segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Purificação a água e fogo

“Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça.” Mal 3; 2 e 3
 
Aludindo à vinda do “Anjo do concerto”, como definiu o Messias, o profeta  fez da purificação a meta central da obra Dele. O sabão refere-se a uma limpeza superficial, externa; o fogo do ourives, que derrete ouro e prata para remover escórias figura a pureza interior. 

Isso remete à conclusão que, a obra perfeita de Cristo não nos cobrirá com o verniz da virtude; antes, visa nos fazer “maciços”; digo; aparentemente puros, e essencialmente puros. Assim como a mulher de César que devia ser e parecer honesta.

Enquanto isso não for encontrado em nós, o Espírito Santo terá trabalho a fazer. Diverso do crescimento natural que decorre do curso do tempo, o espiritual demanda diligência em assimilar e viver o que aprendemos; “…vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus;…” Heb 5; 11 e 12  

Vimos que a negligência fez o tempo passar em vão, quanto ao crescimento dos Hebreus.
A purificação dos despojos de guerra também figura o que  ocorre conosco; Moisés disse: “Toda a coisa que pode resistir ao fogo, fareis passar pelo fogo, para que fique limpa, todavia se purificará com a água da purificação; mas tudo que não pode resistir ao fogo fareis passar pela água.” Num 31; 23
 
Os primeiros passos de alguém são difíceis; se toda a seriedade que demanda o Eterno for exposta de uma vez causará espanto, medo. Certos caçadores usam um foco de luz para caçar a noite; paralisam seus alvos mirando seus olhos enquanto os abatem. Assim, excesso de luz para quem vivia nas trevas é nocivo.

Deve ser um processo paulatino, como ensinou Salomão: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4; 18
Então, a abordagem inicial para salvação é serena, inclusiva, acolhedora; entretanto, chega a hora em que somos desafiados a crescer. 

Salvação é uma emergência; santificação o alvo de todos os salvos. Numa emergência um bombeiro tira alguém nu pela janela, se for o caso; isso não significa que está legitimado a andar nu depois disso. De igual modo o Salvador; recebe e perdoa a qualquer tipo de pecado; porém, adverte: “Vá e não peques mais”.
 
Depois da graça vem a disciplina; após o Espírito Santo vem o batismo de fogo, a prova. O Senhor que caminhou em Seu ministério tendo a cruz como pano de fundo chegava a se angustiar pelo cumprimento de uma vez, de algo tão doloroso; Importa, porém, que seja batizado com certo batismo; e como me angustio até que venha a cumprir-se!” Luc 12; 50
 
Esses pregadores do evangelho fácil que afirmam ser, a luta, coisa do diabo acendem fogo de palha onde deveria arder o do ourives.

Paulo adverte sobre a singularidade do Fundamento, e a necessidade da prova para quem se diz Salvo; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” I Cor 3; 11 a 13

Claro que isso faz de Jesus alguém difícil de seguir. “Quem suportará o dia da sua vinda?” Era uma questão pertinente do profeta. Mas, que glória teria alguém que cravasse um lábaro no topo do Everest chegando lá de helicóptero? Assim será a “salvação” dos que tentam chegar ao Santo evitando as dores da cruz. Ignomínia em lugar de glória.

Todo ministro do evangelho que não labora pela purificação dos salvos sonega seu papel; “derreter” os metais para remover escórias. “…Faz dos seus anjos espíritos, e de seus ministros labareda de fogo.” Heb 1; 7
 
Embora soe mais ameno propor facilidades, só é honesto ancorar nossa esperança na fidelidade Deus, que prometeu: “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43; 2 

Certo, era promessa a Israel; mas, quem cuidava dos seus então, deixaria de fazê-lo?

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