“Volta,
minha alma para o teu repouso, pois o Senhor te fez bem.” Sal 116; 7 “Senhor,
meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em
grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim. Certamente me tenho
portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está
como uma criança desmamada.” Sal 131; 1 e 2
Essa dependência infantil de um
Pai, ou, mãe; a linguagem terna que o Salmista emprega em sua relação com Deus
é um grande problema para velhos “lobos do mar” como nós.
A docilidade dependente e obediente de uma
criança é normal entre as tais; mas, levar um adulto, em face à iluminação
espiritual a agir inocente assim é o grande desafio de Deus. As coisas que
dependem apenas de Sua vontade e poder lhe são fáceis. As que envolvem seres arbitrários como nós,
não. Se Ele está nessa peleja, dado não
ser fácil, é possível.
O Salvador nunca dourou
a pílula para que parecesse palatável; sempre pôs as coisas como são, aos olhos
Divinos. “Em verdade vos digo que
qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma
entrará nele.” Mc 10; 15
Isso quanto ao
retrato psicológico dos postulantes. No que se refere às causas espirituais, a
coisa é mais densa que mera humildade.
Demanda um renascer espiritual mediante a fé. “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na
verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...”
Jo 3; 3 e 5 Primeiro disse que sem o
renascimento ninguém pode ver; depois, entrar.
O processo é como jardins com “esculturas”
em ciprestes. A cidade de Victor Graeff
tem uma praça cheia de trabalhos notáveis que se pode ver na NET. Como
conseguem moldar animais, casas, pessoas, objetos, apenas podando árvores? Fazem
isso manipulando-as desde pequenas, quando ainda são moldáveis. Tente alguém
moldar a um cipreste adulto para ver se consegue. Assim é conosco.
Não importa
se eventual convertido é notável na
sociedade; famoso nos esportes, arte,
política... à partir do momento que abraçou a fé é criança; precisa mamar.
Figura que Pedro usa, aliás. “Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, fingimentos,
invejas e todas as murmurações, desejai
afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não
falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2; 1 e 2 Está claro que
fala para crianças grandes, uma vez que exorta a deixar hábitos típicos de
adultos; malícia, engano, fingimento...
A autonomia que desconsidera a vontade
de uma autoridade superior deriva sempre do orgulho. Aqui temos o início do
drama. O primeiro casal foi incitado a agir de modo independente do Criador,
ignorando Seu mandado.
A consequência,
como sabemos, foi a morte espiritual. A redenção, necessariamente demanda
nascer de novo. Se, o veneno primeiro
foi o orgulho, o antídoto, naturalmente deve ser oposto; humildade.
Paulo foi explícito quanto
a isso. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo
Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus; mas,
esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; achado na forma de homem, humilhou
a si mesmo, sendo obediente até à morte, morte de cruz.” Fp 2; 5 a 8
“Esvaziou
a si mesmo”; é; uma pessoa cheia de si
não tem espaço para nada interior, nem mesmo, uma criança. Então, a primeira condição
proposta é “desocupar a casa”. “Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo,
tome sua cruz e siga-me,” Luc 9; 23
Acontece que crianças espirituais são
diversas das naturais. Essas crescem proporcionalmente ao curso do tempo;
aquelas, à quantidade que “mamam”. Os Hebreus foram descuidados com o “leite”
em seu tempo; não chegaram alimentos sólidos;
seguiam pequenos.
“Porque, devendo já
ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais
os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de
leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta
de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o
mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os
sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5; 12 a 14
Vemos que crescimento espiritual traz
aperfeiçoamento, discernimento de valores segundo Deus. A Palavra vivida é a tesoura que apara nossos
maus hábitos e molda como Ele deseja.
Ou nos deixamos ensinar, ou, só serviremos
para lenha; essa, presta apenas para queimar.
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