“E
a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” “Veio
para o que era seu, e os seus não o receberam.” Jo 1; 5 e 11
Na
introdução de sua narrativa evangélica, João apresenta dois problemas
quando do advento do Verbo feito carne; um intelectual, “não
compreenderam”; outro, volitivo; “não receberam”.
Embora
seja possível crer sem compreender, instintivamente, não parece ser
esse tipo de fé que o Senhor busca. “Porque o coração deste povo está
endurecido; ouviram de mau grado… fecharam seus olhos; Para que não
vejam…, ouçam … compreendam com o coração, se convertam, e eu os cure.”
Mat 13; 15
Outra vez, o problema intelectual, compreender antes da
conversão.
Muitos
agem como se possuir determinada receita curasse sua enfermidade, mesmo
sem provar o remédio. Seguido ouço a citação do “conhecereis a verdade e
a verdade os libertará” dos lábios de gente que, notadamente não a
conhece.
Acontece que, antes dessas palavras, tem mais algumas que
convém considerar; “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós
permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus
discípulos;” Jo 8; 31. Mesmo os que criam, deveriam permanecer na
Palavra, para serem aprendizes, e, aprendendo, se tornariam livres. É
possível, pois, crer, e seguir amarrado à ignorância.
Em
seus dias, o filósofo Sócrates já depreciava a arte dos sofistas, pois,
produz crença sem ciência; os políticos são legítimos representantes
daquela classe; mas, infelizmente, muito do que circula no meio dito
evangélico, se enquadra nesse perfil.
Gente que crê num líder que
idolatra, numa heresia que aprendeu amar, ou numa denominação com a qual
acostumou. Ao invés de peregrinar no meio cristão como aprendiz
dedicado da sã doutrina, traz “na ponta da língua” coisas que ouviu
alhures, decorou sem compreender.
Os
ministérios alistados em Efésios não foram preceituados para ensinar
idiossincrasias, formar imitadores de ídolos humanos, mas, para um fim
nobre, sublime; “… o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguem à
unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à
medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano
dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4; 12 a 14
Precisamos
acostumar com o óbvio; verdade é verdade, mesmo em lábios ímpios;
sofisma segue sendo o que é, até em ambientes “góspeis”.
Infelizmente,
quem está em apreço conta mais do que o quê está sendo apreciado.
Assim, o ídolo é defendido, não a verdade. Paulo ensinou diferente: “Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além
do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1; 8 Para ele, mais
importante que anjo ou apóstolo ser o mensageiro, era o teor da
mensagem.
Certa
vez ouvi de um cretino que era “pregador” o seguinte: “Quando estiveres
sem mensagem basta dizer que está vendo um anjo, que a igreja se
empolga”. Ora, anjo é mensageiro; e, mensageiro é para se ouvir, não
para ver. Quem está incumbido do púlpito é o “anjo” da vez, para ajudar a
“ver” melhor a Vontade de Deus expressa em Sua Palavra.
Vontade
que tem sido vilipendiada por interesses mesquinhos. Não poucos deixam
seus rebanhos atraídos pelas luzes de Brasília, e ainda “espiritualizam”
suas escolhas dizendo aos seus seguidores que foram lá combater às
“potestades espirituais” que dominam a nação.
Ora,
quando alguém se rebela contra o propósito de Deus para sua vida, não
combate contra uma potestade, acaba lutando contra o Todo Poderoso. “Mas
eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se
lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 10
Deus
já tinha falado, não! Mas, Balaão orou de novo como que, pedindo
“licença para pecar”… O Eterno “concedeu” que ele fosse profetizar
maldições por ouro; aí a extrema humilhação; quem rejeitou a instrução
de Deus, acabou tendo que aceitar de uma mula; ela viu o anjo, mas, o
anjo da morte.
Não
carecemos de novos Messias; mas, melhores expoentes do Único. Afinal,
desde os dias do Velho Testamento Deus já anelava que os seus fossem
conhecidos também pela sabedoria; deu ensinos precisos e acresceu:
“Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o
vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes
estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida.” Deut 4;
6
Todavia,
a história mostra que o povo não cumpriu; o que deu azo ao lamento do
profeta Oséias: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o
conhecimento;” Os 4; 6
“Volta teu rosto sempre na direção do sol, e então, as sombras ficarão para trás” Sabedoria oriental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário