“Mas
não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um
morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é
de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” Rom 5; 14
Esses
dois eventos pontuais, tanto do primeiro quanto do “segundo Adão” têm
reflexos universais. A diferença fundamental é que a herança da queda é
necessária; todo descendente de Adão recebe seu quinhão; enquanto a
salvação pelos méritos de Cristo é arbitrária; as pessoas podem
recebê-la ou não, ainda que disponível a todos.
A
mensagem da cruz pode ser difusa entre multidões, mas, a resposta será
sempre individual. Mesmo na rejeição do Salvador, Pilatos usou o
“argumento” da multidão como que legitimando Sua prisão; “A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?” Jo 18; 35 Depois de explicar a natureza de Seu Reino, o Senhor ensinou: “Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” V 37
Por
que exponho isso? Porque vivemos a ditadura do “politicamente correto”,
onde qualquer expoente espiritual é escrutinado com rigor quando fala,
para ver se os ouvintes, leitores ou telespectadores são incluídos, de
certo modo, nas respostas que o entrevistado dá. Ora, o Reino dos Céus
prima por valores, não aplausos; por mudança de atitudes, não de palavras.
É extremamente radical, exclusivista, uma vez que recusa outro fundamento que não Cristo; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3; 11 É igualmente conservador, uma vez que; “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente”. Heb 13; 8
Criterioso com o material de construção empregado; “E,
se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata,
pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se
manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será
descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” I Cor 3; 11 e
12
Então,
se algum líder ficar procurando palavras da moda, segundo o espírito do
mundo para “ficar bem na foto”, tal, já não representa o Reino; foi
seduzido, como Esaú, por um prato de lentilhas.
O Senhor fez questão de deixar clara nossa separação; “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” Jo 17; 14 Tiago foi além: “Adúlteros
e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra
Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se
inimigo de Deus.” Tg 4;4
Então,
apesar do Reino de Deus ser inclusivo, ter lugar para todos que se
arrependem, não significa que Deus aceite tudo; ou, queira parecer
“lógico” ante as mentes ímpias.
Afinal, nosso labor como igreja além de
ser um convite à salvação, deve ser expressão viva do juízo de Deus. A
igreja sadia convida à salvação, mas, também denuncia a insensatez do
mundo com seu testemunho e sua mensagem.
Do
jeito que temos visto, o mundo tem examinado a igreja e achado meio
retrógrada, radical, de modo que está pleiteando mais “abertura”
tolerância. Pior está conseguindo.
Muitos
descuidados associam as mudanças tecnológicas com valores morais, como
se esses pudessem “evoluir” também. Se assim for, um “Deus” que evolui
em seus valores deve ser produto da mente humana. Se Ele existe e é
Eterno não pode sofrer ação do tempo.
Certo, Sua revelação foi
progressiva em vista da nossa limitação, mas, nunca mudando Seu Ser ou
Seus valores.
Então,
um expoente espiritual autêntico não deve se importar com as críticas
do mundo, nem com a patrulha politicamente correta; antes, sua
preocupação deve ser transmitir valores espiritualmente sadios. Nada
valem concessões conceituais genéricas; devemos tratar com indivíduos,
pessoalmente.
Cada
um tem suas dores, erros, temores. Ou o amaremos dando o remédio amargo
que cura; ou, douraremos a pílula enganando ao enfermo e a nós mesmos
por covardia, medo da crítica. É vergonhoso saber que, muitos, depois de
aceitarem o desafio de tomar a cruz, preferem crucificar outra vez ao
Senhor, a crucificar seu desejo de aceitação terrena, aplausos fúteis.
Ora, a crítica humana é o aplauso celeste. “…porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16; 15
Quanto mais de Cristo houver em nós, menos pó da terra; “Portanto,
se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde
Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de
cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa
vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3; 1 a 3
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