uma. Eva
sucumbiu ao que viu e ouviu; Adão, talvez, para ficar ao lado da esposa, mesmo
caído; Deus, a simples presença do pecado O afastou naturalmente.
Quando imbuído de Sua Obra, o Salvador foi
acusado de testemunhar de si mesmo, não sendo digno de crédito. “Disseram-lhe, pois, os
fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro.” Jo 8;
13 “Eu sou o que testifico de mim mesmo
e de mim testifica também o Pai que me enviou.” V 18
Sim, além das obras
grandiosas que fazia em nome Do Pai, quando de Seu Batismo, o mesmo Pai disse
desde os céus; “ Esse é o meu filho amado no qual me comprazo.” Se a Lei requeria o testemunho de dois, Deus
proveu acerca de Seu Enviado.
Sem falar
em João Batista que dissera ser precursor do Messias. Assim, Dois testificaram
do Senhor mesmo excluindo Seu próprio testemunho. Todavia, se João apontou para o Salvador,
Esse, o fez em direção ao Pai. Quando falou de Si, só foi como meio de chegar a
Ele. “Eu sou o Caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão, por mim.”
Jo 14; 6
Contudo, os religiosos rejeitaram um de cada vez, seguindo o método da
serpente; João, era asceta, sério demais; Jesus, festeiro, dado demais, nenhum
servia. “Mas, a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se
assentam nas praças; clamam aos seus companheiros e dizem: Tocamos flauta e não dançastes; cantamos lamentações e
não chorastes. Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem
demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem
comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é
justificada por seus filhos.” Mat 11; 16 a 19
Aqui estava a questão: Não eram filhos da sabedoria, antes, ciosos da
religião e orgulhosos das tradições. Embora haja um “cordão de três dobras”
testificando nos Céus e na Terra, muitos não creem. “Porque três são os que
testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; estes três são um. E três são os que
testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue; estes três concordam num.”
I Jo 5; 7 e 8
Contudo, esse tríplice testemunho é um chamado à vida, não para
levar alguém à morte. Todos nossos pecados são imputados como não
intencionais; somos chamados à “Cidade de Refúgio”, Jesus Cristo. Afinal, quanto à morte espiritual, essa pena
foi aplicada desde o Éden; O Salvador
deu Sua vida para regenerar a nossa.
Do
que fez em nosso favor, quatro, Mateus, Marcos, Lucas e João depuseram em juízo
e assinaram. Assim temos o dobro de
testemunhas do que é necessário, embora, nas coisas de Deus, à vezes recusamos
a dançar ou chorar como os meninos birrentos citados.
A morte que incide sobre nós pode ser
evitada. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus, a
vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6; 23
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