“Assim
diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Toma estas escrituras, este auto
de compra, tanto a selada, como a aberta, coloca-as num vaso de barro, para que
se possam conservar muitos dias.” Jer 32; 14
Deus ordenou
que Jeremias fizesse um mau negócio; comprasse terras de seu primo, mesmo na
iminência do cativeiro Babilônico. Comprou. Registrou perante testemunhas. Dois
registros; um, público, outro, selado, dentro dum vaso de barro.
Feito isso,
orou tentando entender porquê. “Eis aqui os valados; já vieram contra a
cidade para tomá-la, a cidade está entregue na mão dos caldeus, que pelejam
contra ela, pela espada, pela fome e pestilência; o que disseste se cumpriu;
eis aqui o estás presenciando. Contudo, me disseste, ó Senhor Deus:
Compra para ti o campo por dinheiro; faze que o confirmem testemunhas, embora a
cidade já esteja entregue na mão dos caldeus.” 24 e 25
Senhor;
joguei dinheiro fora; nós teremos 70 anos de cativeiro. Eram bem razoáveis as
ponderações do profeta.
Deus reafirmou a certeza do juízo e suas razões. Depois,
iria restaurar a sorte do povo. “Porque assim diz o Senhor: Como eu trouxe
sobre este povo todo este grande mal, assim trarei sobre ele todo o bem que
lhes tenho declarado.” 45
O mesmo anunciador da ruína previu a
restauração. Deus não tem dois tipos de profetas; otimistas e pessimistas. Apenas
os que falam segundo Sua vontade. Os “otimistas” enfrentaram Jeremias, dizendo
que o exílio duraria dois anos apenas. A história, conhecemos.
O Criador
por sua vez, entregou a “escritura” da terra ao primeiro casal, quando ordenou
que dominassem. Eles fizeram um péssimo negócio, porém. “...Não sabeis que a
quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem
obedeceis.” Rom 6;16
Obedeceram ao enganador a propriedade passou para ele. O inimigo se vangloriou disso quando tentou a Jesus.
Contudo, O
Criador desejava resgatar a terra. O problema era que, não havia um remidor com
bens suficientes para o pagamento. “Aqueles que confiam na sua fazenda, e se
gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode
remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele”. Sal 49; 6-8
Na ausência de um “rico” suficiente, “O Senhor desnudou o seu
santo braço perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra
verão a salvação do nosso Deus.” Is 52; 10
A “venda” de
Adão foi anulada quando Cristo derrotou ao maligno. A Vontade de Deus que fora
afrontada no Éden voltou a ser vitoriosa em Cristo. O Poder universal, sempre foi de Deus, mas, na terra, por longo tempo esteve nas mãos do traidor, até
Jesus redimir. “…É-me dado todo o poder no céu e na terra.” Mat 28; 18
Embora a
possessão de Deus esteja redimida, ainda não vemos assim, “Em esperança somos salvos”,
ensinou Paulo. Mas, temos uma garantia, um penhor, O Espírito Santo. “O qual
é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor
da sua glória.” Ef 1; 14
Somos vasos de barro dentro dos quais deve durar
muitos dias o testemunho da redenção de Deus. Uma escritura aberta, outra
selada. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus, não de nós.” II Cor 4; 7
O documento aberto é nosso
testemunho de vida, que todos podem
ver; o fechado, aquilo que só é conhecido por Deus. Aqueles
que sabem disso descansam no Senhor, alheios à aceitação humana. Não carecem do
aval nem aprovação de ninguém; têm o testemunho em seu próprio espírito, e
sabem da fidelidade Divina.
Paulo ilustrou de modo inequívoco nossa segurança
bem como nossa responsabilidade. “Todavia o fundamento de Deus fica firme
tendo este selo: Deus conhece os que são seus; (fechado) e qualquer que
profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” (aberto) II Tim 2;
19
Afinal, Ele é digno de abrir a “escritura” uma vez que pagou o preço que
Deus requeria, e derrotou ao grileiro mor. “E eu chorava muito, porque
ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para
ele. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de
Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete
selos.” Apoc 5; 4 e 5
O “mau
negócio” de Jesus, dando uma vida Santa por pecadores, depois do cativeiro, se revelará glorioso; Ele
se alegrará, apesar de ter sofrido
tanto.
“Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, ficará satisfeito; com o
seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos;” Is 53; 11
Nenhum comentário:
Postar um comentário