“E,
achando-o, lhe disseram: Todos te buscam. E ele lhes disse: Vamos às aldeias
vizinhas, para que eu ali também pregue; porque para isso vim.” Mc 1; 37 e
38
No momento em que estava alta sua popularidade o
Mestre costumava redirecionar seus passos; fama, pura e simples não era seu
alvo. Havia feito curas, expulsado demônios, e por um instante afastou-se a
orar. Quando o encontraram disseram: “Todos te buscam.”
Antes de se empolgar
com a “alentadora” notícia manifestou outro desejo: “Vamos às aldeias vizinhas
para que eu ali também pregue; porque para isso vim.”
As questões mais comuns propostas pelos
filósofos são: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Essas coisas que
assombram pensadores modernos e fizeram o mesmo com antigos nunca foram problema
para Ele.
Sobre Seu Ser afirmou: “Eu sou a luz do mundo... o caminho, a verdade
e a vida... Senhor e Mestre...” Etc. De
onde veio bem o sabia. “...Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste
mundo, eu não sou deste mundo.” Jo 8; 23
Para onde ia, também; “E agora vou para aquele que me enviou; nenhum de
vós me pergunta: Para onde vais?” Jo 16; 5
Seu foco não era ser, origem ou
destino; antes, alvo, missão. “...para que eu... pregue... para isso vim.”
Conosco deveria se passar cuidado semelhante. Invés do quem, de onde, para
onde? Deveríamos cogitar o por quê? Por que viemos à vida? Qual nosso alvo? Temos
uma missão?
O Gênesis relata o primeiro
homem “um pouco menor que os anjos”, coroado de glória e constituído como
regente terreno de toda criação, em submissão ao Criador, claro! Assim,
gerenciar a empresa Divina e manter-se em comunhão era o fim idealizado a
princípio.
Enquanto a comunhão era preservada, o próprio Deus vinha ao encontro
da criatura ter com ela. Entretanto, quando a serpente apresentou um “Plano B”, o encontro com o Santo já não foi pacífico,
tampouco, desejado; antes, Adão se escondeu com medo.
Vemos assim, que, a causa
primeira do medo é a certeza íntima que estamos fora do propósito para o qual
fomos criados. Às vezes, razões estritamente internas ganham projeção; assombram
como se fossem ameaças reais e circunstantes. “
Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são
ousados como um leão.” Prov; 28; 1
Judas, por exemplo, depois que traiu ao Senhor
fugiu e foi se enforcar; sem ninguém a persegui-lo, exceto, pesos internos da
consciência culpada. O mesmo pensador dissera: “O homem carregado do sangue de
qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28; 17
Assim, a
aceitação da perversão do inimigo acabou fazendo necessário o plano B de Deus.
Uma vez perdida possibilidade do fim primeiro; administração da criação em
comunhão com o Criador, Deus deixou de buscar proximidade com o homem como
antes, pois, a presença do pecado estragava tudo.
Para evitar o distanciamento
e o medo, teve que nos buscar despido de Sua Glória, esvaziado na forma humana,
Cristo. Assim, vindo Ele como se frágil, usaram o “argumento” da força para
livrarem-se de seus medos, uma vez que recusavam a se livrar do pecado.
Tanto
quanto poderia vir ao nosso encontro, o Altíssimo veio em Jesus Cristo. A outra
metade da caminhada para reconciliação cabe a nós.
Discursando aos gregos,
Paulo apresentou já o plano B, como se fosse A; afinal, após a queda, foi o que
restou. Disse: “E de um só sangue fez
toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra,
determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que
não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 26 e 27
Assim como o Salvador tomava decisões
baseadas em Sua missão, “para isso vim”, o mesmo deveria se dar conosco. Se,
sabemos que viemos à vida num cenário de inimizade com o Eterno, para buscar
reconciliação mediante Cristo, demos nessa direção os passos necessários.
Sabemos
que viemos de Deus; somos feitura Sua; quem somos, gostando ou não, ímpios,
pecadores privados da graça de Deus; para onde vamos depende de nossa resposta
objetiva ao porquê viemos?
Afinal, todos
os bens criados estão disponíveis às criaturas de Deus, o que, eventualmente as
priva são seu males, ( pecados ). Qualquer conquista, por pomposa que seja, se
obtida divorciada de Deus, no fundo, é obra morta, sem valor.
Enquanto não
renovarmos nossas mentes entendendo quais os verdadeiros bens, nos cansaremos
numa busca inútil, privados do único bem que em última análise, contará; a
vida. Vamos, pois, ao encontro do que regenera! Para isso viemos.
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