“Odeio,
desprezo as vossas festas, vossas assembleias solenes não me exalarão bom
cheiro. Ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me
agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais
gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as
melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como as águas, a justiça como
ribeiro impetuoso.” Am 5; 21 a 24
Quando
uma oferta era aceitável a Deus, a Bíblia diz que subia em “cheiro suave ao
Senhor”. Aqui, o Eterno está desprezando um culto solene, bem como as oferendas “pacíficas”.
Havia dois tipos de sacrifícios, o expiatório e o pacífico. O primeiro era
associado a uma confissão de culpa, busca de remissão pelo pecado cometido. O
segundo, como o nome sugere, pacífico, presumia que o servo estava em paz com
Deus. Ofertava em adoração, gratidão por bênçãos recebidas.
Deus disse: “Corra,
porém, o juízo como águas, a justiça como ribeiro impetuoso.” Implica que
estava identificando injustiça nos “fiéis”.
Contudo, cultuavam, cantavam no templo em “paz” com Deus.
Sua falta de
noção em relação ao Santo os levava a prestarem um culto, ostentação, que
agradava e eles próprios apenas. “E oferecei o sacrifício de louvores do que é
levedado; apregoai as ofertas voluntárias, publicai-as; porque disso gostais, ó
filhos de Israel, disse o Senhor Deus.” Cap 4; 5
Ofertas com fermento eram
vetadas, contudo, ofereciam, em atenção ao próprio prazer, invés do Divino.
Quando o culto se torna um fim, não é melhor que qualquer clube recreativo,
onde, as pessoas vão se divertir; na verdade é pior, pois, lá não se profana o
nome do Santo.
Quem santifica sua
própria vontade, naturalmente rejeita a de Deus e quem anunciá-la. “Odeiam na porta ao que os
repreende, abominam ao que fala sinceramente.” 5; 10
Esse mesmo mal permeia os cultos modernos
de uma igreja, em sua maioria antropocêntrica, ostensiva, pouco afeita à Palavra
de Deus. Os “louvores” que seriam nossa “oferta
pacífica” ganham espaços dobrados em relação à Palavra, ou, oração. Muitas letras
têm pouco, ou nada, de bíblicas, mas, é o que ensinamos em forma de cânticos.
Somos
radicais “do bem”. Explico: Enquanto radicais islâmicos matam sumariamente aos
que recusam abraçar sua fé, nós agradamos educadamente aos mortos que querem se
divertir em nosso meio. Matamos também, contudo, somos muito mais civilizados.
O
pregador que opta por ser agradável invés de medicinal, não passa de um
encantador de serpentes. Os bichinhos se contorcem inofensivos ao som de sua “música”;
vão e voltam de posse de seu veneno. Em tempos como esse, da ditadura do “politicamente
correto” e pressão por ecumenismo, isso tende a recrudescer.
Contextualizar a
mensagem é uma boa prática, desde que, isso signifique verter valores eternos
para a linguagem corrente; não perverter o que é Santo, para adaptar ao gosto
de uma geração perversa, sem noção. “Há uma geração que é pura aos seus
próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30; 12.
Paulo
falou dos inimigos da cruz; Pedro e Judas dos pastores de si mesmos. Aqueles
buscam religião como entretenimento; esses, como fonte de renda, meio de ganhar
a vida.
A definição precisa de nossa função é um tanto diversa. “Isto é, Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores
da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de
Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” I Cor 5; 19 e 20
Sim, embora não
pareça, a questão é de inimizade entre a humanidade e Deus. Enquanto a paz não
for refeita mediante Cristo, não há espaço para culto pacífico.
Ímpios
religiosos sempre irritam a Deus. “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em
recitar os meus estatutos e tomar a minha aliança na tua boca? Visto que odeias
a correção, lanças as minhas palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão,
consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros. Soltas a tua boca para o
mal, a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas
mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas
eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50; 16 a 21
Exortando sobre a seriedade do louvor sem noção, Salomão o figura como um
caminho, um jeito insano de andar. “Guarda teu pé, quando entrares na casa de
Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos,
pois não sabem que fazem mal.” Ecl 5; 1
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