sábado, 6 de setembro de 2014

O mau negócio de Jesus



Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Toma estas escrituras, este auto de compra, tanto a selada, como a aberta, coloca-as num vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias.” Jer 32; 14

Deus ordenou que Jeremias fizesse um mau negócio; comprasse terras de seu primo, mesmo na iminência do cativeiro Babilônico. Comprou. Registrou perante testemunhas. Dois registros; um, público, outro, selado, dentro dum vaso de barro. 

Feito isso, orou tentando entender porquê. “Eis aqui os valados; já vieram contra a cidade para tomá-la, a cidade está entregue na mão dos caldeus, que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e pestilência; o que disseste se cumpriu; eis aqui o estás presenciando. Contudo, me disseste, ó Senhor Deus: Compra para ti o campo por dinheiro; faze que o confirmem testemunhas, embora a cidade já esteja entregue na mão dos caldeus.” 24 e 25

Senhor; joguei dinheiro fora; nós teremos 70 anos de cativeiro. Eram bem razoáveis as ponderações do profeta.  

Deus reafirmou a certeza do juízo e suas razões. Depois, iria restaurar a sorte do povo. “Porque assim diz o Senhor: Como eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, assim trarei sobre ele todo o bem que lhes tenho declarado.” 45 

O mesmo anunciador da ruína previu a restauração. Deus não tem dois tipos de profetas; otimistas e pessimistas. Apenas os que falam segundo Sua vontade. Os “otimistas” enfrentaram Jeremias, dizendo que o exílio duraria dois anos apenas. A história, conhecemos.

O Criador por sua vez, entregou a “escritura” da terra ao primeiro casal, quando ordenou que dominassem. Eles fizeram um péssimo negócio, porém. “...Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis.” Rom 6;16

Obedeceram ao enganador a propriedade passou para ele. O inimigo se vangloriou disso quando tentou a Jesus. 

Contudo, O Criador desejava resgatar a terra. O problema era que, não havia um remidor com bens suficientes para o pagamento. “Aqueles que confiam na sua fazenda, e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele”. Sal 49; 6-8

Na ausência de um “rico” suficiente, “O Senhor desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.” Is 52; 10

A “venda” de Adão foi anulada quando Cristo derrotou ao maligno. A Vontade de Deus que fora afrontada no Éden voltou a ser vitoriosa em Cristo. O Poder universal, sempre foi de Deus, mas, na terra, por longo tempo esteve nas mãos do traidor, até Jesus redimir. “…É-me dado todo o poder no céu e na terra.” Mat 28; 18

Embora a possessão de Deus esteja redimida, ainda não vemos assim, “Em esperança somos salvos”, ensinou Paulo. Mas, temos uma garantia, um penhor, O Espírito Santo. “O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.” Ef 1; 14 

Somos vasos de barro dentro dos quais deve durar muitos dias o testemunho da redenção de Deus. Uma escritura aberta, outra selada. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não de nós.” II Cor 4; 7 

O documento aberto é nosso testemunho de vida, que todos  podem ver;  o fechado,  aquilo que só é conhecido por Deus. Aqueles que sabem disso descansam no Senhor, alheios à aceitação humana. Não carecem do aval nem aprovação de ninguém; têm o testemunho em seu próprio espírito, e sabem da fidelidade Divina. 

Paulo ilustrou de modo inequívoco nossa segurança bem como nossa responsabilidade. “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: Deus conhece os que são seus; (fechado) e qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” (aberto) II Tim 2; 19 

Afinal, Ele é digno de abrir a “escritura” uma vez que pagou o preço que Deus requeria, e derrotou ao grileiro mor. “E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” Apoc 5; 4 e 5

O “mau negócio” de Jesus, dando uma vida Santa por pecadores,  depois do cativeiro, se revelará glorioso; Ele  se alegrará, apesar de ter sofrido tanto.  

“Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos;” Is 53; 11

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